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Baixa produção de leite e dicas que estimulam a sua produção

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O assunto do post de hoje, aqui na coluna Amamentação, é a baixa produção de leite (real ou imaginária). Em seu texto, bastante rico, a consultora em aleitamento materno, Gabriela Giacheta, elucida dúvidas frequentes sobre esse tema e traz, ainda, dicas que prometem garantir uma maior produção.

Vale a pena ler, se informar, e estar preparada para esse momento tão delicado e importante que é a amamentação de um filho.

baixa producao de leite
Photo Credit: Mothering Touch via Compfight cc

Baixa produção de leite e dicas de alimentos que estimulam a sua produção

Por Gabriela Giachetta

Hoje, estou aqui para tratar de um assunto muito importante e que traz grande preocupação para as mães, principalmente as de recém-nascidos: a baixa produção de leite. Talvez o post fique um tanto longo – me perdoem – mas trata-se de um assunto extenso e que merece ser bem esclarecido e bem detalhado.

Espero que gostem da leitura e que ela seja útil.

Existe baixa produção de leite ou o meu leite pode ser fraco?

Bom, não existe leite fraco. O seu leite é exatamente o que seu bebê precisa e isso engloba desde o colostro até seu leite já maduro. Mas uma baixa produção de leite, também conhecida como insuficiência láctea materna (verdadeira ou falsa), pode acontecer sim. Acontece que na maioria dos casos é uma “falsa insuficiência” e não há praticamente nada de informações cientificamente embasadas sobre uma verdadeira insuficiência na produção láctea.

Essa falsa insuficiência pode ser ocasionada por fatores sociais, nutricionais, psicológicos, afetivos e ambientais que, em conjunto, contribuem para um desmame precoce.

O diagnóstico não é preciso. Atualmente, devemos levar em consideração o bebê quanto ao seu bem-estar, presença e cor da diurese (xixi), evacuações, comportamento, desenvolvimento e ganho de peso (não somente esse).

Mas, dito isso, ressalto que uma verdadeira ou falsa insuficiência láctea materna pode e deve ser evitada e, assim, relacionei abaixo fatores importantes para que você possa prevenir tal situação e, caso esteja passando por ela, dê a volta por cima e continue amamentando seu bebê.

  • mantenha a alimentação irrestrita do bebê (livre demanda);
  • observe se a pega está adequada;
  • não espere o bebê chorar para oferecer o peito (o bebê sinaliza a necessidade de mamar antes do choro), quando chora já esta em um nível maior de fome;
  • não estipule horários para as mamadas;
  • não pule a mamada noturna (a prolactina é produzida em maior quantidade no período noturno e garante uma adequada produção de leite durante o dia) e ofereça o peito livremente ao bebê durante a madrugada, sempre que este solicitar;
  • corte o uso  de drogas (anticoncepcionais orais com estrogênio, nicotina em excesso, entre outros) não são benéficos;
  • não introduza complementos (leites artificiais), com exceção de casos onde o bebê apresente uma real necessidade após avaliação de um pediatra confiável e que seja a favor do aleitamento materno (não pasmem, isso esta difícil);
  • não ofereça bicos artificiais (chupeta e/ou mamadeira) e, caso queira oferecer, evite nas primeiras semanas de vida;
  • descanse e alimente-se de maneira saudável, mantendo uma grande ingesta de líquidos (de 3 a 4 litros) e uma dieta equilibrada.

Mas, afinal de contas existem algo que se possa fazer para aumentar a produção de leite?

Bom, a mulher que pariu e vai alimentar uma vida através de seu leite, a qual chamamos de nutriz ou lactente, precisa saber que irá sentir muita sede durante as mamadas, pois é através desse ato que a puérpera irá passar por uma perda hídrica, principalmente nos primeiros dias após o parto. Dessa forma, recomendo que tenha sempre disponível durante a mamada água, chá ou suco. Oriento também para que deixe em cada cômodo da casa que irá amamentar garrafinhas com água.

Outro ponto importantíssimo é manter as seis refeições diárias (desjejum, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia) e beber muita água nos intervalos delas. Existem casos especiais como, por exemplo, puérperas com pressão alterada onde a ingesta de líquidos vai ser controlado pelo médico (cardiologista, geralmente), mas esses casos são a exceção.

Hábitos como o fumo (diminui produção láctea), ingestão de café (a cafeína pode deixar bebê irritado e com dificuldade em dormir), consumo de álcool (leva ao baixo ganho de peso) e ingestão de certos medicamentos também devem ser amplamente evitados.

Alimentos como alho, brócolis, nabo, cebola, couve, por exemplo, devem ser consumidos sem excessos já que podem alterar o gosto e o odor do leite. Entretanto, caso a mulher tenha consumido durante a gestação, a aceitação do bebê tende a ser tranquila uma vez que já esta acostumado com esses sabores e odores que passam através da placenta.

Existem, ainda, alimentos chamados de “formadores de gases”e estes devem ser consumidos com atenção, observando-se a reação do bebê (se causam mais gases ou cólicas). Entre esses alimentos estão, principalmente, o feijão (quando não é deixado de molho antes de cozinhar), os refrigerantes, os alimentos que ao serem preparados “misturam” ar , como suflês e merengues. Importante: todo e qualquer alimento que a puérpera ingerir pode ou não interferir no bem-estar do bebê. O que devemos fazer é observar e excluir o alimento da dieta, caso necessário.

Não existe um alimento específico que aumente milagrosamente a produção de leite. O que existe é uma dieta balanceada, rica em alimentos que lhe ofereçam muita energia, pois o gasto calórico é grande durante a amamentação. Já vi puérpera viciada em leite, tomando litros por dia e o resultado era um bebê que estava recusando-se a mamar, sentia cólicas absurdas.

Oriento manter frutas secas próximo de onde amamenta, já que muitas vezes a fome não perdoa e você não consegue sair para buscar algo na cozinha, por exemplo.

E devo ressaltar que nossa cabeça é tudo e quando se trata de amamentação existem culturas fortíssimas como a canjica, por exemplo. Isso é uma demonstração de que se você acreditar, você pode. Não subestimo a canjica não, rsrsrs. Mas a cerveja preta discordo, pois é bebida alcoólica, lembre-se disso.

 

Se você apresentar uma “falsa insuficiência láctea materna” lembre-se sempre de:

  • aumentar sua ingesta hídrica;
  • descansar e alimentar-se bem;
  • deixar o bebê sugar o máximo que ele quiser (a sucção é o melhor estímulo para aumento da produção de leite, sendo assim, coloque seu bebê mais vezes para mamar e/ou estimule através de ordenha manual ou com bombinha de ordenha adequada no intervalo das mamadas);
  • consumir chás naturais com a função de auxiliar na melhora da produção láctea (funcho, hortelã, erva-doce, melissa);
  • não oferecer bicos artificiais;
  • experimentar tratamentos alternativos como acupuntura;
  • confiar em você mesma;
  • procurar apoio emocional;
  • lembrar-se, SEMPRE, que peito não é estoque, é fábrica, e que 80% da produção ocorre quando seu bebê está mamando.
  • falar com seu médico e questionar sobre medicações homeopáticas e alopáticas que podem ser utilizadas para estimular a produção de leite.
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