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Desafiando as estatísticas – dois anos amamentando

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Por Bárbara Miura, mãe de Kenzo, dois anos

barbaraQuem diria, daqui a uma semana, exatamente, Kenzo completa dois anos e eu, este mesmo tempo amamentando!
Para muitas mulheres amamentar pode ser fácil, mas para mim não foi. Nos primeiros dois meses, achava que era uma índia, ou seja, que bastava pendurá-lo e tudo estava resolvido. Mas não foi bem assim. O freio da língua do Kenzo começou a atrapalhar, ele mamava em intervalos menores de duas horas e em vez de melhorar, com o passar do tempo, as coisas foram ficando cada vez mais complicadas.

Quando ele estava com dois meses, descobrimos que o freio da sua língua estava atrapalhando na amamentação (o pediatra estranhou que ele não estava ganhando peso, supôs que podia ser esse o problema e uma fonoaudióloga confirmou) e decidimos operá-lo (cirurgia rápida e tranquila). E junto com a operação vieram extrações de leite com a bombinha elétrica, várias vezes ao dia (um saco), e translactação com meu leite e, depois, com leite artificial por um período. Trabalho árduo!

Muitas vezes, pensei em desistir, muitas vezes fui questionada por que ele era tão magrinho, se não precisava de complemento, de comida já com quatro meses, mas me mantive determinada e persistente (para muitos teimosa) e amamentei exclusivamente até os seis meses, como recomenda a OMS e o Ministério da Saúde.

Depois do sexto mês, quando ele começou a comer outros alimentos, aí sim comecei a curtir a amamentação. O espaçamento entre as mamadas era bem maior e eu não estava mais preocupada que somente meu leite seria responsável pelo crescimento dele e aí foi muito mais prazeroso.

Mas aí vieram os comentários alheios, daquelas pessoas que não entendem porque uma criança segue mamando depois de “certa idade”. Tive que ouvir  “batatadas” do tipo “Ah, com essa idade o peito é só aconchego”, “Nossa, ele vai ficar mimado”, etc, etc e muitas vezes me fiz de surda para não perder tempo explicando todos os benefícios da amamentação prolongada comprovados cientificamente. O fato é que a decisão era minha, com apoio de meu marido, e deixar o Kenzo livre para  parar a hora que bem entendesse era, para mim, o certo a se fazer.

E assim, há alguns meses, naturalmente, ele foi diminuindo a frequência de mamadas. Hoje, ele mama uma vez por dia, quando acorda, mas tem dias que nem pede, então deixo-o à vontade e percebo que esse esse está sendo, na verdade, o seu processo natural de desmame. Creio que quando ele começar na escola, ainda este ano, deixará de mamar de vez.

Devo admitir que só consegui amamentar o Kenzo até hoje graças, em primeiro lugar, a Deus; depois, a um apoio técnico fundamental do  nosso pediatra (que até faxineira arrumou p/ me ajudar) e de uma fonoaudióloga  que nos acompanhou e, por fim, pelo companheirismo e força  do meu marido Ricardo Kazuo Miura, que me deu todo o conforto emocional para eu aguentar o “tranco” nos momentos mais difíceis!

Hoje também sei que a amamentação depende de diversos fatores, mas, na minha opinião, o fundamental é o emocional. Se a cabeça da gente não estiver bem, não há produção de leite que resista!

Por que conto tudo isso? Por me sentir vitoriosa, claro, mas principalmente para apoiar qualquer que seja a decisão de uma mulher. Só ela pode saber o que quer. Se a decisão for amamentar, estou aqui para ajudar com minhas experiências e indicar bons grupos de apoio e profissionais, se necessário. É só deixar a sua dúvida nos comentários abaixo que farei o possível para ajudá-las.

E para finalizar, deixo algumas imagens para servirem de incentivo à amamentação, para inspirá-las a não desistirem, apesar das dificuldades.

15022014

smam1

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