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Dicas para higiene bucal de bebês e crianças

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Esses dias, eu andava cheia de dúvidas sobre a questão da higiene bucal do Léo. Ele acabou de ter dentinhos (sim, ele teve tarde) e eu não sabia se continuava limpando com a dedeira de silicone, se mudava para uma escovinha, se tinha que usar creme dental ou não, se sim, de que tipo… Enfim, esse monte de coisas que pega as mães de primeira viagem de calças curtas, como se diz lá no sul (“que nos deixa meio perdidas”, traduzindo, para o caso de alguém não entender).

Pois bem, acabei contando muito mais com a sorte do que com o juízo e, antes mesmo de eu ir atrás das respostas para todas essas dúvidas, elas cairam no meu colo. No sábado passado participei de um evento muito bacana, promovido pelo laboratório Daudt, e lá, um dos assuntos abordados era justamente a higiene oral infantil (por sinal, muito bem abordado pela excelente odontopediatra, a Dra. Thelma Parada).

Como sempre fui uma ouvinte aplicada (e ainda mais quando o assunto me interessa) anotei tudinho e agora compartilho com vocês os principais aprendizados.

Optei por organizar todo o conteúdo em perguntas e respostas para ver se assim consigo passar a maior quantidade possível de informações sem que isso aqui acabe virando uma lambança generalizada. Se algo não ficou claro, peço que deixem seu comentário abaixo ou que dêem uma espiadinha na página da Dra. Thelma.

Higiene oral de bebês e crianças – dúvidas frequentes

1 Como fazer a higiene oral dos pequenos?

Antes de terem dentes: alguns odontopediatras são da linha de que não se deve limpar a boca dos bebês, nem com dedeiras de silicone, nem com paninhos, nem com fraldinhas, nem com gaze, enfim… com nada. Isso porque é importante preservar as bactérias naturais (e boazinhas) desse meio. Já outros, consideram que a higiene deve começar desde cedo e que vale sim o uso de dedeiras, gaze, fraldinhas e afins, desde que sempre bem limpinhas (é claro). Bom, como você irá fazer na sua casa, irá de como o que o odontopediatra do seu filho indicar a fazer. Ah, você não tem um? Então tire essa dúvida com o pediatra mesmo. Ele também poderá ajudá-la nesse sentido.

Assim que os primeiros dentinhos chegarem: os primeiros dentinhos apontaram? É hora de aposentar a dedeira (ou outro apetrecho usado para a higiene) e começar a escovar os dentinhos do bebê com escovinhas de dente e com creme dental. Sim, com creme dental também, próprio para bebês/crianças (PS: tenho que confessar que o Léo já tem dentinhos há mais de um mês e eu seguia na dedeira de silicone. Que fiasco! Que vergonha! Shame on me!).

2. Quando o bebê deve começar a frequentar um odontopediatra? E de quanto em quanto tempo devem ser a consultas?

O ideal é os pais levarem o bebê a um odontopediatra assim que o primeiro dentinho aparecer (ou, até antes, quando os primeiros sintomas surgirem, para que esse profissional ajude o bebê a passar por essa fase com menos sofrimento). Depois, para garantir a saúde bucal do pequeno, e evitar as terríveis e temidas cáries, além de vários outros problemas, o indicado é que as consultas com o odontopediatra aconteçam a cada três meses.

3. Além das visitas ao odontopediatra, que outros cuidados são essenciais?

A partir do momento que o bebê tem dentes, não tem mais jeito: tem que escová-los, e muito bem! Esse é o principal cuidado, sem sombra de dúvidas.

Os dentes do bebê/criança devem ser escovados ao acordar, antes de dormir e após as principais refeições e a escova utilizada deve ser adequada para a idade.

Além disso, a escovação deve acontecer com creme dental livre de flúor.

4. Por que escovar os dentes com creme dental livre de flúor?

Dente com fluorose: manchas brancas atingiram o esmalte.

Porque 80% das crianças engolem creme dental até quatro/cinco anos de idade (primeiro porque o sabor é gostoso, depois porque porque as crianças, até quatro anos de idade, não tem maturidade neurológica para cuspir, ou pelo menos, cuspir direitinho) e porque essa ingestão, em alta quantidade, justamente durante o período em que os dentes permanentes estão se formando, pode causar uma doença chamada fluorose, que causa manchas brancas opacas, visíveis e permanentes nesses dentes bem como pode levar a problemas de má formação dos mesmos.

  • Um dado importante:  Estudos indicam que o uso de creme dental com alto teor de flúor antes dos dois anos de idade é responsável por 72% dos casos de fluorose.
  • Um dado curioso e um tanto assustador: a fluorose não tem cura. Somente tratamento estético (faceta) para fazer as tais horrorosas manchas brancas sumirem, coisa que não se faz em crianças. E essa demora na cura do problema acaba causando danos emocionais e sociais na criança atingida pelo problema.

5. Se o creme dental é sem flúor, isso não irá facilitar o aparecimento da cárie?

Não, por alguns motivos:

Primeiro porque o flúor não é encontrado somente no creme dental. Há flúor na água que ingerimos (da torneira ou mineral), há flúor em medicamentos que consumimos e há flúor inclusive em alimentos (ex: arroz e feijão).

Depois porque, se necessário, a aplicação pode ser feita em consultórios dentários. Lá, o flúor é aplicado nas versões gel, mousse ou verniz (muuuuito mais difícil de engolir), e o processo é todo conduzido por um profissional, o que garante muito mais cuidado e segurança.

Por fim, porque há a opção de creme dental com Xilitol, uma substância que combate a bactéria Streptococcus Mutans, a maior causadora da cárie.

6. Existe algum macete que ajude na hora da escovação?

Uma alternativa é começar a acostumar o bebê com o hábito da escovação através do uso das dedeiras de silicone. Alguns profissionais da área acreditam que usar dedeiras, mais do que limpar, server para massagear a gengiva e acostumar o bebê com o ato da escovação.

Outra alternativa é dar escovas de dente para o bebê brincar. Ou seja, dar para o bebê uma escovinha para ficar junto dos seus brinquedos (diferente da escova para higiene) e para ele manuseá-la e acotumar-se com a textura, formato, etc… (só que sempre com supervisão, para evitar acidentes). A higiene dessa escova deve acontecer na mesma frequência da higiene dos demais brinquedos que vão à boca. Ja a troca deverá acontecer a cada três meses (PS: isso vale para a escovinha de brincadeira/treinamento do bebê. A escova de verdade, para escovação, deve ser trocada sempre que as serdas começarem a “abrir”).

Uma dica também é, no caso de bebês, escovar seus dentinhos enquanto eles ainda estão sentadinhos no cadeirão. Ou seja, logo após a refeição, parar-se atrás deles, levantar levemente a cabecinha colocando a mão sob o queixo (virando o rostinho um pouco para cima) e aí começar a escovação. Isso ajuda? Sim! Nessa posição, com o pescocinho mais esticado, é mais natural o bebê abrir a boca e deixar o adulto escovar seus dentinhos.

Mas se nada disso der certo, a última alternativa é escovar e pronto. Mesmo que isso gere reclamação, choro, gritaria, corpo ao chão e outras estratégias de guerra. A grande maioria dos bebês ou crianças não gosta mesmo de escovar os dentes e vai brigar toda vez que tiver que fazer, mas cabe aos pais insistir e concluir a tarefa de forma eficiente.

7. Até que idade os pais devem escovar os dentes dos filhos?

Até pelo menos a criança ter 10 anos de idade, pelo menos UMA das escovações do dia deve ser feita pelos pais (ou por um adulto responsável). Isso porque, até essa idade, a criança não tem coordenação perfeita do pulso e das mãos (vide a caligrafia das crianças) e, assim, o movimento de escovação acaba prejudicado.

8. Meu bebê dormiu sem eu ter escovado os seus dentinhos (sono noturno). Acordo ou não?

Por sorte, na palestra ouvi que não é necessário acordar o bebê para escovar os seus dentinhos (ufa! iupi!). Mas para evitar problemas futuros (cárie! cárie! cárie!) indica-se que, sempre, a escovação antes desta última do dia seja MUITO bem feita. Bem como também seja impecável a primeria do dia seguinte. Dessa forma, se contorna o problema de não escovar o dentinho do bebê antes de dormir.

OUTRAS INFORMAÇÕES ÚTEIS:

Entenda o que é o Xilitol:

O Xilitol é uma substância natural não cariogênica que apresenta o mesmo poder adoçante do açúcar e possui uma ação direta sobre os agentes da cárie, principalmente o mais perigoso deles, a bactéria Streptococcus mutans. Em função da sua forma química, as bactérias não conseguem metabolizá-lo para formar ácidos e produzir as cáries. O xilitol contribui ainda para reduzir o acúmulo de placa bacteriana e estimular fluxo salivar.

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