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É, às vezes eu choro (uma reflexão sobre a maternidade)

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Sabe aquele dia em que você se pega refletindo sobre as mudanças que o papel de ser mãe trouxe para a sua vida? Que você começa a pensar em como será o futuro do seu filho? Em como ele irá viver nesse mundo que, tantas vezes é inseguro e assustador?

Pois é, você não é a única a ter esses momentos (aposto que tem!). E foi exatamente durante uma noite, em que esses pensamentos vieram me rondar e tirar o sono, que o texto Às vezes eu choro caiu em minhas mãos. E me fez chorar de verdade.

Então, preparem os lencinhos que eu resolvi compartilhá-lo com vocês. Guenta coração!

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Photo Credit: donnierayjones Flickr via Compfight cc

Às vezes eu choro

Livre tradução de um texto de Annie Reneau para o site Scary Mommy

Às vezes eu choro por você, meu pequeno.

Às vezes eu choro porque o mundo é tão grande e você é tão pequeno, e eu me preocupo – Ah, se me preocupo! – com a sua pequenez nesse lugar tão grande.

Às vezes eu choro porque você é tão grande e eu sou tão pequena, e quanto maior você se tornar, menor eu serei, e eu me preocupo – Senhor, como me preocupo! – sobre minha pequenez em seu mundo gigante.

Às vezes eu choro porque este amor que sinto em meu pequeno coração é muito grande que sinto meu coração estourar – é estranho e doloroso – uma sensação terrível, como um rompimento.

Às vezes eu choro porque eu sou dependente da sua beleza.

Às vezes eu choro porque eu sou sobrecarregada pelo seu peso.

Às vezes eu choro porque durante a gravidez eu desisti de uma versão minha e embora eu não queira mudar isso, mesmo se eu pudesse, às vezes sinto uma falta desesperada de mim.

Às vezes eu choro porque sua pele é tão suave, e seus olhos são tão brilhantes, e sua alma é tão nova, e seu coração está tão aberto, e eu estou triste. Estou triste por sua inocência que vai se desintegrar por experiências brutais e necessárias, porque você é tão humano quanto o resto de nós.

Às vezes eu choro porque você vai precisar de ajuda de uma maneira que não poderei ajudar, e a impotência que uma mãe sente – de forma estranha e surpreendente – é quase que como um filme de terror horrível.

Às vezes eu choro porque, como mãe, não tenho escolha, a não ser vestir minha fantasia de adulta todos os dias, e isso pode ser realmente cansativo.

Às vezes eu choro porque estou tão cansada – não com sono, mas cansada – que não posso fazer mais nada.

Às vezes eu choro porque eu ouço Deus em suas risadas.

Às vezes eu choro porque a sua própria existência evoca uma alegria tão profunda que sorrisos e risos não podem alcançá-lo.

Às vezes eu choro porque esta bênção é tão grande e meu corpo é tão pequeno e tenho que explodir em algum lugar.

Às vezes eu choro porque todas essas coisas – o amor, a preocupação, a tristeza, a beleza, o estourar, a fantasia de adulto, a bênção – é tudo demais para levar. Apenas demais, mesmo.

Então às vezes eu choro por você. E por mim. E por este grande mundo. E por mil outras terríveis, maravilhosas, desesperadas e belas razões que você não vai entender até que você se torne mãe ou pai.

Às vezes eu choro por você, pequeno

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