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Em maternidade não dá para generalizar

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maternidadeSe tem uma coisa que eu aprendi depois que virei mãe e passei a fazer parte desse mundo maluco da maternidade é que não dá para generalizar. Não é porque o filho da vizinha dormiu uma noite inteira com três meses que o seu e o do resto do bairro também vai. Não é porque o filho da sua amiga andou com dez meses que o seu e o do resto do universo também vai. Cada bebê é um bebê, cada criança é uma criança, cada um deles tem seu ritmo, seu jeito, suas preferências, sua personalidade e sua história.

A pior coisa do mundo é a gente acreditar que se na casa dos outros foi de um jeito na nossa também tem que ser. Isso é horrível porque a gente cria uma expectativa, ela não se concretiza e aí a gente se frustra.

Eu tenho várias amigas que tiveram filhos antes que eu. E o que eu via eram sempre bebês calmas e tranquilas, que mamavam horrores (de se esbaldar mesmo) e que desde cedinho paravam de dar trabalho à noite. Aí, o que eu, na minha santa inocência e ignorância pensei? Ah, comigo também vai ser assim! Léo será um bezerrinho, bebê bonzinho, vai dormir loguinho a noite todinha. Tapa na cara minha gente! Tapa na cara! Só para eu aprender a deixar de ser besta e achar que o que rola por aí é o que vai rolar aqui, na minha casinha.

Primeiro: Léo deu muito, muito, muito, muito trabalho para mamar. História já contada aqui diversas vezes (no final tem links para outros posts que contam tudo timtim por timtim) e depois o Léo resolveu me dar baile para dormir até um ano de idade. Não especificamente para pegar no sono, pois isso ele sempre fez bem, mas para dormir uma noite inteira, sem acordar.

E foi assim, tomando uns baldes de água fria na cabeça que eu aprendi que não dá para generalizar na maternidade. Não dá, não dá, não dá mesmo! E esse aprendizado vale também para tudo aquilo que a gente lê nos livros. Sim! Eu também me enganei com os tais dos livros. Comprei algumas dezenas, li todos, cheguei até a sublinar e resumir e aí achei que a minha tranquilidade estava garantida. Afinal, era só seguir a recetinha que tudo daria certo. Eu criaria um filho como ninguém. Teria um daqueles filhotes de dar inveja até na Rainha da Inglaterra.

Mais uma vez, eu estava errada. Também não dá para generalizar tudo que diz nos livros. Não dá mesmo, mesmo, mesmo! Filho não é bolo que basta a gente seguir a receita que ele cresce, fica macio e delicioso. Filho é aquela coisa que a gente, por mais que tente, tem muito pouco controle sobre. E aí a gente começa a pensar que é só com a gente que não deu certo, só com a gente que não funcionou, só na nossa casa que a Encantadora de Bebês foi um fiasco.

Que nada! Um fiasco é a gente seguir acreditando, depois que os filhos nasceram, que o que diz no papel pode ser simplesmente transferido para a vida real que vai funcionar direitinho. Claro que não vai! Afinal, não tem nesse mundo um bebê igual ao outro. E também não posso afirmar que se aqui não funcionou, não vai funcionar em nenhum lugar. Como eu disse, generalizar é que não dá. Nem para o lado bom, nem para o ruim.

Então, o que eu quero dizer é mais ou menos o seguinte: se o seu filho só foi dormir a noite toda com um ano de idade, se o seu filho é ruim para comer, se o seu filho tem quase dois e ainda fala poucas palavras, se o seu filho só foi andar com quase um ano e meio e se o seu filho não tem o gênio mais tranquilo da face da terra, qual é o problema? Tudo bem que dá um pouco mais de trabalho em alguns casos, mas é assim que ele é e pronto! Ele pode não ter feito algumas coisas no tempo que você esperava e nem ser a criança mais fácil da face da terra, mas ele tem aquele jeito de olhar que é só dele e que derrete o seu coração, ele é carinhoso e meigo como ninguém, ele é engraçado pra caramba e, acima de tudo, ele é o seu filho! Só seu, de mais ninguém.

E antes que eu esqueça, a maternidade não é uma corrida, não é uma competição, não é um concurso ou torneio. Ninguém está aqui para provar que o filho faz isso ou aquilo pra ninguém. Estamos aqui sim para curtir cada momento e cada conquista da melhor forma possível. Com muito amor, respeito e admiração.

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Fonte da imagem usada nesse post: http://thegospelcoalition.org

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