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Erros que atrapalham a amamentação (e como resolvê-los)

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Amamentação. Um dos assuntos mais importantes, mais discutidos, mais pesquisados da maternidade. Algo que para umas mulheres pode ser tão simples e tão natural, para outras é um verdadeiro desafio. A minha experiência com o tema, como vocês já sabem (bom, pelo menos quem acompanha o blog), teve o seu lado bom e o seu lado decepcionante. Na amamentação do Leo (para minha enorme tristeza) acabei não tendo muito sucesso e ele desmamou super cedo, com 3 meses mais ou menos. Já com o Caê as coisas foram bem diferentes. Eu estava muito melhor informada, já tinha tido uma experiência prévia, então já sabia em que terreno estava pisando e, por fim, estava mais relaxada e à vontade na condição de mãe, o que eu acho que também ajuda bastante. E assim, para minha alegria, amamentei o Caê até 1 ano e consegui vencer o trauma de não ter amamentado o Leo (não da forma que eu gostaria).

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Photo Credit: Yachichurova Flickr via Compfight cc

Mas afinal, que conclusão tirei dessas duas situações tão distintas? Que a informação (correta e não de crenças populares) realmente fez toda a diferença. Ah se faz!!!! Garanto isso para vocês.

Por isso, hoje, trago alguns mitos e maus hábitos que podem atrapalhar bastante o processo da amamentação. A idéia é deixá-las cientes da existência dessas situações que “jogam contra” a fim de tentar resolvê-las e garantir o sucesso da amamentação dos pequenos.

MITO: A amamentação é algo natural

Bom, o que podemos dizer sobre isso? A verdade é que não é tão natural assim, pelo menos para algumas mães. A mulher tem que se preparar para amamentação. Ler informações de sites confiáveis, tirar dúvidas com o médico e conhecer a experiência de outras mães é muito importante, assim como ter uma alimentação balanceada e se possível, tomar sol no bico do peito para evitar a incidência de dor por rachaduras e ressecamentos. Ou seja, não é só tirar o peito para fora e mandar mamar. Há muita coisa envolvida.

MITO: O tipo de parto não influencia na amamentação.

Na verdade, o tipo de parto escolhido influencia sim no processo da amamentação. Bom, pelo menos no início dele. Isso porque o parto normal estimula a liberação de hormônios que contribuem para a descida do leite materno. Claro que em algumas situações a cesárea deve ser feita para garantir a integridade da mãe e do bebê, porém, caso a escolha seja livre, dê prioridade ao parto normal. Outra dica importante é o contato do recém-nascido com a mãe logo na primeira hora de vida. Quando isso ocorre, o vínculo mãe-bebê já começa a acontecer e isso também ajuda na descida mais rápida do leite.

MITO: O bebê irá pegar o peito logo na primeira vez (bem que poderia!).

Juro! Eu achei que era assim. E quando não aconteceu assim comigo, me frustrei. Me frustrei muito (mãe de primeira viagem, totalmente perdida!). A verdade é que, para mamar do jeito correto o bebê precisa abocanhar todo o mamilo e não só o bico do seio. A mãe tem que ajudar ele nessa manobra. Alguns terão mais dificuldade do que outros, mas é importante insistir. No começo a dica é dar o peito quando o bebê está chorando, porque nesse momento ele abre mais a boca e fica mais fácil pegar o seio.

MITO: O leite é fraco (mentira!).

Muita gente deixa de amamentar porque escuta que seu leite é fraco. Que o bebê mama, mama, mama, mas está sempre com fome. Por isso chora, não dorme, ou é irritado. E no início, dá até para pensar que o leite é fraco mesmo, pois a aparência dele é bem ralinha (ele é o colostro, não o leite propriamente dito, mas que de fraco não tem nada!!!) O colostro é formado por anticorpos que vão ajudar o bebê a se proteger de doenças.

MAU HÁBITO: Desistir na primeira frustração.

É um erro achar que aquelas mães que amamentam por meses e meses assim o fazem porque foi tudo muito simples e fácil. A verdade é que muitas delas passaram por vários perrengues, pensaram e desistir mas, no fundo, a vontade de amamentar foi maior e elas seguiram ali, firmes, segurando a dor, buscando formas de estimular a produção de leite, tentando, tentando e tentando de novo. Se for necessário, peça ajuda a especialistas em amamentação ou a bancos de leite. Eles são uma ótima opção para quem enfrenta dificuldades para amamentar pois, muitas vezes o erro está no posicionamento incorreto do bebê ou em tentar amamentar quando ele está sonolento (questões simples!) e que com o apoio de alguém que entende do assunto podem ser solucionadas com facilidade. E outro lembrete importante: as 3 ou 4 primeiras semanas são difíceis mesmo. Para quase todo mundo. Então não pense que é só com você que os problemas acontecem.

MAU HÁBITO: Fazer o bebê mamar a cada três horas (não leve tão ao pé da letra assim).

Muitas mães escutam que precisam dar de mamar a cada 3 horas e aí levam isso ao pé da letra. A ponto de não dar o peito se o bebê reclamar antes desse período. A questão é que nem todos os bebês mamam igual. Alguns mamam mais e aí conseguirão sim fazer um intervalo de 3h ou até de mais tempo. Mas outros mamam menos e aí terão fome antes. Nesse caso, minha dica é sempre oferecer o peito quando o bebê chorar. Ou seja, praticar a livre demanda. Isso ajuda, inclusive, a aumentar a produção do leite.

MAU HÁBITO: Dar água para o bebê.

Nos primeiros meses de vida, o bebê que mama exclusivamente no peito não precisa nem de água. O leite já o hidrata o suficiente e o oferecimento de água pode até vir a atrapalhar a amamentação (fazer o bebê mamar menos). O mesmo vale para os chazinhos, que muitas vovós ainda adoram dar. E ainda nesse quesito, de evitar oferecer coisas que possam atrapalhar a amamentação, entram também a mamadeira e a chupeta que, muitas vezes, podem ser responsáveis pelo desmame precoce da criança.

MAU HÁBITO: Alternar os seios toda hora.

Antigamente, a regra era: oferecer um peito por 15 a 20min e depois trocar, oferecendo o outra. Atualmente, a orientação é outra. O melhor é esvaziar o primeiro seio por completo para depois ir ao segundo. Se você alternar muito os seios, pode acontecer do bebê se alimentar somente com o primeiro leite, que é responsável pela hidratação (rico em água), mas não oferece gordura suficiente para alimentar/saciar a criança (ele é mais ralo). Por isso, o ideal é a criança esvaziar a mama, para que ela mame do primeiro leite (que hidrata) e do leite posterior (que alimenta).

Com essas dicas já é possível melhorar bastante essa relação tão especial entre mãe e filho.

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