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Fase da angústia da separação – um marco na vida do bebê

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O Léo sempre foi bem apegadinho a mim. Também, desde que ele nasceu não fiquei longe dele por mais de algumas poucas horas. Só que de uns tempos para cá o negócio está inacreditável. Muuuuiiiiiito mais intenso que o normal.
Eu dou um passo para ficar longe dele, ele chora. Se ele está no meu colo e alguém vem tirá-lo, ele se agarra nas minhas roupas. Se ele está com alguém e me vê, se joga nos meus braços. Essa “carência” do meu pequeno começou há aproximadamente um mês e pouco e parece ter se intensificado há alguns dias, mais ou menos quando eu o coloquei na escolinha no período da tarde. Também, não é de se estranhar, afinal, antes ele passava o dia todo grudado em  mim (só nos separávamos na hora de dormir) e agora ele fica longe  por cinco horas seguidas, cinco dias por semana.

Andei pensando bastante sobre isso e tentando entender, mas essa semana, lendo algumas coisas na internet, matei a charada: o Léo está passando pela fase da angústica da separação, ou crise dos oito meses, normal em bebês com a idade dele.

Nesta fase o bebê começa a perceber que é um ser separado da mãe e essa descoberta lhe traz angústia e pânico. Ela costuma ter início entre o sexto e o oitavo mês de vida do bebê (mas em alguns casos pode iniciar no nono mês) e pode se estender de semanas a meses. Nessa fase, o bebê costuma solicitar mais a atenção da mãe e chorar mais que o usual. Ainda, pode ter o seu sono bastante alterado, transformando a rotina da casa de forma significativa (adivinha se isso não está acontecendo aqui em casa!).

É importante nesse período entender o que se passa com o bebê, e não simplesmente taxá-lo de chatinho, grudento ou manhoso. Como a mãe respresenta o seu mundo, a sua segurança, quando ela se afasta a dor da angústia pode se tornar insuportável.

Uma forma de ajudar o bebê a superar essa fase é introduzir na sua rotina brincadeiras de “achou”, nas quais a mãe se esconde atrás de um pano ou almofada e depois reaparece. Com essa brincadeira, o bebê começa a enteder melhor o conceito de permanência e a aceitar que a mãe não irá desaparecer para sempre só porque se ausentou por alguns minutos ou até por horas (eu comecei a fazer isso com o Léo quando ele tinha uns seis meses).

Outra alternativa para acalmar a angústia é introduzir um objeto de transição, alguma coisa que o bebê se apegue e que o “auxilie” nos momentos de separação. Pode ser um paninho, um brinquedo, uma chupeta ou qualquer coisa que ele goste de ficar próximo e que o acalme.

Já à noite, quando o bebê acordar chorando, o melhor que se tem a fazer é a própria mãe ir atendê-lo. Ele normalmente acorda e chora porque sente a falta da mãe (ela o deixou lá no berço e agora cadê?) e se outra pessoa aparecer para acalmá-lo ele poderá ficar mais agitado ainda (PS: isso aconteceu aqui em casa há alguns dias. Saimos para ir ao cinema e deixamos o Léo com a minha mãe. Quando estávamos voltando para casa ela ligou dizendo que ele estava chorando há quase uma hora e não tinha nada que ela fizesse para acalmá-lo. Imaginem como ficou o meu coração nesse momento. Foi só eu adentrar o apartamento, ele me ver, para o choro, que estava desesperado, cessar na hora).

Nessa fase, também é bastante importante a presença paterna para que se inicie a construção do triângulo familiar. Quanto mais o pai participar da rotina do bebê, melhor para a criação do vínculo e da proximidade entre os dois.

Agora, pensando bem, percebo que coloquei o Léo na escolinha justamente quando ele estava passando pela fase da angústia da separação e talvez isso tenha intensificado os “sintomas” desse período difícil. Sei que fizemos a adaptação dele na escolinha de forma serena e tranquila, eu fiquei lá por dias até deixá-lo 100% ao cuidado das professoras, mas esse distanciamento de mim, mesmo que por algumas horas, deve estar fazendo com que o tempo que ele está comigo ele fique ainda mais carente da minha presença: quer que eu dê colo, brinque, abrace. Enfim, coisas que naturalmente eu amo fazer, mas que agora ele está demandando mais que o normal dele. Ah, sem contar a noite, que também ficou bem mais agitada.

De qualquer forma, quando eu chego na escolinha ele logo se joga no colo da professora e toda vez que vou pegá-lo ele está todo felizinhos brincando. Isso demonstra que o tempo passado lá, apesar de estar separado de mim, está sendo agradável para ele. A única questão é que no resto do tempo ele está mais “carentinho” e precisando da minha atenção. Claro que eu tenho respeitado isso e feito de tudo que posso para que meu pequeno sinta-se seguro e muito amado.

Pelo que andei lendo, essa fase não é, de forma alguma, um retrocesso no desenvolvimento da criança. Muito pelo contrário, ela é importante para ele estabelecer o seu próprio eu e a sua independência. Algumas crianças passam por ela com mais tranquilidade, outras com menos, mas o importante é passar e superar as dificuldades. E os pais, é claro, entenderem direitinho do que se trata para não tratarem esse momento tão importante com descaso ou até com irritação.

Gente, não sou uma grande entendedora do assunto. Só sei mesmo o que eu andei lendo em sites e blogs e o que estou vivenciando na prática. Por isso, acho importante quem se interessar pelo tema pesquisar mais informações em outras fontes e abaixo, sugiro algumas que eu li e que achei interessantes e confiáveis.

Ainda, como já comentei acima, essa fase é conhecida como fase da angústia da separação ou crise dos oito meses, entretanto, ela pode se apresentar no sexto, sétimo ou até nono mês de vida da criança. Como cada criança é única, não existe um padrão, um modelo único em que todas as crianças se encaixem. O importante é ficar ciente de que essa fase existe, seu bebê pode estar passando por ela (mais cedo ou mais tarde) e o que você pode fazer para ajudá-lo nesse momento.

Leia mais em:

Blog:

Site:
Livro:
TheScience of Parenting, capítulo O Choro e as Separações.
Autora: Margot Sunderland

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