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Mãe e filho devem ficar em alojamento conjunto após o parto

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Sabe qual é um dos principais arrependimentos que eu tenho dos primeiros dias após o nascimento do Leo? De eu não ter feito alojamento conjunto com ele na maternidade. Sim, eu tenho até vergonha de confessar isso, mas eu era mãe de primeira viagem, eu não tinha tanta informação quanto tenho hoje, eu fiz simplesmente o que a maternidade me orientou a fazer. (Obs: Para quem não sabe,  alojamento conjunto é quando a mãe e o recém-nascido dividem o mesmo quarto, um ao lado do outro, 24 horas por dia, independente de o espaço ter outras gestantes ou não. Ou seja, o bebê não fica no berçário, como é costume em muitas maternidades).

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Photo Credit: Scott SM Flickr via Compfight cc

Mas, explicando a minha história… Leo nasceu de parto normal e, logo após o parto, eu estava bem cansada. Aí, as enfermeiras me sugeriram ficar um pouco com ele no nosso quarto e, depois, elas o levariam para o berçário para eu poder descansar. Eu meio perdida ainda com aquela experiência que realmente tinha me deixado esgotada, acabei aceitando.

Nessa primeira noite, elas o traziam para mamar e, logo ele voltava para o berçário, para eu conseguir dormir. No dia seguinte, ele ficou o dia todo comigo, mas à noite, a mesma coisa: ele no berçário para eu descansar, porque era importante, segundo elas.

Já com Caê, foi completamente diferente. Eu já tinha total conhecimento dos benefícios do alojamento conjunto desde os primeiros segundos de vida. Assim que o Caê nasceu, eu exigi que ele ficasse comigo o tempo todo e assim foi feito (até o banho de luz, que ele teve que tomar, por nasceu com um pouco de icterícia, foi feito no quarto).

Hoje, vejo que errei e feio com o Leo, que deveria ter seguido o meu coração e pedido para ficar junto do meu bebê. Mas perdida como era como mãe de primeira viagem, fiz o que a equipe de enfermagem achou que era o melhor para mim.

Só que agora, as coisas estão mudando. Graças a Deus! Nesta semana, as gestantes receberam uma ótima notícia. O Ministério da Saúde publicou uma portaria (vale a pena ler na íntegra) que recomenda que a mãe e o bebê fiquem juntos pelo menos nas 24 horas após o parto. Para isso, eles devem permanecer no alojamento conjunto, com todas as condições médicas necessárias para o atendimento da mulher e da criança.

Essa situação não acaba com o berçário, pois os bebês com baixo peso, com risco a vida extrauterina, com patologias ou em que a mãe não possa prestar os primeiros cuidados continuam recebendo toda a atenção necessária no berçário, normalmente.

Sendo assim, vale ressaltar que o Ministério da Saúde recomenda o alojamento conjunto para mulheres clinicamente estáveis, recém-nascido também em situação estável, com peso maior ou igual a 1,8 quilograma e idade gestacional maior ou igual a 34 semanas. Os bebês com gravidade como icterícia ou malformações menores também podem ficar no alojamento conjunto sem problemas (Caso do Caê, que teve icterícia).

As vantagens desse sistema

O benefício desse contato não é só para acabar com a ansiedade da mãe em ter o filho nos braços. Ele está relacionado, principalmente, à saúde dos dois. Está claro que, essa aproximação mamãe-bebê facilita e incentiva o aleitamento materno, já que a amamentação acontece de acordo com a necessidade do bebê e não de 3 em 3h como costuma ser o padrão em quase todas as maternidades. Outra coisa, como a criança vai mamar com uma frequência maior, a produção de leite também será melhor e o útero volta ao seu tamanho normal mais rápido (Leia sobre os benefícios da amamentação para a mãe).

Outra coisa super importante sobre o alojamento conjunto é que, com o filho por perto, os pais podem acompanhar a realização dos testes neonatais, que são os testes do coraçãozinho, do pezinho, do olhinho, entre outros.

E, como não poderia deixar de ser, essa relação mais próxima entre mãe e filho nas primeiras 24 horas fortalece, desde muito cedo, o laço entre mãe, filho e o pai, especialmente quando o marido é o acompanhamento no quarto.

Ainda, como os primeiros cuidados são cercados de dúvidas, os pais também podem esclarecer todas elas com a equipe de saúde que fará as visitas oferecerá os cuidados ao bebê regularmente ao quarto. E, por fim, mas não menos importante (pelo contrário!), no sistema de alojamento conjunto o risco de infecção hospitalar é muito menor. Assim como as chances de complicações de saúde materna e do recém-nascido.

Segundo essa portaria do Ministério da Saúde o alojamento conjunto deve ter áreas de enfermagem, pediatria e obstetrícia. As puérperas devem ser avaliadas diariamente, assim como o recém-nascido, e a mulher tem direito a um acompanhante e pode receber visitar todos os dias que permanecer no hospital (inclusive do irmão do bebê, caso você tenha outro filho).

A última recomendação é que a família receba alta depois de 24 horas do parto, caso esteja tudo em dia com a saúde de ambos.

Assista também esse vídeo, no Canal MdM, motivos para optar pelo alojamento conjunto pós parto:

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