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A minha viagem sem filhos (e sem marido)

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Há poucos dias, realizei um sonho que parece ser de inúmeras mães: fiz uma viagem, sozinha, sem filhos e sem marido, só com amigas. Sim, eu deixei casa, trabalho, família por aqui e fui me aventurar pela Itália. Fui, na verdade, visitar uma amiga que estava morando em Treviso, desde dezembro, para fazer o processo da cidadania Italiana (Treviso é uma cidade da província de Vêneto, a meia hora de Veneza)

E poucos dias antes de eu embarcar, uma outra amiga resolveu ir junto. E lá estava montado o trio: eu, Daniela (a que estava na Itália) e Raquel (a que também resolveu ir para lá).

Durante os dias que estive lá, mostrei a aventura toda no Insta Stories do Macetes e recebi diversas mensagens, com os mais variados questionamentos sobre a experiência.

No geral, as mensagens que eu recebi eram de mães se dizendo empolgadas com a minha viagem e comentando o quanto gostaria de fazer o mesmo, o quanto sentiam falta de um momento como esse, de folga, diversão e relaxamento, e do quanto estavam vibrando comigo e por mim com essa “conquista”.

Já tantas outras, me perguntavam como estava o coração, como eu estava dando conta da saudade, se eu não estava sofrendo e comentando que achavam que nunca conseguiriam fazer o mesmo.

Bom, a verdade é que, há um ano e pouco, eu também pensei que jamais conseguiria. Na época, eu estava ainda saindo de uma depressão pós-parto (já beeeem melhor, mas ainda um pouco insegura) e não imaginava como poderiam ficar as coisas se eu me ausentasse de casa. E ainda mais por tantos dias! (Fiquei fora, ao todo, oito dias).

Até efetivamente essa viagem acontecer, eu só tinha ficado longe dos meninos em umas três ou quatro ocasiões e, no máximo, por 2 dias. E isso tinha acontecido ao longo de 5 anos!!! (Sim, porque Leo faz 5 anos dentro de poucos dias).

E a verdade é que eu estava sentindo falta disso. Estava sentindo falta de uma folga, um tempo, um período só para mim. No qual eu não precisasse me preocupar se a mochila do Caê estava com tudo dentro, se eles tinham comido direitinho, se não era a hora de trocar a fralda, se não seria melhor colocar uma blusa a mais. A verdade, é que eu estava sentindo necessidade de me sentir livre outra vez e, quando a oportunidade surgiu (minha amiga estava morando na Itália e me convidou para visitá-la), eu também senti que não poderia perdê-la.

Claro que não joguei tudo para cima, larguei os meninos aqui e fui. Eu planejei, pensei e repensei essa viagem durante quatro meses. Nesse período, decidi, desisti, decidi de novo e, por fim, emiti as passagens. E aí, feito isso, parti para a parte prática da coisa, que era organizar todos os detalhes, deixar tudo pronto, esquematizar como funcionaria a rotina dos meninos no período que eu estivesse fora.

Para eu conseguir me lançar nessa aventura de encontro comigo mesma (sim, porque a viagem foi muito mais para isso do que para turismo), eu contei com o apoio de 4 pessoas muito especiais, que seguraram as pontas no período que eu estive longe. Essas pessoas foram: o vovô e a vovó, que receberam os meninos de braços abertos na casa deles e adaptaram a própria rotina para dar conta das demandas dos pequenos; o papai, que mesmo ficando fora de segunda a sexta, no final de semana assumiu os meninos integralmente; e a Toninha, que é a moça que me ajuda aqui em casa, já conhece como tudo funciona com os meninos, e mudou-se para a casa da vovó também, para dar aquele help.

E aí, com essa infra toda montada, eu consegui me lançar à experiência de voltar a ser só eu de novo, depois de 5 anos sempre sendo “eu + filhos”.

E posso dizer uma coisa para vocês? Foi maravilhoso! Foi incrível! Foi memorável! Foi liberador! Foi relaxante! Foi delicioso. Teve saudade? Teve sim! Teve sofrimento? Não teve não! Isso porque, quando eu resolvi ir, fui com minha mente já bem treinada para viver tudo que tinha para viver sem ficar presa aqui, sem ficar com amarras, só pensando se os meninos estavam bem, se tudo estava correndo bem, se nada tinha saído dos trilhos.

Quando decidi ir, decidi ir e viver o que estivesse acontecendo por lá. E não ficar pensando no que estava acontecendo por aqui. E isso foi ótimo! Como eu estava bem, estava feliz, estava leve e sem nenhuma dor na consciência, quando eu falava com os meninos (o que era diariamente, às vezes mais de uma vez por dia), eles viam uma mãe feliz, bem, e isso também era bacana para eles.

Acho que se lançar numa experiência dessas se for para ficar com a cabeça e o coração aqui, presa ao que está acontecendo aqui e sofrendo pela ausência, pela distância e pela saudade, não compensa. Então, é melhor nem ir. Se for, é para realmente curtir a viagem e não ficar pensando a cada minuto no que está acontecendo com os filhos.

Eu não me arrependo nem um pouco dessa viagem sozinha. Pelo contrário, já estou planejando as próximas (inclusive, em breve, terá uma viagem só com o maridão). E se eu puder dar um conselho para vocês, é esse: façam o mesmo! Mas façam no seu tempo. Eu esperei o Leo ter 5 anos e o Caê ter 2 para deixá-los por um período maior aos cuidados de outras pessoas. Para mim funcionou dessa forma, mas para você talvez funcione de outra. E se puder ir testando aos poucos, fazendo viagens menores até chegar numa de mais dias, também ajuda.

Enfim, vou fazer um superpost com dicas práticas para quem vai viajar sem os filhos. Com todos os detalhes do que fazer antes, durante e depois. Podem esperar que logo vem. Mas, por hora, quero dizer que se você tem vontade de fazer algo parecido, não desista da ideia. Deixe-a amadurecer, pense no que precisa se organizado antes e aí, bora fazer as malas. Depois de uma experiência dessas a gente volta tão melhor, tão mais inteira. E é tão bom para nosso filhos encontrem uma mãe renovada! Vocês nem imaginam!

E agora, algumas fotos para vocês conferirem como foi essa aventura deliciosa:

Primeiro dia da viagem, em Treviso.
Aquele sonho de consumo: café da manhã em paz. Em Treviso.
Em Treviso. Celebrando a amizade.
Veneza. Piaza San Marco.
Veneza – Piaza San Marco.
Veneza – Piaza San Marco.
Em Veneza, na beira de um canal, saboreando uma das delícias da Itália.
Canais de Veneza (Acho que esse é o Grand Canale, pelo que lembro).
Veneza.
A gente em Veneza. Da esquerda para a direita: Dani, Raquel e eu.
Jantar inesquecível em Veneza.
Verona.
Piadina em Verona.
Verona.
Verona.
Sorvete em forma de Flor (os sorvetes na Itália são incríveis). Esse é de Verona.
Na casa de Julieta, em Verona. Reza a lenda que quem toca o seio direito da Julieta terá sorte no amor para toda a vida.
Na sacada da casa de Julieta.
Almocinho em Murano.
A linda Murano.
Burano. Uma ilha do ladinho de Murano e muito perto de Veneza. Eu amei!!!
Burano.
Asolo. Antigo Burgo. Lindo!
Night out. Friends forever!

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