Categorias: bem estar | Para a mamãe

O que é colo do útero curto?

Compartilhe:
pin it

Esses dias fiquei sabendo de duas histórias em que as mães precisaram ficar de repouso na gravidez por conta do colo do útero curto. Eu já tinha ouvido falar sobre, mas nunca fui mais a fundo, talvez por não ter tido esse problema em nenhuma das minhas duas gestações. Mas achei que poderia ser interessante falar mais aqui no blog para ajudar quem passa por isso e compartilhar informações com vocês.

Bom, primeiro é legal entender o que é esse tal de colo do útero curto. Na verdade é um jeito mais simples de chamar a insuficiência (ou incompetência) istmo-cervical. Falando de um jeito bem simplificado, quando a gente fica grávida, o colo do útero, que tem uma abertura pequenina para passar a menstruação e o esperma, ganha um tampão – esse mesmo! O famoso tampão da gravidez – e fica mais espesso. É como se fosse um colchão que suporta o bebê dentro do útero durante as quarenta semanas de gestação.

colo do utero curto
Photo Credit: David Salafia via Compfight cc

Nas últimas semanas de gravidez é normal que o colo do útero afine e comece a dilatar. Isso é inclusive um dos sinais de que o bebê está mais perto de nascer. Quando a mulher tem essa insuficiência, o colo fica fino demais para suportar o peso do bebê e aí a mãe pode entrar em trabalho de parto antes da hora. Dependendo de quando isso ocorrer, pode ocasionar ou um bebê muito prematuro ou, se for antes da 22a semana de gestação, o chamado aborto tardio.

Muitas coisas podem causar o colo do útero curto, embora a própria medicina ainda não consiga definir exatamente as razões de cada caso. Pode ser uma característica próprio corpo (congênita), que faz com que o colo não fique da maneira que deveria, pode ser por conta de algum procedimento que você tenha feito, como cirurgias ou curetagem, por exemplo. Mulheres que já tiveram abortos espontâneos, tardios ou não, sem causa aparente devem ficar atentas também. Mas, infelizmente, só dá para descobrir esse porém depois da primeira vez que ele ocorre em uma gravidez. E o chato é que se descobre isso normalmente no segundo trimestre, quando o bebê já começa a exercer pressão mesmo sobre o útero, mas ainda está longe do momento certo para nascer.

E não tem nenhum sintoma? Pois é, não. O bebê muitas vezes está ótimo, se desenvolvendo muito bem e a mãe não tem nada aparente e se sente muito bem. Só se descobre fazendo o ultrassom de rotina do segundo trimestre, quando se mede o colo do útero. Ele deve ter no mínimo entre 2,5 cm e 3 cm. Menos que isso, caso não seja as últimas semanas da gestação, é perigoso.

Agora, e aí, não se pode fazer nada? Foi essa mesma a pergunta que eu fiz. Há coisas que se pode fazer sim. A primeira delas e a mais indicada é ficar em repouso absoluto. Ou seja, deitada, de pernas pro alto, levantando só pra ir ao banheiro e tomar banho, normalmente até o final da gravidez. A explicação é totalmente ligada às primeiras coisas que a gente aprende nas aulas de física: lei da gravidade. Deitada, o bebê não pesa e não exerce força para baixo. Não é garantia que dê certo, mas é minimizar os riscos.

Existe também um procedimento chamado cerclagem, que é literalmente costurar o colo do útero. É feito com anestesia e retirado depois perto da 37a semana, mas os médicos só recomendam fazer o procedimento até a 16a semana. Depois dessa fase, há muitos riscos de o procedimento mesmo provocar o rompimento da bolsa, então é mais vantajoso tentar manter apenas o repouso. Já se for a segunda gravidez e na primeira a mulher tiver tido esse problema, muitos médicos já fazem a cerclagem preventivamente no primeiro trimestre

De alguns anos para cá, começou-se a usar uma outra alternativa para esses casos, com a colocação do pessário. Usado bastante em casos de incontinência urinária em mulheres, o pessário é como se fosse um anel feito de silicone ou borracha que encaixa no colo do útero e ajuda a segurar o peso do órgão, do bebê e da bolsa. Aqui no Brasil ainda não há muitos médicos que indicam o pessário pois não existem estudos que comprovem sua eficácia, mas quando se ouve sobre os casos de quem usou as notícias são bem animadoras. Só é preciso acompanhar direitinho para ver se o dispositivo ficou no lugar certo e prestar atenção às dores, incômodos e em secreções vaginais, que podem ocorrer, mas não podem ter cor escura e nem sangue, que mostram que pode haver infecção ou algo errado.

Além dessas opções, sempre é indicado o repouso e muitas vezes o uso de progesterona, que inibe o trabalho de parto. E agora você já sabe: não deixe de perguntar para o seu médico como vai seu colo do útero a cada ultrassom.

 

 

Veja mais!