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Quando chega a hora de voltar a cuidar de nós

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Desde que o Leo nasceu, há quase 4 anos, a minha vida passou a girar em torno da maternidade. Além de cuidar dos meus dois pequenos (eu não voltei a trabalhar fora e há um ano chegou o Caê), eu também passei a me dedicar a esse blog cujo tema central é a criação de filhos. E assim, como acontece com muitas mães que se vêem mergulhadas na maternidade, eu passei a viver essa experiência 24h por ida, 7 dias por semana, e por estar 100% dedicada a isso, acabei deixando de lado algo muito importante em minha vida: eu mesma.

mae se cuidando
Photo Credit: whl.travel via Compfight cc

Sim, desde que o Leo nasceu, eu basicamente me abandonei, me deixei não em segundo, mas em quarto ou quinto plano. Deixei de fazer coisas que eu gostava, deixei de cuidar de mim, descuidei até da minha saúde. Nesse período todo, por algumas vezes tentei retomar um pouco as rédeas da minha vida, dedicar um pouco mais de tempo a mim, mas foi algo passageiro, que não durou muito, e que logo abandonei.

E assim fui levando a vida até alguns meses atrás: dedicação extrema aos filhos, sem tempo para sair e me divertir com o marido, sem tempo para fazer as coisas que gosto (livros, filmes, seriados), me alimentando muito mal (e aí não voltando ao meu peso de antes), sem praticar exercícios (nunca mais tinha conseguido retomar as corridas que tão bem me faziam), sem tempo para as amigas, dentre tantas outras coisas que tanto curtia e que simplesmente abandonei.

Mas aí veio a depressão pós-parto que vivi após o nascimento do Caê e essa experiência forte e angustiante mexeu comigo de forma definitiva, me levando de uma vez por todas a repensar a vida que eu estava tendo.

Com a depressão eu cheguei ao fundo do poço e senti que precisava fazer uma mudança radical na minha vida para voltar a ser eu. Iniciei o acompanhamento médico e, com a ajuda da psiquiatra, coloquei as coisas nos seus devidos lugares.

Assim que melhorei significativamente da depressão e voltei a ver as coisas como ela realmente são tomei a decisão mais acertada dos últimos tempos: voltar a cuidar de mim. Me tirar lá do fim da minha lista de prioridades e me colocar em primeiro plano de novo. Voltar a olhar para dentro de mim e tentar encontrar aquela pessoa que um dia eu fui, buscar acender de novo em mim a vontade de ser feliz e buscar o prazer em coisas que não fossem somente os filhos.

E assim mudei. E assim dei um jeito de encontrar tempo para cuidar de mim e fazer aquilo que tanto prazer me dá. E assim iniciei pequenas mas significativas mudanças na minha vida que tão bem estão me fazendo.

Há quase 3 meses decidi que iria reorganizar a minha rotina para conseguir encaixar no meu dia a dia algumas coisas que são importantes para mim e que me fazem muito bem. E pela primeira vez, em quase 4 anos, estou efetivamente conseguindo levar adiante essa decisão e fazer as coisas acontecerem. Agora, a cada 15 dias saio uma noite sozinha com o marido e o assunto filhos está proibido nas nossas conversas. Também, 1 vez por semana eu tiro uma horinha por dia para ir ao salão. Procurei uma nutricionista e iniciei uma reeducação alimentar para perder os kg a mais que ficaram da minha última gestação. Também organizei a minha rotina para conseguir correr duas vezes por semana e contratei um personal trainer para me exercitar outras duas vezes (agora me exercito quatro vezes por semana, faça chuva ou faça sol). E por fim, todas as sextas feiras, eu faço uma massagem relaxante para tirar dos meus ombros todo o peso da semana.

Foi fácil fazer todas essas mudanças e encaixar todas essas novidades na minha vida? Não, não foi. Tive que reorganizar meu tempo e meus gastos, estabelecer novas prioridades, contar com ajuda e abrir mão de algumas coisas. Claro que para conseguir fazer tudo isso tenho que me dedicar menos aos meus filhos e ao meu trabalho, mas não me culpo por isso, pois esse tempo estou dedicando a outra coisa também muito importante em minha vida: eu mesma.

Agora, quase 3 meses depois que iniciei essa mudança posso afirmar que estou muito, mas muito mais feliz e realizada. Meu relacionamento com meus filhos não piorou (pelo contrário), meu trabalho não parou, e a vida segue seu curso natural (ou seja, o mundo não acabou por eu ter voltado a olhar para mim).

Hoje, a minha vida está muito mais em equilíbrio, eu estou muito mais feliz, meu relacionamento com meu marido também melhorou, eu estou me gostando mais (já perdi alguns kg. Eba!), meu humor é outro e tudo isso também interfere no bem estar dos meus pequenos.

Assim, com esse post, quero deixar uma mensagem muito, mas muito importante para outras mães: filhos são a coisa mais importante de nossas vidas, mas não podemos esquecer também que nós existimos, temos nossas necessidades e desejos. Assim, chega uma hora que temos que voltar os olhos para nós de novo e dar um jeito de reencontrar a nós mesmas. Somos mães melhores para nossos filhos quando nos cuidamos, nos sentimos bem e estamos felizes. Com a vida em equilíbrio a gente leva a maternidade de forma mais leve.

Por isso, o meu conselho é: dedique-se aos filhos, mas dedique-se a você também. Veja se alguém pode ajudá-la com as crianças para você ter um tempo só para você, para se cuidar. Reorganize seus gastos, seu tempo, mas inclua na sua rotina coisas que te fazem bem. Pode ser uma horinha no salão, uma corrida no parque, um almoço com amigas, um noite sozinha com o marido, ou o que você preferir. O importante é você fazer dessa mudança um hábito, uma constante, uma prioridade na sua vida.

Tente fazer essa mudança aos poucos e perceba que ela é possível. Basta você querer. Em pouco tempo você perceberá os benefícios que ela trará para toda sua família, o quanto esse olhar para você mesma mexerá com todo mundo.

Você é a coisa mais importante que seus filhos tem. Por isso, cuide-se, ame-se, respeite-se. O que você fizer servirá de exemplo para eles. E amor próprio é o melhor exemplo que você pode dar.

Que o meu relato sirva de exemplo para outras mães e que traga o incentivo que faltava para voltar a se cuidar e se amar. Seus filhos merecem essa mudança.

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