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Rotavírus: entenda os sintomas e como prevenir

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Mamães, hoje vamos falar de um assunto muito sério: Rotavírus. O rotavírus é um vírus intestinal que se transmite, sobretudo, por contato físico, como um simples aperto de mão. Além disso, pode ser transmitido através de objetos contaminados, ambientes fechados, como escolas e hospitais. Já contei aqui o caso de um bebê que pegou rotavírus e meningite em um carrinho de supermercado. Ou seja, é bem mais sério do que pensamos.

No post de hoje, nossa colunista Dra. Renata Scatena, pediatra e diretora da Casa Crescer, esclarece as dúvidas mais comuns sobre rotavírus. Confira!

Dúvidas comuns sobre rotavírus

Você já ouviu falar de gastroenterite? Só de ler o nome já causa um certo mal-estar, não é mesmo?

Um cenário bem frequente nos consultórios de pediatria é:

“…Dra., o meu bebê, que tem apenas três meses, já evacuou oito vezes hoje, as fezes estão líquidas, ele está todo assado, chorando, irritado, sem dormir, tendo febre e acabou de vomitar três vezes…. Já está com o olho fundo e sem fazer xixi…”

A gastroenterite é causada pelo rotavírus. É, portanto, uma infecção intestinal que causa sintomas incômodos, desagradáveis e que debilitam. Podem levar à desnutrição, desidratação e internação hospitalar. A maioria das crianças se infectam nos cinco primeiros anos de vida. Porém, os casos mais graves ocorrem, principalmente, em crianças até dois anos de idade. Em adultos é mais rara. Geralmente, acontece quando ocorrem surtos em espaços fechados, como escolas, ambientes de trabalho e hospitais.

Pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a infecção pelo rotavírus é a causa mais comum de diarreia em crianças menores de cinco anos em todo o mundo, sendo, por isso, responsável por aproximadamente 600 mil mortes por ano e 40% das hospitalizações por gastroenterites. Abaixo, esclareço as dúvidas mais comuns.

Quais são os sintomas mais frequentes?

Diarreia caracteristicamente aquosa, com aspecto gorduroso e caráter explosivo, durando de quatro a oito dias, geralmente acompanhada de bastante vômitos e febre.

Qual o intervalo entre a contaminação e início dos sintomas?

A doença apresenta curto período de incubação (tempo entre o contato com o vírus e início dos sintomas) com início abrupto, vômitos em mais de 50% dos casos, febre alta e diarreia. Por fim, culminando em grande parte dos casos com desidratação.

Como é feito o diagnóstico?

Através da história e exame físico realizado pelo pediatra. Para confirmação viral, por fim, existem exames de fezes que detectam o rotavírus.

Sinais de alerta que necessitam avaliação médica imediata:

  • Queda do estado geral
  • Febre por mais de 72hs
  • Sangue nas fezes
  • Diminuição do xixi
  • Sonolência ou irritabilidade
  • Recusa aceitação líquidos por boca
  • Choro sem lágrimas
  • Olhos fundos

A avaliação médica é muito importante. Por isso, o pediatra é quem deverá orientar todo o tratamento da criança, inclusive formas de hidratação oral.

Como é a transmissão ?

A transmissão é através da eliminação viral nas fezes seguida de contato oral, seja por água tanto quanto por alimentos, por contato pessoa a pessoa e objetos contaminados.

Formas de prevenção:

  • Incentivo ao aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e complementado até 2 anos ou mais,
  • Higiene das mãos, água, alimentos e utensílios que o bebê leva à boca
  • Vacina

Sobre as vacinas:

A vacina é recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e utilizada em 89 países de todos os continentes em seus calendários de vacinação. Como resultado, existem duas vacinas disponíveis:

  • Monovalente (Rotarix®/GSK), administrada via oral, em duas doses (aos 2 e 4 meses) adotada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).
  • Pentavalente (RotaTeq®/Merck), com esquema de três doses, disponível na rede privada. Inúmeros estudos de efetividade têm demonstrado um grande impacto na redução de hospitalizações e óbitos relacionados a este agente em diferentes cenários epidemiológicos

Quais as principais reações pós vacina?

As reações mais comuns das vacinas rotavírus são: irritabilidade, febre, vômitos e, além disso, diarreia.

A vacina pode causar alergia a proteína do leite de vaca (APLV)?

Não! Até o momento NÃO existe NENHUM estudo que demonstre associação entre APLV em crianças vacinadas contra o rotavírus. A vacina pode, raramente (0,6%), causar sangue nas fezes pela hiperplasia nodular linfoide que na maioria dos casos é leve e não requer tratamento específico, mas necessita seguimento com o pediatra do bebê.

Resumindo: As Sociedades Brasileiras de Imunizações (SBIm), Pediatria (SBP) e Alergia e Imunologia (ASBAI) reafirmam a eficácia e a segurança das vacinas rotavírus e recomendam, portanto, o uso rotineiro no calendário vacinal da criança, face a grande importância e impacto que a doença tem na saúde infantil. A vacina reduz o risco de internação hospitalar e até mesmo óbito.

Confira nesse vídeo, 10 dicas para aumentar a imunidade em crianças e adultos:

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