Quem me acompanha nas redes sociais sabe que, na semana passada, o Caê, meu filho mais novo, foi diagnosticado com H1N1. Assim que eu divulguei essa informação, uma avalanche de mães me contatou, através do Facebook, Instagram e email, com dúvidas das mais diversas: quais os sintomas da gripe H1N1, como se prevenir, como é o tratamento, entre outras coisas.
Aparentemente, estamos passando pelo início de um surto dessa doença em São Paulo. Bom, pelo menos na cidade de São Paulo tudo me leva a crer que sim. No hospital, quando o Caê estava consultando, diversas outras crianças estavam com os mesmos sintomas e também foram diagnosticadas com o problema e o principal medicamento que trata a doença está em falta em toda a rede privada de hospitais e farmácias.
A fim de evitar que esse problema se alastre ainda mais, para responder os questionamentos sobre a doença e para buscar proteger o maior número possível de crianças, achei importante fazer esse post.
Para isso, convidei a fisioterapeuta Raquel Vasques Escobar, Fisioterapeuta pós-graduada em Fisioterapia Respiratória e Pneumologia pela Universidade Federal de São Paulo e consultora materno infantil para medidas preventivas de saúde.
Raquel traz informações bem completas e claras sobre a H1N1 e muito úteis para evitarmos que o surto dessa doença se prolifere.
Por favor, leiam com atenção, compartilhem essas informações com sua família, amigos e conhecidos (principalmente quem tem filhos pequenos) e ajudem a evitar que H1N1 torne-se uma situação ainda mais delicada do que já está.
Tudo que você precisa saber sobre a gripe H1N1
Por Raquel Vasques Escobar
A gripe H1N1, ou influenza A, é provocada pelo vírus H1N1 da influenza do tipo A. O período de incubação varia de 3 a 5 dias. A transmissão pode ocorrer antes de aparecerem os sintomas. Ela se dá pelo contato direto com objetos contaminados e de pessoa para pessoa, por via aérea ou por meio de partículas de saliva e de secreções das vias respiratórias que podem estar em locais e objetos compartilhados e/ou de uso coletivo.
Transmissão e grupos de risco
Embora ninguém esteja imune de contrair o vírus A/H1N1, existem alguns grupos de risco, que, em caso de contaminação com a gripe, podem apresentar complicações do quadro, como a pneumonia, pela fragilidade do sistema imunológico. São eles:
- Idosos
- Crianças (principalmente as menores de 2 anos)
- Pessoas com problemas respiratórios, como bronquite
- Pacientes em tratamento de câncer
- Doentes crônicos (cardíacos, diabéticos, hipertensos, pessoas com insuficiência renal, entre outros)
Sintomas
Os sintomas da gripe H1N1 são semelhantes aos causados pelos vírus de outras gripes: de início repentino, tosse, coriza, cansaço e falta de apetite. Pode associar dor muscular, de cabeça, de garganta e irritação nos olhos. Ainda, requer cuidados especiais a pessoa que apresentar febre alta, acima de 38º, 39º.
Informação adicional: medida simples e eficaz para acabar com a tosse. Confira o vídeo.
Diagnóstico
Feito através dos sintomas e confirmado por exames laboratoriais rápidos que revelam se a pessoa foi infectada por algum vírus da gripe e detectam a presença do vírus H1N1.
A vacina é produzida por vírus inativados (vírus mortos e fracionados). Não existe, portanto, o risco de se adquirir gripe por meio da vacina.
Pode ser administrada a partir dos seis meses de idade desde que não haja contraindicação.
A proteção começa a existir aproximadamente após duas semanas (15 dias) da administração, prolongando-se por cerca de um ano
A vacina é distribuída anualmente no Brasil por meio de campanhas contra a gripe (gratuitamente através do sistema público de saúde para alguns grupos – crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes, idosos, etc… – e através da rede particular de saúde para todos os grupos – nesse caso ela é paga) . Os efeitos colaterais são insignificantes se comparados com os benefícios que pode oferecer na prevenção.
Maiores detalhes sobre a vacina você encontra aqui (blog Macetes de Mãe) e aqui (site do Hospital Albert Einstein). E para informações sobre as vacinas do ano de 2016 (quais os tipos, onde encontrar, etc…), clique aqui (post publicado em 28/03/16)
Recomendações para prevenção
- Evitar contato direto com pessoas gripadas.
- Evitar permanecer em locais fechados com grande aglomeração de pessoas.
- Lavar frequentemente as mãos com bastante água e sabão ou desinfetá-las com produtos à base de álcool (principalmente depois de tossir, espirrar e de usar o banheiro).
- Utilizar álcool gel corretamente e sempre que utilizar locais públicos e objetos compartilhados. O GEL deve ser friccionado até completa absorção.
- Higienizar aparelhos celulares com álcool 70% e papel toalha. Celulares estão sempre nas mãos das pessoas e costumam ser grande fonte de transmissão.
- Jogar fora os lenços descartáveis e máscaras usados para cobrir a boca e o nariz, ao tossir ou espirrar;
- Ao menos 2 vez por dia, limpar as narinas com soro fisiológico. Que já sabe assoar o nariz, deve fazer após cada lavagem. As bordas internas do nariz também podem ser higienizadas embebecidas em agua morna com uma pitada de sal.
- Não compartilhar copos, talheres ou objetos de uso pessoal.
- Ao tossir, cobrir a boca com o antebraço e não com a mão.
- Reforçar o sistema imunológico comendo alimentos ricos em vitamina C.
- Consumo de bebidas quentes – as bebidas mais quentes limpam os vírus que podem se encontrar depositados na garganta e em seguida depositam-nos no estômago onde não podem sobreviver, devido o pH local ser ácido, o que evita a sua proliferação.
- Assim que surgirem sintomas que possam ser confundidos com os da infecção pelo vírus da influenza do tipo, PROCURAR ASSISTÊNCIA MÉDICA.
- Participar da campanha de vacinação da gripe que ocorre anualmente.
- NÃO USAR MEDICAMENTOS SEM ORIENTAÇÃO MÉDICA.
Tratamento
O tratamento é o mesmo indicado para pessoas que apresentam os outros tipos de gripe: repouso, ingestão de bastante água e antitérmicos para o controle da febre. Entretanto, caso a gripe H1N1 seja identificada nas primeiras 48h, o médico poderá prescrever o uso de um medicamento específico para o tratamento dessa doença (esse medicamento só funciona se ministrado nas primeiras 48h do aparecimento dos sintomas e só pode ser comprado com receita médica).
No caso de dúvidas, consulte sempre o seu médico ou o pediatra dos seus filhos. Em épocas de rápido aumento dos casos da doença, como agora, evite buscar atendimento em hospitais e pronto-socorros para evitar a transmissão ou a contaminação com a doença. De preferência por consultar com o seu pediatra, no consultório dele, para garantir uma maior segurança dos seus filhos e das demais crianças que tiverem contato com ele.
Confira dicas do Canal Macets de Mãe para amenizar sintomas de gripes e resfriados:
Raquel Vasques Escobar
Fisioterapeuta pós graduada em Fisioterapia Respiratória e Pneumologia pela Universidade Federal de São Paulo, Consultora materno infantil para medidas preventivas. Contatos: escobar.raquel@gmail.com / whatsapp 11 98111 0275