Famoso entre as gestantes, o ácido fólico é uma vitamina de complexo B muito importante. Ginecologistas orientam que toda mulher comece a tomar esse suplemento três meses antes de tentar engravidar. Mas por que ele é tão importante? E se não tomar essa vitamina o que acontece? Nesse post, a Dra. Carolina Mocarzel, especialista em ginecologia e colunista aqui do MdM, esclarece todas as dúvidas sobre esse importante suplemento antes e durante a gravidez.
Entenda a importância do ácido fólico
O ácido fólico, folacina ou ácido pteroil-L-glutâmico, é uma vitamina hidrossolúvel pertencente ao complexo B, também conhecido como vitamina B9 ou vitamina M. Essa substância é importantíssima no processo de multiplicação celular, na formação de proteínas estruturais e na hemoglobina. Por isso, a presença abundante dessa substância no organismo da mãe é fundamental no primeiro trimestre de gestação. Período em que está sendo formado o sistema nervoso do bebê e ocorre o fechamento do tubo neural.
A deficiência de folato pode impedir a renovação celular adequada durante um momento crítico para o bebê: a formação do sistema nervoso. A formação e o fechamento do tubo neural ocorrem entre os dias 17 e 30 após a concepção. Ou seja, de quatro a seis semanas após o primeiro dia do último ciclo menstrual. Muitas vezes, nesse período, as mulheres ainda não sabem que estão grávidas. Mas, estruturas importantes do feto já estão em formação. Por isso, indicamos a suplementação de ácido fólico antes da concepção. Ou seja, quando a mulher ainda está se preparando para iniciar as tentativas de gravidez.
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Defeitos no fechamento do tubo neural podem causar, por exemplo, anencefalia, mielomeningocele e a encefalocele. A ocorrência dessas malformações está em torno de 1:1000 nascimentos sendo a anencefalia e a espinha bífida (defeito congênito em que a medula espinhal não se desenvolve corretamente) as mais comuns correspondendo a cerca de 95% dos casos. No Brasil, em 2002, tornou-se obrigatória a adição de ferro e de ácido fólico nas farinhas de trigo e nas farinhas de milho com o intuito de minimizar a deficiência da substância no organismo das mulheres.
O folato é a forma natural encontrada nos alimentos, predominantemente, em vegetais de folhas verde-escuras como a couve, o brócolis, aspargos e espinafre. Entre os grãos e frutas podemos citar feijão, lentilha, grão-de-bico, amendoim, ervilha, milho, morango, kiwi.
Quais são os problemas mais comuns de má formação por falta de ácido fólico?
- Anencefalia: é um defeito caracterizado pela ausência da calota craniana e da pele que a recobre. São casos graves e incompatíveis com a vida
- Encefalocele: é um defeito craniano. É mais comum na região posterior da cabeça do bebê e gera uma herniação cística. Popularmente falando seria um escape de parte do cérebro para fora do crânio.
- Espinha bífida, aberta ou mielomeningocele: é a ausência do arco neural e da pele que o recobre. A evolução do caso leva a lesão dos nervos que ficam expostos.
A recomendação atual é:
- Tentantes e mulheres que estão planejando engravidar – caso não haja fatores de risco prévios, histórico familiar de doenças relacionadas a defeitos de formação de tubo neural, indicamos o uso de ácido fólico sintético por pelo menos 30 dias antes de iniciar as tentativas de gravidez. Após confirmar a gestação, o indicado é manter o uso por três meses
- Mulher que apresenta fatores de risco e história prévia de gestação acometida por defeitos de tubo neural – deve receber suplementação de ácido fólico sintético iniciando 30 dias antes do dia em que planeja engravidar e manter seu uso nos três meses iniciais da gestação. Esses casos precisam de avaliação constante pelo médico ginecologista e de outros especialistas, além de exames específicos para acompanhamento do caso.
Se você está tentando engravidar ou tem uma amiga nessa fase, não deixe de assistir ou compartilhar esse vídeo, no Canal MdM, com informações importantes que toda mulher precisa saber antes de engravidar: