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Slow Parenting – é hora de desacelerar a criação dos filhos

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Vira e mexe surgem umas “modas”, movimentos, tendências, e em se tratando de criar filhos não poderia ser diferente. De uns tempo para cá, um termo que tenho ouvido cada vez mais e que, também, tem chamado cada vez mais a minha atenção é o Slow Parenting. Inicialmente, ouvia e não sabia do que se tratava, mas aí li uma matéria bem bacana e completa na Revista Crescer (pena que não guardei o número da edição!) e aí fiquei mais interessada ainda pelo assunto.

Basicamente, colocando as coisas de forma bem simples, o Slow Parenting prega que não devemos apressar as coisas em se tratando de criação e educação dos filhos, que temos que desacelerar a sua rotina e permitir que as coisas aconteçam no seu tempo e que isso, inclusive,  segundo especialistas, resulta em crianças com mais iniciativa.

Slow Parenting
Photo Credit: jDevaun.Photography via Compfight cc

A verdade é que vivemos uma “onda” na qual os pais querem, a todo custo, criar, desde muito cedo, crianças “super poderosas”, inteligentes, desenvolvidas e preparadas para a vida e até para os desafios profissionais. Então, ainda bem bebezucos, eles são estimulados (quase forçados, em alguns casos) a sentar, engatinhar, andar, falar e, logo depois, um pouquinho mais velhos, já são colocados em aula de Inglês, Mandarim, esportes e até programação (sim, aula em que crianças muito muito novinhas aprendem a linguagem da programação de computadores. Não lembro onde vi isso, mas tem um país onde isso já entrou até na grade curricular).

E tudo isso para quê? Para preparar os pequenos para esse mundo super competitivo no qual a gente vive, que parece sempre uma eterna luta e corrida, e no qual os nossos filhos não podem ficar para trás.

Mas, antes de mais nada, criança é criança. Ponto! Criança tem que brincar, se divertir, não ter cargas e cobranças em cima dela. Ela tem que ter espaço e incentivo para se desenvolver, mas no tempo dela, sem pressa, sem pressão, sem obrigação, se não, a infância, talvez o único período da vida em que não somos mortalmente cobrados (ou não deveríamos ser) acaba sendo jogada no lixo.

Sou contra estimular a criança a desenvolver seu potencial? Não, claro que não. Pelo contrário, acho que todas as crianças devem receber incentivos para isso, mas aqui falo de ajudar a criança a desenvolver aquilo que é natural para ela, que está dentro do seu “timing” próprio, sem correria, sem pressa, sem pressão, sem colocar o carro na frente dos bois. E no meu entendimento, é exatamente isso que o Slow Parenting prega.

Quando o Leo era bem bebezinho, tinha um mês, mais ou menos, eu perguntei, num grupo de discussão do qual participava, que brincadeiras eu poderia fazer com ele para ajudar no seu desenvolvimento. Nessa fase, de recém mãe, eu ainda sentia que fazia parte do meu papel (quase uma obrigação) estimular o Leo, ajudá-lo a se desenvolver, aprender, crescer, partir o quanto antes para a próxima fase. Mas gente do céu! Ele tinha um mês! Como assim eu estava preocupada com estítulos e desenvolvimento/aprendizado? Doidinha!

Depois, com o passar dos meses, eu fui relaxando, achando/sentindo que não precisava, a toda hora, fazer algo para estimular ou ensinar o meu bebê. E lembro que quando ele estava na fase de engatinhar e andar, ouvi milhares de questionamentos, dicas e pitacos, de gente que achava que eu devia começar a estimular o Leo nesses aprendizados, já que ele estava “atrasadinho”. Ouvi coisas como: você deve colocar uma toalha sob os bracinhos dele e segurar as pontas, assim ele anda mais fácil; você deve colocar os pezinhos dele sobre os seus, segurar nas nãos, e aí andar para ele ver como é; você deve usar andador; e por aí foi (e isso só para andar, fora o resto!).

Quando eu ouvia tudo isso e não fazia nada, porque simplesmente eu achava que não tinha que fazer (era mais que achar, era como se eu sentisse que aquilo era desnecessário), eu até me questionava se não estava dando uma de mãe preguiçosa e acomodada enquanto outras mães eram super mães e “ajudavam” seus filhos nesses desafios. Mas essa dúvida só perdurou até eu ler essa matéria da Crescer, sobre Slow Parenting, que justamente diz “no rush”, sem pressão, sem cobranças, sem estímulos exacerbados. A criança vai fazer as coisas no seu tempo e precisa de espaço e liberdade para atingir os marcos quando for a hora DELA atingir esses marcos.

Depois disso, relaxei. Vi que, sem saber, eu já era uma adepta do tal do Slow Parenting e me sentia muito confortável com ele. Afinal, eu achava que não cabia eu passar o dia pensando em coisas para desenvolver meu filho, estimulá-lo, ensiná-lo. Cabia eu estar ao lado dele para brincar, conversar, cantar e me divertir. Assim como ele se divertia também. E, claro, propiciar as condições naturais para que ele se desenvolvesse por si só, fazer coisas como, por exemplo, deixá-lo solto no chão para engatinhar ou andar quando assim estivesse pronto (e manter o ambiente seguro para isso).

Sei que o Leo terá bastante tempo para aprender tudo que a vida irá cobrar dele. Assim como o Caê também terá. E que agora é hora de relaxar e ser feliz. Afinal, a gente só é criança uma vez na vida. E por pouco tempo. Muito pouco tempo.

Para quem quiser ler mais sobre o Slow Parenting, indico esses links:

Veja mais!