Categorias: Relatos e Impressões pessoais

Bode da mãe perfeitinha

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We-may-not-be-perfect-mothers-but-we-are-the-perfect-mothers-for-our-children.As leitoras que são metidas as perfeitinhas que me perdõem, mas tenho bode de mãe assim. É, é isso mesmo, aquele tipo de mãe que acha que sabe tudo, que tem certeza que cria seus filhos da única forma certa da face de terra, que não entende que há realidades diferentes da sua e vive apontando o dedo na cara das outras me dá nos nervos. Ah se dá.

E se alguém estiver lendo isso e pensando “Ah, é inveja! É inveja porque ela não é uma mãe tão boa assim, não é uma super mãe como eu”, eu afirmo, reafirmo, garanto e juro para vocês: não é. Não é porque eu simplesmente não acredito que essa mãe exista de verdade. Para mim, a mãe perfeita simplesmente não existe. Se é impossível ser um ser humano perfeito, imagine ser uma mãe perfeita! Afinal, é mais difícil ser mãe que ser ser humano. No way! Impossible. Não tem como.

Para mim, essas mães que se acham as perfeitas e ficam por aí sambando de salto agulha na cara e na dignidade das outras, de duas uma: ou são tão cegas que não vêem um palmo na frente do seu nariz ou simplesmente se enganam e enganam os outros. São cegas quando nem sequer percebem as homéricas “cagadas” que fazem na do alto da sua impáfia de mãe perfeita  e se enganam e enganam os outros quando desfilam por aí  fazendo todo mundo crer que elas são O exemplo de mãe a ser seguido, enquanto, na verdade, escondem um cadáver no armário, como se diz o ditado (acho que isso é o que mais tem. Na boa!).

Graças ao meu bom Deus eu nunca tive o desprazer de cruzar pessoalmente com uma criatura dessas (já não posso dizer o mesmo das redes sociais). Mas já ouvi falar, através de vários relatos, que elas existem sim. São aquelas criaturas que apurrinham a cunhada, a prima, a amiga, a vizinha, a ex-colega de faculdade dando lição de moral, criticando, mostrando tudo que a outra faz está errado e enaltecendo tudo que a própria dita faz de certo.

Graças a Deus eu só cruzo por aí com mães reais, com mães que também aprendem, não só ensinam, mães que também reclamam, não só se vangloriam, mães que também choram, não só imprimem um sorriso seco, duro e gelado na sua cara de mãe perfeitinha. As mães que eu tenho o prazer de conviver não tem medo de admitir que erram, não tem medo de admitir que cansam, não tem medo de admitir que são humanas. Simples assim.

Essas outras, que acham que deveria ser erguida uma estátua em praça pública, para as pobre coitadas reais como nós enaltecerem os seus feitos e conquistas, merecem sim essa estátua, mas só se for para os pombos cagarem em cima.

Me desculpem as palavras de baixo calão, mas é que eu não sou perfeitinha. Só real.

 

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