Na metade de dezembro, mais ou menos, o Léo começou a ficar meio “baqueadinho”. Num certo dia, ele não estava com o “brilho” e ânimo de sempre. Mas se durante o dia ele ficou quietinho, à noite ele resolveu botar a boca no trombone. No meio da madrugada eu acordei com ele aos berros e quando fui tirá-lo do berço ele queimava em febre. Nem precisei medir a temperatura para ter certeza que ela estava alta, bem alta.
Na hora mediquei com o antitérmico de sempre, passei o resto da madrugada com ele no colo e no dia seguinte fui esperando ele melhorar. Não liguei para o pediatra, pois achei que era só um resfriadinho e pronto (até porque o nariz dele também estava escorrendo um pouco), só que aí ele parou de comer.
Tadinho! Até abria a boca, colocava o alimento para dentro (dava perceber que ele tinha apetite e fome), mas segundos depois ele cuspia e começava a chorar. Na hora minha sogra disse: isso está com cara de dor de garganta. E quando uma mãe de quatro filhos dá pitaco, não dá para desconsiderar, afinal, experiência é o que não falta.
Bom, aí, por mais tranquila que eu seja quanto a resfriados e males mais “leves”, liguei correndo para o pediatra e marquei uma consulta. Assim que ele examinou o Léo veio o diagnóstico: estomatite.
Na hora pensei: mas como é que ele conseguiu ver um problema no estômago se só fez um exame na garganta? Bom, a resposta era simples: o problema não era no estômago, por mais que o nome pudesse indicar, mas na garganta. Ele estava com três aftas enormes (para a sua pequena boquinha) e por isso não conseguia engolir e por isso também teve febre forte.
Descobri, nessa consulta, que “stoma” em grego significa boca, e por isso aftas na boca e garganta são chamadas de estomatite.
Bom, depois dessa, prometi que iria fazer um post sobre o assunto, para que outras mães não passassem tanto tempo totalmente alienadas sobre o tema como eu passei.
Aí vai:
O que é essa tal de estomatite?
A estomatite é uma virose que costuma acometer crianças e que dá aftas na boca e garganta. Na maioria dos casos ela é causada por um vírus da herpes que nós mesmos carregamos no organismo mas, em outros, ela é causada por um vírus chamado coxsakie e, nesse caso, além das tais aftas caraceterísticas da estomatites, a criança também terá pequenas lesões (bolinhas vermelhas) nas mãos, pés e do lado de fora da boca (a do Léo foi do primeiro caso).
Quais são os sintomas da estomatite?
O principal deles é o aparecimento de pequenas aftas (de um a cinco milímetros de diâmetro) no interior da boca e garganta, as quais causam bastante desconforto e dor, o que leva a criança a parar de comer. Além disso, a criança poderá ter febre alta (até 40 graus, não duvido que o Léo chegou a isso) e ter os gânglios do pescoço aumentados.
A estomatite é perigosa?
Normalmente não, em alguns dias ela tende a passar. Entretanto, em casos raros, ela pode se espalhar e atingir os olhos, prejudicando a córnea de forma irreversível. Por isso, se seu filho estiver com estomatite e você perceber que ele está com os olhos vermelhos, lacrimejantes e estiver sensível à luz, leve-o a um médico o quanto antes.
Como se trata a estomatite?
Por ser causada por um vírus, não há um tratamento específico para a estomatite. A melhor solução é esperar o problema passar, o que deve acontecer entre 10 e 14 dias. Nesse tempo, há alguns cuidados que podem ser tomados para amenizar o desconforto: checar com o pediatra se ele indica algum medicamento para dor, oferecer bastante líquido, de preferência fresco, e oferecer também alimentos frescos ou gelados (acesse esse post do blog Delícias do Dudú para dicas de alimentos que podem ser oferecidos enquanto a criança estiver nesta fase).
Em que faixa etária ela é mais comum?
De uma cinco anos. Mas pode ocorrer antes ou depois.