Tem uma hora em que a gente tem que decidir se coloca ou não o filho na escolinha/creche/berçario. E tem outra (que muitas vezes é a mesma) em que nos cabe decidir se ele vai ficar em período integral ou meio período.
Para muitas mães, aquelas que trabalham em período integral, optaram pela escola e não tem babá ou outra pessoa que ajude (avó, dia, pai), não tem muita dúvida: o filho vai passar lá o dia todo e pronto. Mas como é que funciona no caso de mães que tem uma maior flexibilidade de horários e podem ficar com o filho meio período (caso em que eu me enquadro)?
Bom, sinceramente, isso irá varia muito de situação para situação, de caso para caso e de momento de vida para momento de vida. E já explico por que.


Quando o Leo entrou na escolinha, com quase dois anos (ele tinha entrado antes, mas acabou não dando certo, por conta da sua saúde, e tiramos), ele entrou para ficar só meio período. Nessa época, ele ainda tinha a sua soneca da tarde e eu não estava grávida. Assim, ele ia para a escola de manhã e, à tarde ele ficava em casa, descansando por 2 a 3h, enquanto eu seguia trabalhando.
Mas aí o tempo passou, algo aconteceu (até hoje eu busco uma explicação, mas não achei) e, de um dia para o outro, o Leo abandonou a soneca da tarde. Uns dias dormia, outros não, quando dormia era uma briga para pegar no sono e eu me descabelava e trabalhava madrugada a dentro para dar conta das horas da tarde que não podia mais me dedicar ao blog (que é meu trabalho).
Levei essa situação desse jeito (cuidando do Leo à tarde e trabalhando de noite e de madrugada para compensar) até descobrir que estava grávida, ficar muito, mais muito cansada, e perceber que precisava colocar certa ordem na minha rotina para garantir a minha saúde e a do novo bebê que estava para chegar.
E assim, decidi colocar o Leo em período integral na escola. Quer dizer, o integral lá na escolinha dele é de 7h45min até 18h30min e o Leo fica só de 9 às 17h30min, mas eu considero isso integral sim, mas um integral reduzido. E, claro, me questionei se estava fazendo certo ou não, se não estava prejudicando o meu filho, se não iria me arrepender depois, mas acabei seguindo o meu coração e ele dizia que sim, seria bom para nós dois o Leo ficar um tempo maior na escola, eu ter tempo para dar conta de tudo que envolve o meu trabalho, a casa, a nova gravidez e, no tempo que ficasse com ele, conseguir me dedicar de corpo e alma ao meu pequeno.
Lembro que, quando o Leo estava de férias e eu ainda decidindo se ele iria para a escola integral ou não no semestre que iria iniciar, sugeri para uma amiga essa alternativa. Ela trabalha como blogueira como eu, tem uma rotina insana como a minha, tem uma filha para criar e se desdobra em 20 para dar conta de tudo. E, claro, estava reclamando que não tinha tempo para mais nada. Quando ouvi isso, questionei por que então ela então não colocava a filha integral na escola, como eu estava pensando em fazer, e ela disse que não gostava dessa opção. Na hora, isso me gravou. Não cheguei a perguntar por que, mas fiquei pensando nisso por dias, acho que semanas, e depois voltei a tocar no assunto com ela.
Quando perguntei os motivos dela não querer escola integral para a filha ela simplesmente respondeu que sentia que isso não seria bacana para elas. Que ela queria passar mais tempo junto da filha, mas que super entendia a minha escolha e até apoiava, afinal, o meu coração mostrava como melhor alternativa outra opção.
Depois dessa nossa segunda conversa, realmente, acalmei meu coração. Senti sim que, para mim e para o Leo, nesse atual momento de nossas vidas, ele ficar mais tempo na escola é a melhor alternativa. Ele ama a escola onde está, sei disso porque acompanho tudo de perto, fico ligada em tudo que ele comenta, observo suas reações ao chegar e sair de lá e estou super segura quanto a isso. Além do mais, sinto que hoje, mesmo ficando menos horas com o Leo, o tempo que estou com ele estou com ele de corpo e alma, bem aquela coisa “dedicação total a você”. Aí não ligo computador, não trabalho e evito ao máximo pegar o celular. De manhã são quase duas horas que a gente aproveita juntos e, no final da tarde, são mais três. Nesses momentos, eu sou dele. Totalmente dele, e a gente passeia, brinca, desenha, lê e se diverte.
Hoje, para mim, esse é o arranjo perfeito, pois eu me dedico a cada coisa no seu tempo e sinto que estou fazendo o meu melhor em casa uma dessas horas (na hora que é de trabalho e na hora que é de ficar com o filho). Ou seja, eu fiz as pazes com essa minha escolha, porque ouvi o meu lado racional mas tomei uma decisão de coração, com a qual estou em paz.
Assim, se você é uma mãe que também tem um ou mais filhos em período integral na escola, mas no resto do tempo é uma mãe fofa, querida, presente, carinhosa e dedicada, não tem por que se culpar. A gente não precisa ser aquela mãe perfeita e tudo de bom todo o tempo. Se no tempo que estivermos com nossos pequenos a gente realmente estiver com eles, dando a atenção, amor, carinho e afeto que eles precisam e merecem, estamos fazendo muito bem a nossa parte.
E para ser sincera, já vi muita mãe encher a boca para dizer que é mãe em tempo integral e que não “terceiriza”a criação dos filhos (nem eu, cara pálida!) mas que, no fundo, vive irritada e insatisfeita com essa situação (lembrando que não é regra, é exceção, mas que tem, ah tem!) e desconta isso nos pequenos, que não tem que pagar o pato de forma alguma
Ou seja, aqui, o que vale é decidir o que é o melhor para cada mãe, cada criança e cada família, e com base naquilo que o núcleo está vivendo naquele momento, porque nem tudo é para sempre (como eu, que estava super satisfeita com o Leo meio período na escola mas que depois, sem ele dormir à tarde e eu estando grávida, tive que mudar o arranjo). Assim, se você achar melhor cuidar todo o tempo do filho, ótimo. Se acha legal deixá-lo com babá mas é uma mãe super presente, também está valendo. Nada de errado com isso! Se prefere escola meio período e resto do tempo se dedicar ao filho (e se isso funciona para você), perfeito! E se escola integral foi o que fez as coisas funcionarem, tudo certo e nada de culpa! Pois, o que importa, de verdade, é o amor, dedicação e cuidado que entregamos aos nossos quando estamos com eles e não necessariamente as horas passadas lado a lado, se elas não forem bacanas e prazerosas.