Nos últimos tempos, tem se falado muito sobre a hepatite misteriosa. No post de hoje, você vai entender um pouco mais sobre essa doença e como ela vem preocupando os médicos.
Quem conversa com a gente sobre o assunto, é a Dra. Ana Jannuzzi. Confira!
Hepatite misteriosa: fiquem atentos aos sintomas
Seja pela descoberta de uma nova variante ainda não estudada ou pelos riscos que a patologia causa, principalmente, nas crianças pequenas, o fato é que a ”hepatite misteriosa” preocupa tanto a comunidade médica e científica como também as famílias. Mas o conselho que tenho dado, como médica e mãe de duas pequenas, para os pais que me seguem é: fiquem atentos aos possíveis sintomas. Quanto antes identificada, maiores são as chances de um tratamento de ótimo resultado e sem sequelas.
Aqui no Brasil, o Ministério da Saúde tem publicado notas diárias sobre os estudos de casos da nova cepa, que já teve 614 casos notificados em mais de 20 países. Por aqui, até então, foram registrados 76 casos suspeitos da doença, sendo 12 descartados. O órgão, inclusive, montou uma sala de situação para monitorar e acompanhar os casos no Brasil. O que temos até agora é que a hepatite misteriosa é uma inflamação do fígado. E que está ocorrendo em crianças de um mês até adolescentes de 16 anos.
O que as pesquisas dizem
Segundo pesquisas recentes e avaliações, a hipótese mais plausível, até então, sobre essa nova variante pode estar ligada a um vírus chamado adenovírus do tipo 41F. Estudos mostraram que ele estava presente em 70% dos pacientes diagnosticados com a hepatite misteriosa. Além disso, outra situação é a de que algumas crianças que foram diagnosticadas com essa hepatite, tiveram resultado positivo para Covid-19. Outras, ainda, tiveram a associação dos dois vírus juntos. Vale destacar também, que a Organização Mundial da Saúde (OMS) já descartou a relação da hepatite misteriosa com a vacinação contra a Covid-19. Isso porque a maior parte dos acometidos pela nova cepa da hepatite ainda não foi imunizada com esta vacina.
A nova cepa da hepatite tem preocupado a comunidade médica e as famílias, pois evolui rápido para o quadro grave, que impacta no funcionamento do fígado. Isso pode levar chegar ao caso de um transplante de fígado. Como ocorreu, por exemplo, com 26 crianças na Europa. E aqui, no Brasil, com um menino de 4 anos e um adolescente de 14 anos. O que também é um ponto de atenção, já que poucos centros de transplantes hepáticos no Brasil realizam o procedimento em pacientes entre 0 e 17 anos.
O que fazer?
Pensando que ainda estamos em um contexto de pandemia, todos estamos assustados. E a notícia do crescimento rápido de casos dessa hepatite misteriosa traz mais um alarde. Porém, como mãe e médica, sugiro aos pais que fiquem atentos aos sintomas da doença, como dor na barriga, mal-estar, vômitos, pele amarelada (icterícia), fezes esbranquiçadas e urina escurecida (o que chamamos de colúria). Nesses casos, a avaliação médica é fundamental, pois haverá uma análise das enzimas hepáticas para iniciar os cuidados adequados. Além disso, como não temos muitas informações sobre a doença, o que a OMS recomenda é que o foco seja na prevenção. Ou seja, com as medidas básicas de higiene, como lavar as mãos, cobrir a boca ao tossir e espirrar.