Bronquiolite e a pneumonia são palavras que toda mãe tem no vocabulário. Só quem já teve um filho com bronquiolite sabe o sofrimento que é. Caê, aos 3 meses de idade, foi internado no hospital com bronquiolite. Gente, não gosto nem de lembrar desse período, porque o sofrimento não durou somente o tempo que ele esteve internado efetivamente (foram 3 dias), mas meses após. Caê, ao sair do hospital, teve que fazer fisioterapia respiratória em casa (com fisioterapeuta capacitado) por quase 2 meses (para não ser obrigado a voltar para o hospital) e, na sequência disso, mesmo com todos os cuidados, ainda tornou-se um bebê chiador.
Enfim, toda essa introdução é para tentar passar para você um pouquinho do que eu vivi com o Caê e que, de verdade, não desejo que ninguém viva (por meses, carreguei o sentimento que eu poderia perder meu filho a qualquer momento, o que acabou desencadeando em mim uma depressão significativa, sobre a qual eu já falei aqui algumas vezes).
Entretanto, como só relatar o que eu passei não basta, compartilho com vocês algumas informações bem importantes sobre a bronquiolite, para que vocês entendam o problema e possam prevení-lo.
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O que é a bronquiolite?
A bronquiolite é uma inflamação dos bronquíolos, uma das regiões mais profundas das vias aéreas dos pulmões. A bronquiolite é normalmente causada por um vírus, conhecido como VSR – Vírus Sincicial Respiratório. Ou seja, ele é um vírus que causa infecções respiratórias e pode ser responsável por até 80% das bronquiolites (e também por 40% das pneumonias em crianças menores de 2 anos de idade).
Os bronquíolos são a última porção da árvore respiratória antes dos alvéolos. Por isso, qualquer processo inflamatório que acomete os bronquíolos causa inchaço, diminuindo a passagem de ar e aumentando a produção de muco dentro das vias aéreas, o que gera desconforto respiratório na criança.
- Quais são os sintomas da bronquiolite:
O período de incubação do VSR costuma ser de 2 a 5 dias. Os primeiros sintomas são típicos de qualquer resfriado: coriza, espirros, tosse e febre baixa (exatamente como começou a bronquiolite do Caê). Na maioria das crianças, o vírus permanece nas vias aéreas superiores. Já nas crianças com menos de 02 anos, o vírus pode alcançar áreas mais profundas da árvore respiratória, atacando os brônquios e bronquíolos, levando assim à bronquiolite.
Na bronquiolite, os sintomas costumam aparecer 2 a 5 dias após o aparecimento dos sintomas de “resfriado”, evoluindo com:
- Recusa alimentar
- Cansaço para mamar
- Broncoespasmo (chiado no peito)
- Sonolência (criança fica menos ativa)
- Tosse persistente
- Nos casos de bronquiolite grave, a criança pode apresentar dificuldade respiratória.Por aqui, o que mais nos chamou atenção e que nos fez correr para o hospital com o Caê foram os broncoespasmos (chiado no peito) e a dificuldade em respirar (respiração mais curta e rápida, peito subindo e descendo ao respirar) e dificuldade em mamar (justamente porque ficava cansado por não conseguir respirar direito).
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Como a bronquiolite é transmitida?
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A transmissão do VSR se dá através do contato direto com secreções respiratórias de pessoas doentes ou através de objetos contaminados. A infecção ocorre, portanto, quando o vírus atinge os olhos, boca ou nariz e pode haver evolução da entre a bronquiolite e a pneumonia.
- Como proteger o bebê?
- Todas as pessoas que cuidam do bebê devem lavar as mãos frequentemente.
- Não deve-se jamais fumar próximo ao bebê.
- Deve-se evitar o contato com pessoas que apresentem alguma doença respiratória aguda.
- Evitar ambientes aglomerados com o bebê: como supermercados, shoppings, clubes.
- Deve-se evitar colocar o bebê em creche ou escolinha muito cedo ou, pelo menos, durante o período de sazonalidade do vírus ou deve-se restringir a frequência do bebê a esse ambiente nesse período (para saber mais sobre a sazonalidade vírus acesse: https://tempodeprevenir.com.br/circulacao-do-virus/)
- Estimular o aleitamento materno que ajuda a melhorar o sistema imunológico do bebê.
- Grupo de risco:
Grupo de risco são aquelas crianças que, expostas ao vírus, têm maior chance de desenvolver complicações:
- Crianças menores de 2 anos portadoras de cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica.
- Crianças prematuras com idade gestacional menor que 35 semanas.
- As crianças menores de 2 anos portadoras de doença pulmonar crônica da prematuridade. (Displasia Broncopulmonar)
- Crianças com baixo peso ao nascer.
- Crianças abaixo de 1 ano de idade (mais perigosa ainda para crianças abaixo de 6 meses)
- Imunização:
Não há vacina que evite a bronquiolite e a pneumonia, entretanto, existe um medicamento que previne a infecção por esse vírus que está indicado para alguns bebês que apresentam maior risco de gravidade (procure o pediatra ou profissional de saúde que acompanha seu bebê para saber sobre a imunização contra o VSR).
Veja também: Bronquiolite – Prevenção e Tratamento
Com esse medicamento, o bebê recebe uma proteção extra, evitando que o VSR se multiplique nas células respiratórias da criança e impedindo assim uma infeção mais grave. Esse tipo de prevençao é chamado de imunização passiva e está indicado para os grupos de maior risco.
A imunização está disponível em todo o território nacional tanto pelo SUS (Sistema Único de Saúde), quanto pelos planos de saúde, para os bebês, quando preenchidos ao menos um dos seguintes critérios:
- Prematuros com idade gestacional ao nascimento menor do que 29 semanas, menores de 1 ano de idade.
- Crianças com cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica até o 2º ano de vida.
- Crianças com doença pulmonar crônica da prematuridade, independente da idade gestacional, até o 2º ano de vida.
Para saber mais sobre esse assunto, bronquiolite e a pneumonia, acesse: https://www.tempodeprevenir.com.br/
INFORMAÇÃO IMPORTANTE:
Mesmo em tempos de isolamento social é importante que a carteira de vacinação do bebê/criança esteja sempre em dia, já que essa é uma das formas mais eficazes de prevenção das principais doenças infantis. No caso de dúvidas, converse com o seu médico.
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