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A eu que eu não sou

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Captura de Tela 2014-03-06 às 22.42.03A eu que eu não sou é tranquila, leve e vive de bom humor. Está sempre sorrindo, leva a vida numa boa, esquece rapidinho toda e qualquer ofensa ou crítica e vê o mundo cor de rosa. A eu que eu não sou engole alguns sapos pelo bem geral da nação, diz tudo que pensa, mas são sempre palavras doces e bem educadas e e nunca reclama de nada.

A eu que eu não sou escuta, pondera, racionaliza, aceita e no instante seguinte está fazendo tudo certinho, como o outro acha que tem que ser. A eu que eu não sou não decepciona, não dá vexame, não faz ninguém roxo de raiva ou bege de vergonha. A eu que eu não sou é uma lady, sabe se portar, sabe se vestir, sabe fazer exatamente o que os outros esperam que ela faça.

A eu que eu não sou dorme oito horas de sono diárias (bem que eu queria!), não sofre de stress, não sabe o é perder as estribeiras e nunca altera o tom de voz.

A eu que eu não sou, é a eu que tantas pessoas adorariam que eu fosse, mas é a eu que dificilmente um dia eu conseguirei ser. Isso porque, a eu que eu sou é meio louca, meio insana, totalmente sincera e absolutamente humana.

A eu que eu sou grita de raiva, mas também gargalha de alegria. Dorme cedo, mas também vara madrugada. Toma chá às cinco da tarde, mas também enche à cara às cinco da manhã.

A eu que eu sou, é a amiga de todas as horas, a filha que queria ser mais presente, a mãe que se descabela para dar conta do recado e a esposa que nem sempre agrada (mas que quando agrada é pra arrasar).

A eu que eu sou é ainda a eu que estou tentando ser, construir, fazer e acontecer. A eu que eu sou, é uma eterna mudança, de alguém que tem algumas crenças imutáveis e muitas certezas que topa jogar por terra, porque a vida é assim, flexível.

A eu que eu não sou, talvez um dia venha a ser. Só o tempo dirá.

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