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Ansiedade da separação

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Recebi um e-mail de uma leitora que me perguntava se existe ansiedade da separação do bebê em relação ao pai. Ela me relatou que sua filha tinha 11 meses e no decorrer de seus 8, 9 meses entrou na temida ansiedade da separação com ela num nível que ela não podia sair do lado da bebê que ela chorava muito. O tempo foi passando e tudo se tranquilizou, ela podia sair do mesmo cômodo que sua filha não chorava mais. Porém, ela começou a enfrentar o mesmo problema em relação ao pai. Ele sai de perto e a bebê chora descontroladamente.

Perguntei a nossa colunista, a psicóloga Fernanda, se esse comportamento era normal. E ela nos respondeu que sim, é muito comum bebês apresentarem a ansiedade da separação com os cuidadores mais próximos. É algo que normalmente, acontece mais fortemente com a mãe, mas que não é incomum acontecer com o pai também. Nesse post, ela explica como ocorre.

Ansiedade da separação com mãe/pai

Até por volta de quatro meses de vida do bebê, ele acredita que a mãe faz parte de seu corpo. Não consegue enxergá-la como outra pessoa. Sabe que se tiver fome algo vem para alimentá-lo assim como acontecerá com qualquer outra necessidade que ele tiver.

Porém, após este período, o bebê já é capaz de começar a perceber que ele tem um corpo e que a mãe é outra pessoa. Neste momento a mãe ou qualquer outra pessoa que cuide deste bebê se torna referência e o bebê acha que só sobreviverá se esta pessoa estiver lá para cuidar. A criança sente segurança quando estas referências estão por perto.

O bebê neste período não consegue compreender que a mãe sai, mas volta. Para ele tudo o que não está em sua vista simplesmente desapareceu e corre o risco de não voltar mais.

Nestas situações que ocorre a ansiedade de separação, sentimento que a criança tem quando os pais saem do seu campo de visão. Este sentimento faz parte do desenvolvimento da criança, pode começar em torno de quatro meses de vida, ter seu pico em torno de dez a dezoito meses e durar até aproximadamente dois anos.

Esta ansiedade pode ser tão grande que o bebê pode apresentar sintomas físicos como perda de apetite e irritabilidade.

A ansiedade de separação geralmente é passageira e se resolve quando a criança consegue compreender que a mãe sai, mas volta. Saber o que acontece na cabeça da criança quando isso acontece favorece a compreensão de suas emoções e fica mais fácil para o adulto lidar com a situação.

Apesar de ser um processo normal de desenvolvimento, há atitudes que podem ser feitas para facilitar o processo de adaptação à separação da mãe, pai ou ambos.

Atitudes que facilitam o processe de adaptação à separação

  • Sempre que for deixar o bebê com alguém primeiro deixe que a criança se vincule com esta pessoa e se sinta confortável em ficar com ela. Até que isso aconteça é importante permanecer junto com a criança.
  • Quando estão em casa e o bebê, por decisão dele, vai para outro cômodo que não consegue ter os pais em seu campo de visão aproveite a oportunidade de deixa-lo (caso o ambiente seja seguro) uns segundos para que possa fazer esta associação de que fica tudo bem mesmo sem a presença dos pais a todo momento. O processo de separação é facilitado quando começado pelo próprio bebê.
  • Esconder objetos ou brincar de esconde-esconde também pode auxiliar neste processo. A partir do lúdico a criança começa a compreender que as coisas somem do seu ponto de vista, mas que estão em algum outro lugar e que irão voltar.
  • Objetos de transição costumam ajudar durante a separação. Pode ser qualquer objeto que o bebê tenha um apego, por exemplo: fraldinha, bichinho, chupeta, cobertinha etc. Estar com este objeto pode fazê-lo se sentir mais seguro e confortável.
  • Por mais difícil que seja, sempre se despeça de seu filho. Dê a ele a oportunidade de saber que você está saindo naquela hora e não simplesmente sumindo. É importante também explicar que você sairá, mas vai voltar.

Importante ressaltar que a ansiedade de separação pode acontecer quando qualquer pessoa que cuide do bebê e que ele se identifique, saia do seu campo de visão. Ele só precisa de tempo, carinho e paciência dos pais para que esta fase passe como todas as outras de nosso desenvolvimento.

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