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Como educar os filhos de forma saudável e não violenta

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Eu acredito que é possível educar os ilhos de forma saudável e longe de violência.

Que criança grita, faz birra, desobedece e que tem dias que são bem difíceis para administrarmos isso tudo, todos nós já sabemos. Acho tudo bem darmos uns gritos de vez em quando, mas violência física já está fora de cogitação. Acredito mesmo que as palmadas não devem fazer parte de recursos a serem usados na educação de uma criança. Existem inúmeras razões para não bater numa criança.

Nesse post, nossa colunista Kênia Gondo, compartilha conosco várias estratégias de como educar os filhos de forma saudável.

Como educar os filhos de forma saudável e não violenta

*Por Kênia Gondo

Educar os filhos de forma consciente, saudável e humanizada é o sonho de muitas mães, mas alcançar este objetivo de forma consistente traz muitas dúvidas e incertezas…Será que é mesmo possível educar sem abuso psicológico, chantagem, castigo e até mesmo em alguns casos piores, bater na criança? São muitos os desafios: birras, desobediência, maus comportamentos na escola, brigas, dificuldade para dormir ou se alimentar, excesso de tecnologias, dificuldades em cumprir acordos e limites, entre outros comportamentos inevitáveis que retiram a energia dos pais, e muitas das vezes podem até mesmo deflagrar quadros importantes de psicopatologias nestes pais, pois o temperamento da criança pode trazer problemas psicológicos como ansiedade e depressão, obviamente em pessoas que apresentam predisposição. Como se comportar frente as birras, desafios a autoridade e os maus comportamentos de seus filhos de forma a manter a saúde emocional de todos?

Bater em seu filho pode educa-lo?

Muitos pais usam a desculpa de que tornaram- se pessoas de bom caráter porque apanhavam de seus pais para receberem limites…É muito importante, buscarem informações com base científica para compreenderem a gravidade de replicarem estas atitudes prejudiciais para outras gerações. São inúmeros estudos que demonstram as consequências perigosas de utilizar a famosas palmadas, assim como chantagens, gritos e energia negativa na educação de seus filhos.

Existe uma lei que proíbe as palmadas e também é consenso entre os especialistas de saúde mental que receber beliscões, tapas, chineladas entre outras formas de agressões, é algo que não deveria acontecer na vida de uma criança. Observe algumas destas consequências negativas em crianças que sofreram violências seja física ou verbal: Violência gera violência… crianças aprendem por modelação, e a chance de internalizarem estes traços de agressão que receberam dos pais, e propagarem, agredindo outras pessoas, é grande.

Leia também: 5 estratégias de disciplina positiva mais eficazes do que as palmadas

A agressão física e psicológica aumenta a produção de hormônios de estresse, e podem gerar transtornos emocionais na criança. Durante a primeira infância demonstram mais problemas de comportamento no futuro, são mais desobedientes, apresentam mais chances de sofrimento quando adultos, tem mais chances de desenvolverem insubordinação no ambiente de trabalho, podem desencadear problemas de saúde mental na vida adulta ou desenvolver comportamentos antissociais, maior chance de desenvolverem problemas de cognição e aprendizagem e também podem apresentar baixa autoestima e não assimilação de regras. Por estes e outros fatores, os pais precisam aprender a desenvolver uma educação mais consciente que preserve a saúde mental da criança e construa limites e códigos de valores importantes.

Existem algumas literaturas e metodologias que servem como orientação aos pais que estejam necessitando mudar sua atitudes e aprender formas mais funcionais e saudáveis de educar, como por exemplo a Disciplina Positiva e a Comunicação não violenta, mas em alguns casos é importante que os pais procurem ajuda psicológica, principalmente quando não estão conseguindo ter auto – controle para parar com as agressões, sejam verbais ou físicas ( mesmo quando forem agressões vistas como normais, como um tapinha na mão bem de leve mesmo).Estudos americanos afirmam que quando o filho é criado sem violência, ele se desenvolve com comportamentos mais saudáveis do que aqueles que sofreram algum tipo de agressão. Algumas estratégias que podem ajudar:

Não xingue ou rotule seus filhos:

Usar termos que definam seus filhos como “preguiçoso, não faz nada direito, desobediente, mentiroso, vive no mundo da lua “, deflagra a profecia auto realizadora, que é um termo em psicologia em que retratamos uma internalização destes adjetivos pela criança e ela passa a sentir e se comportar mediante a estas invalidações e sua autoestima e autoconfiança são profundamente afetadas.

Valorize o esforço:

É muito importante que elas compreendam a importância do esforço, esforçar-se é mais importante do que o resultado pronto, pois todos precisamos evoluir habilidades e não somos definidos por nossos acertos e erros e sim pela capacidade de buscar melhorias, e acreditar que possamos evoluir.

Permita que seu filho chore:

O choro das crianças expressa diversos sentimentos, sendo uma forma de canalizar emoções negativas e até mesmo de experimentar sensações ruins e frustrações e sentimentos de tristeza ou desconfortos significativos e naturais que precisam ser vivenciados e elaborados, pois reprimir o choro é mascarar os sentimentos e ensinar uma forma reprimida de se comportar. Os pais podem conversar neste momento para ajudar na elaboração, mas sem reprimir ou condenar a atitude.

Converse na linguagem da idade:

É fundamental saber o que cobrar e como falar com a criança mediante a sua idade, e para isso é necessário ler e compreender um pouco sobre cada fase de desenvolvimento de seu filho.

Escute com atenção e tenha um tempo com qualidade:

Para que seu filho se sinta respeitado, compreendido e valorizado é muito importante que você tenha uma escuta ativa, colocando toda a atenção em ouvi-lo não importa o tempo que ele precise para contar algo, tentar abreviar e interromper a narrativa da criança pode trazer prejuízos em sua autoestima e autoconceito. Também é fundamental ter um tempo de qualidade com a criança para que ela se sinta amada, segura e desenvolva bons vínculos sociais no futuro.

Estimule a autonomia e a liberdade:

Seu filho é um individuo e não uma propriedade, cuide para que você não limite seu filho para sua plena realização afetiva, muitas mães são superprotetoras e trazem consequências negativas na saúde mental de seus filhos. Muitos filhos desenvolvem quadros importantes de ansiedades porque foram criados para as mães e não para o mundo, e quando esta mãe adoece ou falta, eles também adoecem ou comprometem sua saúde devido as crenças de que é impossível viver sem a presença da mãe. Por outro lado, é muito importante que as mães também tenham uma vida além da maternidade para que não sofram a síndrome do ninho vazio quando eles precisarem dar continuidade as suas trajetórias.

Envolva o pai nos acordos:

Mesmo os pais separados devam estar em comum acordo com a disciplina, regras e orientações de seus filhos, e para que o filho cumpra os acordos é importante os pais darem o exemplo…outra estratégia eficaz é a de não flexibilizarem o que foi acordado e para isso vale a dica de colocar metas realísticas dentro da subjetividade da criança, não funciona colocar as mesmas regras para todos os irmão se as faixas etárias são diferentes e para os menores podem não ser realísticas. O mais importante é perceber que o aprendizado está acontecendo e existe harmonia e respeito a maior parte do tempo e para isso é importante também pautar valores. Tudo isso precisa estar alinhado em caso de pais separados para que a criança não fique confusa mediante a regras diferentes, horários diferentes, crenças diferentes, entre outros.

Castigo:

O castigo é uma forma de punição, devido a um comportamento que não é apropriado. Muitas vezes, o filho não sabe por que está sendo punido nem o motivo pelo qual errou e por isso nós especialistas em saúde mental, preferimos a conscientização e acordos saudáveis do que castigo. Orientamos e incentivamos que os pais expliquem os resultados das atitudes inadequadas à criança e estipulem acordos, funcionando como laboratórios e experimentos para o desenvolvimento bem monitorado de seus filhos devem entender que existem regras para viver com saúde e bem-estar para todos.

Este texto foi escrito por:

Kênia Braga Gondo

Diretora e fundadora da VIVAPLENO – Saúde Mental Clínica e Corporativa.

www.vivapleno.com.br

@vivapleno

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