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Como ensinar educação financeira em viagens

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As férias estão aí dobrando a esquina e muitas famílias aproveitam para viajar. Taí uma oportunidade e tanto para ensinar educação financeira em viagens para as crianças.

Sim, porque além de férias está chegando o Natal e a criançada começa a pedir um monte de coisas. Mas precisam aprender o valor do dinheiro e, inclusive, como gastá-lo de forma consciente.

Para nos ajudar nessa tarefa, nossa colunista Andreia Fernanda, mãe de dois, compartilha conosco algumas orientações ricas sobre educação financeira.

Como ensinar educação financeira em viagens

Passou o dia das crianças e agora as crianças já começam a esperar ansiosamente pelas férias e pelo Papai Noel.

Mesmo quem não controla o seu dinheiro de forma constante e consciente, já se sabe que férias e natal são quase sinônimos de muitos gastos.

E, claro, se as férias significarem viajar, aumenta o problema quando o assunto é dinheiro porque basta sair de casa para que algumas crianças tenham a certeza: agora posso tudo o que eu quiser, afinal, são férias.

Mas, não se engane: eles apenas repetem o que foram ensinados e, por isto, sempre poderemos ensinar um novo comportamento para garantir que estes períodos não signifiquem: família com dívidas o resto dos meses ou até a próxima viagem.

Então o que fazer de forma simples e rápida?

  • Faça acordos prévios – se forem viajar para um local tentador combine previamente com as crianças qual o limite de gastos diários que cada uma poderá ter e, de forma alguma, flexibilize isto. Se você decidir comprar algo para ela além do valor estipulado deixe claro que você está presenteando-a e nunca a faça entender que você “deixou apenas desta vez”, porque ela repetirá o comportamento até o “apenas desta vez se tornar constante”.
  • Se tiver tempo hábil faça um cofrinho com a criança com objetivo de gastar nesta viagem. Algumas semanas antes da viagem faça a contagem do dinheiro acumulado e divida pelos dias que estarão no lugar. Ajude a criança a organizar a utilização do dinheiro sem dor.
  • Se tiver fechado pacotes, converse com a criança o que está incluído, o que será permitido e o que não será possível fazer. Envolva-a no planejamento da viagem para que não ocorra desapontamento. Façam as escolhas juntos, mesmo que a criança seja pequena e não entenda muito bem. Mostre fotos do local, diga o que farão por lá. Crianças apreciam a segurança e isto, acredite, reduz os pedidos, choros e gastos desnecessários.

E funciona? Funciona!

Quando o meu filho de 6 anos tinha 3 anos começamos a guardar dinheiro para conhecer “a casa do Mickey”. Moedinhas de troco e presentes que eram dados em dinheiro iam direto para este cofrinho (mesmo eu sabendo que no banco renderia mais). Virava e mexia ele olhava o peso do cofrinho porque não entendia ainda o valor do dinheiro e sonhava: “mãe, quando eu conhecer o Mickey eu vou…”

Dois anos depois fomos realizar este projeto e ele usaria o dinheiro que tanto acumulara e que, na data, equivalia US$ 20,00 por dia de parque para cada um.

Eu levei o dinheiro contato e dava a nota em suas mãos. Isto foi o suficiente para eles sentirem autonomia nas lojas, pesquisarem preços (o de 5 anos na época conhecia números, o mais novo perguntava e nós dizíamos se era mais caro ou não), não espernearem porque queriam o brinquedo de qualquer jeito, não pedirem para usarmos cartão e, principalmente, serviu para que eles aprendessem a fazer escolhas porque os US$ 20,00 era tudo o que tinham e não daríamos crédito. No máximo eles poderiam guardar e acumular pro dia seguinte, mas nunca antecipar.

No primeiro dia eles compraram já na primeira loja e se arrependeram. No final da primeira semana, andavam em todas as lojas e decidiam apenas no final do dia o que levariam e, algumas vezes, perceberam que não queriam nada e que juntariam para o dia seguinte ou para o retorno em outro parque onde os brinquedos eram mais legais.

Leia também: como fazer seu filho aprender sobre dinheiro

Resultado: no dia da volta, ao pisar no aeroporto brasileiro, o mais velho já avisou: mamãe e papai, começo hoje meu cofrinho para quando voltarmos para a Disney. Desde então, um ano depois, ele já me questionou algumas vezes como poderia ganhar mais dinheiro porque acumular e ter autonomia foi delicioso e ele quer ainda mais dinheiro da próxima vez.

Ou seja, aprendizado prático e gostoso que, sem dúvida, poderia ter sido dada no dia a dia, mas que, ao amarrar com a viagem criou algo mágico que, eu tenho certeza, na vida adulta será um grande diferencial na sua vida financeira.

E então, você acha que consegue aplicar estes simples passos com as suas crianças? Consegue começar já a envolve-la no controle financeiro durante as viagens de vocês?

Sem dúvida as próximas férias estão próximas e talvez a criança acumule apenas alguns centavos, mas, ao menos, ao envolve-la no planejamento e estipular valores diários de gastos, vocês conseguem dar o pontapé inicial para que elas cresçam se relacionando bem com o dinheiro para que, em uma próxima viagem, um pouco mais distante de hoje, elas possam usar seus próprios cofrinhos e sentirem ainda mais o gostinho de mandar no seu dinheiro desde pequeno (sentimento essencial e, infelizmente, em falta hoje).

E então, vamos praticar? Vamos tornar nossas crianças independentes e financeiramente saudáveis?

Se tiver dúvidas ou sugestões de outros assuntos, mande mensagem para nós. Nossa missão aqui é ajudar você a desenvolver a consciência financeira do seu filho (e a sua) para que dinheiro não seja uma barreira para as realizações.

Super beijo e até a próxima!

Andreia Fernanda

Assista também, no canal MdM, alguns vídeos que já fizemos com a Andreia sobre educação financeira:

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