Esse feriado que passou viajei com o Léo para encontrar com o pai dele no Rio de Janeiro (não, não somos separados, ele só está trabalhando em um projeto lá, mas, em breve, se Deus quiser, estará de volta). E eu, que sempre espalhei aos quatro ventos que o Léo é um anjo quando viaja, que se comporta super bem quando está no meio de gente, vai a lugares diferentes e vê coisas incomuns (ok, aqui estou exagerando um pouco), me vi no meio de vários apuros. Meu pequeno, que sempre foi um lorde fora de casa, deu uma insano surtado e quase me matou de vergonha, desespero, tristeza, desgaste e sei eu mais o quê nos dias que passamos fora.
Juro, chegava no fim do dia eu só queria me jogar numa cama e esquecer que tinha um filho, tamanho o cansaço. De dar pena da mãe trapo aqui.
Bom, voltei de lá pensando que alguma coisa estava diferente, alguma coisa tinha mudado, alguma coisa tinha que estar acontecendo, pois esse comportamento não é o normal dele. Pois foi só eu abrir o meu e-mail que saltou na tela uma newsletter do site BabyCenter falando justamente sobre isso, sobre ataques de birra. Lendo o material, descobri que eles são muito comuns por volta de dois anos de idade (tão comuns que esse período é conhecido mundialmente como “terrible two), mas que podem ter início assim que a criança completar um aninho e durar até os três (Deus nos proteja!).
Bingo! Meu pequeno acabou de fazer um aninho e, para meu desespero total, pelo visto, já está dando uma palhinha do que serão os seus “terrible twos”. Ningém merece! (Ou, um consolo: pelo menos eu já estarei preparada para quando chegarmos lá.).
Bom, mas não vim aqui escrever esse post para chorar as pitangas, mas para trazer informação útil, relevante e salvadora (oxalá!) inspirada na newsletter que recebi do BabyCenter. Quem quiser ler mais a respeito, é só clicar aqui e acessar a versão completa dessas dicas, disponível na versão america do site BabyCenter. Espero que ajude!
Por que as crianças fazem birra
A birra é o equivalente emocional de uma tempestade de verão – repentina e feroz. Um minuto você e seu filho estão em um restaurante aproveitando tranquilamente o jantar, no minuto seguinte ela está chorando, lamentando-se, e em seguida, gritando a todos pulmões porque alguma coisa o está incomodando. Mas por que isso acontece? Porque crianças com idades entre um e três anos são especialmente propensas a acessos de raiva.Embora possa passar pela sua cabeça que você está criando um tirano (nossa, se pensei isso!), não há porque se preocupar, já que nessa idade é pouco provável que o seu filho esteja sendo manipulador. O mais provável é que ele esteja tendo um ataque em resposta a algum tipo de frustração (bom, no caso do Léo, posso concluir que era sono extremo unido à impossibilidade de tirar uma soneca).
Claire B. Kopp, professor de psicologia aplicada do desenvolvimento na Claremont Graduate University, na Califórnia, atribui grande parte do problema à falta de habilidades linguísticas das crianças nessa idade. Segundo ele, entre um e três anos, as crianças estão começando a entender muito mais tudo aquilo que ouvem, mas a sua capacidade de se comunicar é ainda bastante limitada. E aí, quando a criança não consegue expressar o que sente ou o que quer, acaba tendo um acessos de raiva, ou a famosa birra.
Como lidar com a birra
Em primeiro lugar, não perca a calma, mesmo que seu filho chute, grite, bata, jogue coisas ou até prenda a respiração (céus, esses ataques podem ser bem piores do que foram os do Léo!). Lembre-se que quando o seu filho é tomado por um desses acessos de raiva ele torna-se incapaz de ouvir, mas irá responder, negativamente, é claro, se você também começar a gritar ou ameaçá-lo.
Em geral, manter-se próximo do seu filho durante os acessos é a melhor alternativa, já que deixá-lo sozinho pode fazê-lo sentir-se abandonado. Como essa tempestade de emoções também é nova para ele, ele pode ficar assustado e é importante ele saber que você está por perto.
Entretanto, alguns especialista sugerem que, se a situação estiver deixando-o extremamente estressado, o melhor mesmo é você sair de perto por alguns minutos para você se acalmar e no retorno conseguir transmitir essa calma para a criança e ajudá-la a se acalmar também.Com relação a segurar a criança nesses momentos, os especialistas são contraditórios. Alguns dizem que ajuda, já que a criança se sente reconfortada, já outros são contra, alegando que isso irá encorajar um comportamento inadequado (faz algo errado e recebe carinho, o que não é positivo).
Bom, cabe a você escolher a prática que irá utilizar com seu filho nos momentos de birra e é válida a tática de tentativa e erro, até perceber o que funciona melhor. Mas depois de identificada aalternativa que surte mais efeito, a chave é a consistência, agindo sempre da mesma forma para domar a ferinha.
Lembre-se que você é o adulto.
Não importa por quanto tempo a birra dure, não ceda à pressão de atender a demanda da criança caso isso seja errado ou inapropriado. Isso só irá encorajá-lo a agir assim outras vezes. Mesmo que vocês estejam em lugares públicos e você esteja preocupado com a opinião dos outros, fazer algo errado só para cessar o ataque não é a solução (isso só irá gerar um problema futuro).Lembre-se, seu filho está assustado por estar fora de controle e a última coisa que ele precisa é sentir que você também não está no controle da situação.
Caso a explosão do seu filho seja tamanha que ele chegue ao ponto de bater em pessoas e/ou animais, leve-o para um lugar seguro, o quarto, por exemplo, até que ele se acalme. Assim que ele se acalmar, explique por que vocês estão lá e mostre que você ficará ao seu lado até quando ele precisar.
Se você estiver em um local público – um espaço bem comum de birras – saiba que talvez você tenha que dar uma saidinha e só retornar quando as coisas se acalmarem. Faz parte!
Ajude a criança a pensar sobre o que está acontecendo
Essa técnica consiste em deixar a criança sozinha por um tempo, em um lugar calmo e sem atrativos, até que ela se acalme. Ela funciona a partir de 18 meses e nos casos em que as alternativas acima não tiveram efeito. Sempre, quando deixar a criança a sós para pensar, explique que você está por perto, e após esse tempo para pensar e se acalmar, converse com a criança sobre o que aconteceu para que ela entenda e repense suas ações. E lembre-se, essa é uma técnica para usar com moderação.Estimule seu filho a se expressar
No momento que for conversar sobre o ataque de birra, lembre-se de ajudar o seu filho a colocar o sentimento em palavras: “Você estava muito bravo porque sua comida não era do jeito que você queria.” Mostre que uma vez que ele consiga se expressar em palavras, ele vai obter melhores resultados. Diga com um sorriso: “Desculpe, quando você está nervoso eu não consigo entender o que você quer dizer. Agora que você se acalmou eu o entendo”.Mostre ao seu filho que você o ama
Depois que seu filho já estiver calmo e que vocês já tiverem conversado sobre o ataque de birra, dê um abraço e mostre que você o ama. É importante recompensar o bom comportamento, mostrando para seu filho que ele agiu certo acalmando-se e parando para conversar com você sobre o que aconteceu.Evite as situações que causam os ataques de birra
Se você já sabe quais são as situações que levam seu filho a esses rompantes de histeria, evite-as. Se for fome, carregue sempre junto com você algo para alimentá-lo, se for sono, organize a rotina para que ele consiga descansar (esse foi o nosso erro no Rio). E se você não conseguir fazer isso e perceber que a raiva está chegando, tente entretê-lo e distraí-lo mudando de lugar, dando um brinquedo, fazendo algo que ele não espera.
Dê opções
A partir de uma certa idade, as crianças tornam-se mais independentes e, nesse momento, é importante dar opções a elas, pois elas já tem condições de fazer escolhas. Deixá-las escolher em vez de dizer o que tem que ser feito, aumenta as chances de satisfação e diminui as de ataques de birra.Fique de olho em sinais de irritação extremo
Ataques de birra são normais, mas se você estiver percebendo que eles são bastante constantes, fique de olho e tente entender se há alguma situação desagradável que os esteja causando. Vocês estão passando por um período difícil ou de muito stress? Há algum problema familiar? Existe alguma tensão que ele esteja percebendo ou vivendo? Em caso afirmativo, busque solucionar esse ou esses problemas.Ainda, se os ataques forem muito intensos que estejam colocando seu filho em perigo, procure a ajuda de um profissional, que pode ser o seu pediatra ou um psicólogo. O importante é manter a criança segura e sempre saudável.