O descolamento prematuro da placenta e outras anormalidades obstétricas aumentam o risco de morbidade ou mortalidade para a mulher, o feto ou o recém-nascido. Portanto, esse também é um motivo importante para seguir com acompanhamento durante toda a gestação. Entenda sobre o tema neste post.
DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA
O descolamento prematuro de placenta (DPP) é um evento de elevado potencial de gravidade, consistindo na separação da placenta do útero de modo total ou parcial. De modo bem simples e didático, a função da placenta é manter as trocas entre a mãe e o bebê em desenvolvimento durante toda a gestação. Vê-se, assim, sua extrema importância para a manutenção da vida do concepto que, necessita dela para manter suas funções, recebendo os nutrientes e oxigênio e eliminando tudo aquilo que não precisa. Por definição, é considerada quando o evento ocorre após 20 semanas da gestação e, obviamente, antes da expulsão ou nascimento do bebê.
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É visto como uma emergência, necessitando da ação de equipe obstétrica experiente, que mesmo sob sua atuação, pode resultar em óbito perinatal em 15% dos casos. O processo, em si, ocorre devido ao acúmulo de sangue atrás da placenta, inicialmente parcial, podendo evoluir até seu descolamento total.
A presença de sangue nesse espaço, frequentemente infiltra na parede do músculo (miométrio) causando irritabilidade, seguida de contrações de suas fibras, o que aumenta por si a tensão, o tônus uterino, sinal logo percebido pelo obstetra e chamado de hipertonia uterina. As contrações (metrossístoles), tornam-se mais frequentes e intensas, o que também contribuem para o aumento do tônus. Portanto, nesse contexto, tais elementos facilitam a piora do descolamento do leito placentário.
São considerados fatores de risco para o DPP:
- Trauma abdominal
- Cordão umbilical curto
- Doença hipertensiva na gravidez
- Fumo
- Manobras obstétricas como a versão fetal externa (tentativa de mudar a posição do feto para facilitar o seu nascimento. Exemplo, quando o bebê está sentado e tenta-se mudar sua posição de cabeça para baixo). É uma manobra que pode ser realizada em alguns casos mas requer profissional experiente e que seja feita em ambiente hospitalar).
- Redução abrupta do volume uterino (como ocorre em gestação com grande volume de líquido amniótico e as membranas se rompem)
A grande complicação do DPP é o sangramento vaginal intenso da 2ª metade da gravidez que ocorre em torno de 80% dos casos. Nos demais 20%, o sangramento ocorre de modo oculto, caracterizando o hematoma retro-placentário. Outro sintoma de alerta é a dor abdominal intensa e de início súbito, sendo esses os principais sintomas percebidos pela paciente. Infelizmente, é considerado uma das principais causas de morbi-mortalidade materno-fetal, onde se descrevem riscos de transfusões sanguíneas, cirurgia de retirada do útero de emergência, entre outros.
O ponto positivo é o fato de ocorrer em apenas 0,5 a 1 % das gestações. A principal recomendação para as mães é que, na presença de qualquer um desses sinais e sintomas, procurem imediatamente uma maternidade mais perto de casa, uma vez que a chance de resultado satisfatório aumenta com o diagnóstico e intervenção precoce.