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Endometriose: Sintomas, tratamentos e causas

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Você sabia que a endometriose é uma das causas de infertilidade nas mulheres? Pois é, por isso é muito importante ficar atenta aos sintomas e fazer o tratamento se houver necessidade.

No post de hoje, nossa colunista, a ginecologista, Luciana Radomile, falar tudo sobre endometriose: os sintomas, as causas e o tratamento. Confira e compartilhe!

Endometriose – Sintomas, tratamentos e causas

Cólica intensa, dor na relação sexual e dificuldade para urinar e evacuar no período menstrual não são normais. Podem ser indícios de endometriose, doença que atinge milhares de mulheres em todo o mundo. Além de trazer baixa qualidade de vida, a doença é a maior causa de infertilidade feminina.

A endometriose é caracterizada pela presença do endométrio – tecido que reveste o interior do útero – fora da cavidade uterina, ou seja, em outros órgãos da pelve: trompas, ovários, intestinos e bexiga. Todos os meses, o endométrio fica mais espesso, para que um óvulo fecundado possa se implantar nele. Quando não há gravidez, no final do ciclo ele descama e é expelido na menstruação. Uma das teorias para explicar o aparecimento de endometriose é que um pouco desse sangue migra no sentido oposto e cai nos ovários ou na cavidade abdominal, causando a lesão endometriótica. As causas desse comportamento ainda são desconhecidas, mas sabe-se que há um risco maior de desenvolver endometriose se a mãe ou irmã sofrem com a doença.

É importante destacar que a doença afeta mulheres a partir da primeira menstruação e pode se estender até a última. Geralmente, o diagnóstico acontece quando a paciente tem em torno dos 30 anos.

Qual a relação entre endometriose e infertilidade?

A relação entre endometriose e infertilidade é direta por dois motivos. Primeiro, porque quando o endométrio começa a crescer em locais como trompas e ovário, há inflamação e consequentemente, um processo espontâneo de cicatrização, o que acaba gerando mudanças anatômicas que impedem o pleno funcionamento das trompas, responsáveis pelos primeiros acontecimentos da fecundação. Além disso, as células inflamatórias podem afetar a qualidade do óvulo e do espermatozóide.

Quais são os sintomas da doença?

Os mais marcantes da endometriose são:

  • cólicas menstruais: em alguns casos, as dores são tão fortes que a mulher não consegue realizar as suas atividades cotidianas;
  • dor pélvica crônica: que permanece mesmo fora do período menstrual e só cessa após o uso de medicamentos analgésicos;
  • dor durante a relação sexual: especialmente no caso de penetração profunda, algumas mulheres podem, até mesmo, apresentar sangramento durante a relação;
  • menstruação irregular: o período torna-se mais intenso e é possível que haja pequenos sangramentos ao longo de todo o ciclo;
  • alterações do ritmo intestinal durante o período menstrual: com episódios alternados de diarreia e constipação, além de muita dor para evacuar;
  • alterações urinárias no período menstrual: quando as células endometriais se alojam na bexiga, uretra ou rins, a mulher pode apresentar dores ao urinar, aumento da frequência urinária e, até mesmo, sangramento na urina;
  • cansaço, fadiga crônica e exaustão: a mulher fica muito indisposta, principalmente durante o período menstrual;
  • infertilidade: mulheres que sofrem com endometriose não conseguem engravidar.

Como é feito o diagnóstico?

A endometriose é uma doença difícil de diagnosticar somente por exame físico. Por isso, ao desconfiar da condição, o médico vai pedir alguns exames de imagem específicos para detectá-la.

Ultrassonografia transvaginal

A ultrassonografia transvaginal permite identificar a endometriose, cistos de células endometriais nos ovários, aderências pélvicas e endometriose profunda.

Ressonância magnética

Trata-se de uma opção um pouco mais sensível e específica para diagnosticar pacientes com endometrioma e endometriose profunda.

Laparoscopia

Além de fazer o diagnóstico da endometriose, a laparoscopia também permite o tratamento da paciente. Por se tratar de um procedimento em que são feitas pequenas incisões no abdômen da mulher, por onde são inseridos instrumentos para visualizar as lesões, ele também permite que essas sejam retiradas.

Laparotomia

A laparotomia é semelhante à laparoscopia, no entanto, trata-se de um procedimento mais invasivo. Nele, as incisões para acessar os órgãos internos são maiores.

Apesar de ser menos vantajosa e precisar de um tempo maior de internação e recuperação, a laparotomia pode ser necessária dependendo do quadro da paciente.

Após a laparoscopia e a laparotomia, o médico pode pedir, ainda, para fazer uma biópsia da lesão, o que confirma o diagnóstico.

Como se prevenir?

Não existem formas de prevenção para a endometriose, no entanto, algumas medidas de proteção são recomendadas, como:

A melhor forma de prevenir as complicações dessa doença é mantendo-se sempre atenta aos sinais e procurando ajuda médica assim que perceber que você pode estar com endometriose.

Se a sua mãe, avó ou irmãs sofrem com essa doença, fique ainda mais atenta! Nesses casos, as chances de desenvolvê-la são ainda maiores.

A doença afeta hoje cerca de seis milhões de brasileiras. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, entre 10% a 15% de mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos) podem desenvolvê-la e há 30% de chance de que fiquem estéreis.

Mulheres que tiveram endometriose tem gravidez de risco? Pode existir alguma complicação para o bebê?

Independentemente do motivo, mulheres que tiveram dificuldade para engravidar são acompanhadas mais de perto pelos médicos. Porém, não existem evidências científicas que relacionam endometriose com complicações para a mãe e bebê.

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