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Gestação de gêmeos: o que você precisa saber

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Você descobriu que está grávida e para sua surpresa é uma gestação de gêmeos!!! Neste post, você vai saber tudo sobre a gestação gemelar.

Quem compartilha conosco essas informações, é o nosso colunista, Dr. Marcelo Marinho. Confira!

Gestação de gêmeos: o que você precisa saber

A presença simultânea de dois ou mais conceptos representa o que chamamos de gestação múltipla. De modo geral, as pessoas a desejam, pelo aspecto social e a beleza inegável de 2 crianças iguais, desconhecendo o fato de que à medida do aumento do número de fetos, também aumenta o risco de complicações, seja para a mãe como para os fetos/recém-natos. Considera-se que a incidência de forma espontânea da gravidez gemelar é de algo em torno de 1/80 gestações, podendo chegar a 1/7000, no caso das trigemelares, sendo eventos ainda mais raros nos quádruplos e quintuplos. Entre as gravidezes decorrentes das técnicas de reprodução assistida, elas correspondem à mais ou menos 3 % das gestações, sendo que sua imensa maioria, 98%, são de bigemelares.

A gestação gemelar pode decorrer de 1 ou mais óvulos. Quando o embrião se origina de 1 óvulo, estamos diante dos gêmeos monozigóticos (ou idênticos). Dependendo do momento da divisão do embrião, após a fertilização do óvulo, podemos ter as gestações com 1 ou 2 placentas, assim como com 1 ou 2 sacos amnióticos. Quando os embriões se originam de 2 óvulos diferentes, teremos sempre a presença de 2 placentas e 2 sacos amnióticos.

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Já à partir da 5ª e 6ª semana de gestação, a ultrassonografia pode identificar o tipo de gestação gemelar, através de sinais ultrassonográficos específicos. É fato amplamente comprovado que a incidência de gemelaridade é maior em pacientes tratadas com técnicas de reprodução. Isto porque tais técnicas envolvem o uso de medicações que estimulam o crescimento folicular, levando a múltiplas ovulações. Apesar disso, é possível minimizar o risco, optando pela transferência de um único embrião, nos casos de fertilização in vitro. Até mesmo nos casos de indução com baixas doses, nos tratamentos ditos de baixa complexidade, onde o casal é orientado a ter relação sexual em casa, em momento adequado, é comum haver mais de 1 ovulação. Por isso, vemos maior incidência de gestação gemelar.

Como é de se imaginar, os sintomas de gravidez são mais intensos, assim como os riscos. Desde o seu início, ela se faz notar, de modo geral com sintomas de hiperêmese gravídica (náuseas e vômitos da gravidez). À partir do 2º trimestre, sintomas como dor nas costas, edema, azia e anemia, se tornam mais evidentes. Doenças clínicas como a hipertensão arterial, a anemia, o aumento do volume de líquido amniótico (polidramnia), edema, falta de ar, varizes, entre outras, são notadamente mais presentes. Com relação ao feto/recém-nato, os principais riscos são a prematuridade e o baixo peso ao nascer, sendo mais frequentes períodos de internação em UTI neo-natal por prematuridade. Entende-se que tais riscos são mais frequentes, tanto quanto maior o número de conceptos.

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Assim, tratando-se de uma gravidez de maior risco, exige um cuidado médico mais rigoroso e atento desde o seu início, tendo-se como principais objetivos diagnosticar e tratar as possíveis complicações maternas (como a hipertensão, o diabetes, etc) e fetais (crescimento), evitar o prematuridade extrema e determinar o melhor momento e a via do parto. Do mesmo modo, atenção especial para aspectos nutricionais, garantindo as necessidades dos bebês em desenvolvimento e ao mesmo tempo evitando-se o ganho de peso excessivo da gestante. Atenção com exercícios especiais para assegurar boas condições articulares, respiratórias e vasculares. Uma equipe experiente deve promover e estimular boas práticas, assim como identificar sinais e sintomas e doenças como a hipertensão, o diabetes gestacional, o risco de parto prematuro ou mesmo de sofrimento de um ou ambos os gemelares ao longo da gestação, particularmente no final do 2º trimestre e todo o 3º.

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