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Infertilidade: conheça mitos e verdades

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Mamães, junho é o mês mundial da conscientização sobre fertilidade. E na semana passada, ao lançar esse vídeo AQUI sobre tudo o que precisamos saber antes de engravidar, recebi muitos comentários de mulheres que estão tentando engravidar há meses, porém não conseguem. Resolvi então falar algumas verdades sobre esse tema tão importante e desmistificar alguns mitos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15% da população enfrenta a infertilidade. Para pensar nessa possibilidade de infertilidade, o casal precisa ter passado por um ano de tentativa para engravidar. Ou seja, precisa ter tido relações sexuais regulares no período de 12 meses e não ter engravidado. A infertilidade é influenciada por diversos fatores femininos (problemas na ovulação, alterações no útero ou endometriose) ou masculinos (problemas na formação, no transporte ou na ejaculação dos espermatozoides).

Segundo a ginecologista e especialista em reprodução assistida Cláudia Navarro, quando se consegue detectar a causa da infertilidade, cerca de 40% destas causas são atribuídas à mulher, 40%, ao homem, e 20%, a ambos. Para esclarecer algumas dúvidas sobre o assunto, a médica lista algumas questões comuns. Confira abaixo:

1 – Uso contínuo de pílulas anticoncepcionais para evitar a menstruação não diminui a fertilidade

Contraceptivos  hormonais não diminuem a fertilidade. O uso da pílula, entretanto, seja continuamente ou com intervalos,  pode mascarar problemas no ciclo menstrual. Segundo Cláudia Navarro, a contracepção hormonal pode ser uma ótima alternativa. Porém, deve sempre ser individualizada e prescrita por um médico após avaliação clínica criteriosa.

2 – Homens que usam roupas íntimas muito apertadas podem ter problemas de infertilidade

Embora os casos sejam raros, o aumento na temperatura provocada pelo uso de roupas apertadas, assim como o contato direto com altas temperaturas, pode afetar a qualidade da produção dos espermatozoides. Segundo a Dra. Claudia, ainda existe outro problema que pode afetar a fertilidade. É o excesso de tempo sentado. Como ciclistas, por exemplo, que praticam o esporte diariamente por longas horas. Ou motoristas que usam roupas apertadas e ficam muito tempo sentados.

3 – O café pode aumentar a produção de espermatozoides

Mito! Embora alguns estudos digam que, em doses baixas ou moderadas, o café provoca um estímulo nas células lactato, um elemento essencial para a espermatogênese acontecer, não há nenhuma evidência científica que comprove isso. Pelo contrário, as evidencias mostram um resultado negativo do excesso da cafeína principalmente na fertilidade feminina.

4 – O uso do DIU pode gerar algum problema relacionado à fertilidade

Sim! A inserção do Dispositivo Intra uterino (DIU) quando não realizada de maneira correta e pelo profissional habilitado, pode facilitar a entrada de bactérias no trato reprodutivo superior promovendo infecção nas trompas. A sequela destas infecções pode resultar em obstrução tubária com consequente infertilidade. Portanto, o procedimento para colocar o DIU deve ser feito por um ginecologista capacitado, e o acompanhamento deve ser constante.

5 – A obesidade pode levar à infertilidade

Sim! O excesso de peso pode provocar alterações hormonais que irão culminar com a  anovulação crônica, que é a ausência de ovulação com consequente infertilidade. Além disto, aquelas pacientes que conseguem engravidar e que se encontram acima do peso, apresentam um maior índice de aborto e de complicações na gravidez. Segundo a médica, manter hábitos saudáveis de vida favorece o organismo como um todo, não somente a parte reprodutora.

6 – Mulheres que se submetem à quimioterapia podem ficar estéreis

Verdade! A quimioterapia pode provocar uma diminuição nas células germinativas tanto na mulher (óvulos) como no homem (espermatozoides), o que pode resultar em infertilidade. Hoje, com os altos índices de sobrevida no tratamento do câncer, tem se preocupado muito com a qualidade de vida dos sobreviventes E a manutenção da fertilidade destas pessoas já pode ser programada através do congelamento prévio dos óvulos ou do sêmen. A ginecologista lembra que a técnica de congelamento é indicada para aqueles pacientes que irão se submeter ao tratamento contra o câncer, antes do início deste tratamento, para que possam considerar uma gravidez futura.

7 – Mulheres que recorrem à fertilização in vitro terão sempre uma gestação de gêmeos

Não. Com o avanço da tecnologia, a reprodução assistida tem ganhado cada vez mais precisão em seus resultados. “A técnica tem possibilitado formas eficientes para reduzir ao máximo a taxa de gemelaridade nas gestações”, afirma Cláudia Navarro.

Leia também: infertilidade secundária: dificuldade para ter o segundo filho

Sobre Cláudia Navarro

Cláudia Navarro é ginecologista, especialista em reprodução assistida. A médica é diretora clínica da Life Search. Graduada em medicina pela UFMG em 1988, Cláudia titulou-se mestre e doutora em medicina (obstetrícia e ginecologia) pela instituição federal. Atua na área de ginecologia e obstetrícia, com ênfase em reprodução humana. Trabalha principalmente os seguintes temas: infertilidade, reprodução assistida, endocrinologia ginecológica, doação e congelamento de gametas.

Assista também esse vídeo no Canal MdM, com dicas para identificar o período fértil:

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