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Mãe de primeiro filho

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Certa vez, antes do Leo ir para a escolinha, eu fui visitar algumas do meu bairro para avaliá-las antes de fazer a escolha. Lembro que numa delas, onde fui muito bem recebida e conversei por horas com a coordenadora, ela me questionou: “é seu primeiro filho?”

Na hora, eu respondi “é”, e pensei “mas que diferença faz isso? Por que essa pergunta agora?”.

Mas segundos depois me caiu a ficha, me toquei porque ela estava fazendo a pergunta. Ou melhor, me toquei o que eu estava fazendo que havia levado-a a confirmar suas suposições fazendo essa pergunta.

Photo Credit: dogwatcher via Compfight cc
Photo Credit: dogwatcher via Compfight cc

Na entrevista que eu fiz com a coordenadora da escola eu fui super, hiper, ultra, master, blaster metódica. Questionei tudo tim tim por tim tim. Queria saber dos mínimos detalhes, de todos os cuidados que a escola tinha com as crianças e falei bastante sobre o meu filho, explicando direitinho como é que eu o tratava em casa e como esperava que ele fosse tratado lá (um tanto quanto exagerada, devo confessar).

É claro que tanto zelo, tanto cuidado, tanto mimimi da minha parte só poderia traduzir uma coisa: era meu primeiro filho. Não que a gente não tenha zelo e cuidado com os demais, muito menos tenha menos amor, mas é que a gente relaxa mais com o segundo ou terceiro (quarto, quinto então… afff!). E a gente relaxa mais até com o primeiro, conforme ele vai crescendo.

A bem da verdade é que, no nosso início de maternidade do primeiro filho a gente fica histérica, neurótica, pirada da batatinha. Queremos cuidar e proteger nossos pequenos de tudo, esquecendo que muitas das coisas que a gente evita a todo custo são, na verdade, bem normais e muito pouco representam perigo para as crianças.

Há poucos meses, meu sogro comentou rindo: “Shirley, quem te viu, quem te vê. Quando o Leo nasceu você era neurótica, hoje tem horas que até eu me surpreendo com as coisas que você faz” (referindo-se ao meu conceito de vitamina S, de “sujeira”, que vira e mexe eu digo ser super saudável para o Leo).

E aqui não estou criticando ou julgando as mães que cuidam com extremo zelo dos seus filhos, até porque eu fui e sigo sendo muito zelosa com o Leo e sei que até terei uma crise de neurose quando o Caê chegar. Só estou querendo dizer que vocês, recém mães de primeiro filho, podem ficar tranquilas que um dia vocês vão sim relaxar, vão levar as coisas mais na boa, menos a ferro e fogo e vão curtir mais a maternidade do que se preocupar com ela.

Claro que, como eu disse, o cuidado e o zelo sempre estarão presentes, mas de uma forma mais amena, mais natural e leve. Com menos histeria se o brinquedo que vai para a boca ou se a colher caiu no chão, com mais desejo que seus filhos sejam pegos, carregados e beijados e com muito menos vontade de surtar por qualquer coisinha que saiu errado.

Eu nem tive o segundo filho ainda para dizer que no segundo a gente relaxa bem mais. Mas só pelo que estou vivendo na gestação, comparando-a com a gestação do Leo, já dá para sentir isso. E até mesmo com o próprio primeiro filho a gente também dá uma boa relaxada, pois sabe que eles não quebram no primeiro tombo nem desmancham a primeira dor de barriga. E tudo isso é natural e faz parte da vida.

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