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Mommy Burnout

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Há alguns meses, eu estava me sentindo cansada, estressada, exausta. Não tinha forças para executar as tarefas diárias, vivia irritada, sentia que a maternidade estava sendo um peso em vez de uma grande dádiva (e me culpava por isso). Nesse mesmo período, li um post no site Mundo Ovo  que me fez entender o que eu estava sentindo. Na verdade, eu estava passando por uma experiência conhecida como Mommy Burnout, ou esgotamento crônico de mãe.

Outra mãe que admitiu publicamente ter passado por esse problema foi a cantora Wanessa, depois da chegada do segundo filho.

mommy burnout
Photo Credit: koadmunkee via Compfight cc

Sim, esse problema é mais comum do que se pensa e no post de hoje vou falar um pouco sobre isso para você entender do que ele se trata e como superá-lo caso você esteja passando por isso.

O burnout, em inglês, significa exaustão, depressão, fadiga, na tradução literal. E a palavra dá nome à Sindrome de Burnout, um distúrbio psíquico que está ligado ao excesso de trabalho físico, psíquico e emocional. É um termo muito conhecido dentro dos mercados de trabalho, muito ligado ao desempenho profissional. É quando um trabalhador entra em um estado de estresse tão intenso que não aguenta e meio que pifa mesmo. Algumas vezes é preciso até que a pessoa fique afastada do trabalho em licença médica. Muitos especialistas dizem que isso costuma acontecer com os profissionais mais dedicados, aqueles mais perfeccionistas, que fazem horas extras para terminar projetos e têm o trabalho como prioridade.

Pois depois de muito observar o que ocorre com as mães, descobriu-se que elas podem passar por um processo muito semelhante, principalmente nos primeiros meses e anos de vida dos filhos. Afinal, se tem uma coisa que causa exaustão psicológica, física e emocional é toda a reviravolta que ocorre quando nos tornamos mães ou o aumento da pressão e adaptações quando chegam mais filhos.

Chamado de Mommy Burnout, ele acontece como uma forma do nosso corpo dizer que não está aguentando mais e que precisamos diminuir o ritmo ou alterar algumas coisas na rotina. E, assim, como no caso dos profissionais, acomete mais as mães que buscam a perfeição em tudo o que fazem, aquelas que se sentem culpadas por não conseguir fazer as coisas como imaginavam ou como acreditam ser o certo.

Junta com todas as outras coisas que ainda precisamos fazer, como trabalhar, cuidar da casa, da família, do relacionamento e isso vai virando aquela avalanche descontrolada que me fez perder um pouco do meu chão uns meses atrás. Foi de um alívio muito grande perceber que o que eu sentia não era incomum e também que tinha solução.

Quando não tratado, tanto nas mães quanto nas outras pessoas, o Burnout pode levar a situações mais graves como depressão, alterações de humor e mesmo problemas físicos como mudanças e descontrole da pressão arterial e até maior risco de problemas cardíacos. Afinal, está tudo relacionado com o estresse.

Mas como identificar que estou passando por isso e não é um cansaço passageiro e normal? Bom, peguei essas informações da página da wikipedia sobre o burnout profissional, mas pode muito bem ser adaptado para realidade materna. Eles contam que o burnout passa por estes estágios:

  • Necessidade de se afirmar ou provar ser sempre capaz
  • Dedicação intensificada – com necessidade de fazer tudo sozinho e a qualquer hora do dia (imediatismo);
  • Descaso com as necessidades pessoais – comer, dormir, sair com os amigos Recalque de conflitos – o portador percebe que algo não vai bem, mas não enfrenta o problema. É quando ocorrem as manifestações físicas;
  • Reinterpretação dos valores – isolamento, fuga dos conflitos. O que antes tinha valor sofre desvalorização: lazer, casa, amigos, e a única medida da auto-estima é o trabalho (no caso troque pelos filhos);
  • Negação de problemas
  • Recolhimento e aversão a conviver e se relacionar com outras pessoas;
  • Mudanças evidentes de comportamento (dificuldade de aceitar certas brincadeiras com bom senso e bom humor);
  • Vazio interior e sensação de que tudo é complicado, difícil e desgastante;
  • Depressão – marcas de indiferença, desesperança, exaustão. A vida perde o sentido;
  • E, finalmente, a síndrome do esgotamento

Os sintomas de que o Mommy Burnout podem vir em forma de choro, como ocorreu com a Wanessa, em reações como dores de cabeça ou estômago, dificuldade para se concentrar e insônia, entre outros.

Para ajudar a passar por isso, os especialistas recomendam três passos para as mães: delegar tarefas aos outros, como pai, avós, padrinhos e tios. Manter relacionamentos com amigos, saindo para tomar um café, para um bar, mas se relacionando com pessoas fora do seu eixo de maternidade. Reservando um tempo para você, seja meia hora para ler um livro, tomar banho tranquila enquanto outra pessoa cuida dos filhos, fazendo um curso de idiomas, artesanato, indo para a academia.

Se você não sentir melhora, procure ajuda de um médico. Em alguns casos, o tratamento é feito com psicoterapia às vezes com o auxílio de remédios, mas só o médico é quem poderá indicar o melhor para cada caso

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