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Motivos pelos quais eu já fui julgada na minha maternidade

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Toda mãe já sofreu alguma crítica (e já criticou também) e hoje quero compartilhar alguns motivos pelos quais eu já fui julgada.

Já fui a pessoa que fulminou com o olhar a mãe cujo filho fez birra em público (“Que mãe é essa que não sabe impor limites?”).

Já fui a pessoa que julgou uma mãe por dar mamadeira em vez de amamentar (“Essa mãe não sabe que o leite materno é o melhor alimento para a criança?”).

Já fui a pessoa que quase crucificou uma mãe por ver seu filho com chupeta na boca (“Aposto que não tem paciência pra criança e aí mete uma chupeta para acalmar”).

Já fui a pessoa que criticou a mãe da mesa ao lado por dar o tablete para o filho no restaurante (“Por que não interage com a criança? Pôs no mundo para quê?”).

Isso, só para dar alguns exemplos. Só que, claro, o mundo não gira, ele tomba, e, depois, eu fui todas essas mães (e tantas outras mais). E eu senti o peso de se julgada por outras mulheres. E eu senti, mais do que isso, o remorso por ter sido tão injusta, tão severa e, por que não dizer – e me desculpe a força da palavra – tão ignorante.

Hoje, já tendo estado dos dois lados, sei o quanto julgar é algo presente na nossa cultura materna e o quanto isso é nocivo, doloroso e injusto.

Motivos pelos quais eu já fui julgada na minha maternidade

1. Escolhi ter parto natural (“Que louca! Pra que sofrer?”)
2. Não amamentei (Filho 1 – “Faltou força de vontade”)
3. Amamentei em livre demanda (Filho 2 – “Assim vai ficar mal acostumado”)
4. Dei chupeta (“Não sabe acalmar o bebê, tem que dar chupeta”.)
5. Optei por alimentação saudável (“Exagerada! Minha mãe me deu e eu não morri.”)
6. Liberei doce (“Nossa! Vai ficar gordo!”)
7. Coloquei meu filho cedo na escola (“Pariu e agora não quer cuidar.”)
8. Saí com as amigas e deixei o filho com o pai (“Mas é folgada!”)
9. Viajei sem filhos. (“Vai deixar a criança traumatizada”)
10. Deixei usarem tablete e celular (“É porque não quer brincar”)
11. Não liberei vários jogos (“Neurótica! Até parece que vai fazer mal”).

Moral disso tudo?

Não importa o que você faça, quais sejam as suas escolhas, será julgada. Agora fica a reflexão: Por que nós, mães, que passamos pelos perrengues da maternidade, que sabemos exatamente onde o calo aperta, seguimos nos julgando? Será que não chegou a hora de trocar o julgamento por compreensão? De substituir o culpar pelo apoiar?

Se tem uma coisa que eu aprendi nesses 10 anos sendo mãe – e que eu realmente gostaria de ensinar e conscientizar através do meu discurso e atitudes – é que não devemos fazer para o outro o que não queremos que façam conosco. E entre essas coisas, talvez a principal seja julgar.

Quando você julga uma mãe, você não se torna melhor que essa mãe. Você só a faz se sentir pior. Em vez de julgar, coloque-se no lugar, veja o que está por trás, entenda a dor e a dificuldade dessa mãe.

Precisamos nos unir e construir uma maternidade mais empática e respeitosa.

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