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Nossa eterna luta para “consertar” aquilo que não podemos controlar

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Uma coisa que me pira na maternidade também é uma das mais comuns e corriqueiras dessa experiência: a luta contra tudo aquilo que não podemos controlar. Sim, porque ser mãe é perder o controle. Perder o controle de um monte de coisas que antes era organizadas, previsíveis, padronizadas. Quando um filho nasce, ou melhor, até mesmo antes dele nascer, descobrimos que não temos mais o controle de tudo. Só que a gente descobre isso, mas não aprende isso.

Falo por mim, e por um monte de outras mães. Falo isso por todas as mães que sooooooofrem por aquele monte de coisas que está acontecendo com os filhos, sobre as quais elas não podem fazer muita coisa, mas seguem tentando fazer, resolver.

controle
Photo Credit: Neticola via Compfight cc

Quer alguns exemplos? Cae mama mal. Caê mama pouco. Por mais que eu faça, insista, tente, ofereça o peito, troque a fralda e ofereça de novo, dê uma andada e ofereça mais um pouquinho, ele insiste em não mamar. Ele mama pouquinho e assim é mamada após mamada. Mas isso me pira. Porque eu vejo o meu pequeno não ganhar peso como seria o ideal e acabo ficando preocupada, estressada, pirada, neurótica.

Outro exemplo? As doenças dos pequenos. Tem muito pouco que a gente possa fazer para realmente curar nossos pequenos quando eles pegam alguma doença, virose, alguma coisinha. Claro, tem as coisas que a gente pode fazer para melhorar, ajudar passar, mas curar de uma hora para outra, de um dia para o outro, isso a gente não consegue. Mas as gente segue querendo, segue tentando, segue sofrendo porque não os vê bem (sabe aquela coisa de querer tirar com a mão? É isso que no fundo a gente quer).

Seria tão mais fácil se nós, mães,conseguíssimos olhas as coisas que fogem ao nosso controle e simplesmente pensássemos: poxa, faço o que posso, mas se não dá, não dá. Paciência. Vou aguardar, em paz, esperar passar e melhorar e até lá vou curtindo o resto que tem de bom.

Mas quem disse que a gente consegue? Parece que a gente foca naquilo que está ruim, complicado, encebado e só tem isso em mente. Bom, pelo menos eu sou assim. Fico encafifada com as coisas que “não estão certas” e sofro por elas, me martirizo, fico buscando explicação, tentando entender e resolver.

Juro que estou me policiando, me controlando, pensando positivamente, tentando colocar as coisas sob uma nova perspectiva e tentando me controlar, mas nem sempre é fácil. Tenho uma tendência enorme ao controle e aí, quando vejo algo sair do controle, dá aquela piradinha básica.

E sei que muitas de vocês também são assim. Querem a rotina, a saúde, o bem estar, o dia a dia dos seus pequenos na mais perfeita paz, fluindo harmoniosamente, sem nada de errado, só que nem sempre é possível. Muitas vezes o pequeno chora de mais e a gente não sabe o que é, dorme de menos e a gente não entende o motivo, não se alimenta como deveria e a gente também não compreende e por aí vai.

Meu conselho, nessas horas, é o que estou tentando fazer por aqui: fazer o possível, tentar tudo que está ao meu alcance, e relaxar quanto ao que foge ao meu controle. Vou até onde dá, até onde posso fazer algo. Tento ser criativa, inventar alternativas, tentar essa ou aquela opção. Mas depois de um certo ponto, agora tento é relaxar. Entregar nas mãos de Deus, como se diz, e ter paciência para ver a coisa se resolver sozinha.

Vocês entenderam o que eu quis dizer? Nem sei se consegui ser clara o suficiente nesse texto, mas precisava desabafar um pouco sobre isso, para tentar me ajudar e, quem sabe, ajudar também outras mães, que estão também naquela fase um pouco doidinha, pensando que isso ou aquilo não está legal, devia estar diferente, poderia estar melhor (Cae está há um bom tempo mamando mal e também doentinho. Duas coisas que fazem muito mal à gente, né?).

Com vocês também é assim? Me contem. Estou curiosa para saber. E o que vocês fazem para se ajudar?

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