Olá mamães, o texto de hoje fala sobre como vivemos sempre com pressa e como os bebês vivem uma realidade oposta a essa, onde tudo é feito com calma e muita observação, e como é importante respeitarmos o ritmo deles.
O texto é muito pertinente, super gostoso de ser lido e foi escrito pela fisioterapeuta e psicomotricista Nadja Azevedo, que faz parte da equipe da PAEDI.
Espero que curtam a leitura. Vale a pena parar a correria do dia a dia e entregar-se a ela.


O bebê não tem pressa
Por Nadja Azevedo, Fisioterapeuta/Psicomotricista – Equipe PAEDI
Vivemos na era da pressa. Temos pressa para ir ao trabalho, pressa no trânsito, pressa para entregar tudo no prazo. E assim, parece que nunca temos tempo, que passamos o tempo todo correndo contra o relógio. Nesse ritmo, aquilo que sentimos, o que vemos e escutamos é processado e, muitas vezes, nem percebemos. Quantas vezes você só escutou o passarinho cantando porque alguém te falou? Ou que o barulho da caneta da pessoa que está sentada ao lado só te incomodou porque alguém reclamou dele? Isso é natural e corriqueiro.
Mas para o bebê, muitas vezes, é a primeira vez que ele se depara com estas sensações. Ele tem a necessidade de ver tudo ao redor, presta atenção nos sons, movimentos das folhas e tudo mais. Ele analisa cada detalhe da sua mão, seu brinco, a barba do papai. Sente a areia e aprecia minuciosamente o ambiente! Quantas vezes indagamos como o pequeno é capaz de encontrar objetos tão minúsculos e ficar horas analisando-o?
Pois é, o tempo dos bebês é outro. E, muitas vezes, não temos tempo (quem sabe até paciência) de deixar o bebê tentar. Vai tentar rolar, damos uma ajuda. Tenta sentar, puxamos a mão. Esticou o braço, damos o brinquedo. Tenta encaixar, ajudamos. Oferecemos um brinquedo novo e logo mostramos tudo o que o brinquedo faz antes mesmo do bebê tentar e criar suas próprias estratégias.
Aqui, o que quero dizer, no meio desse contexto todo é: Espere mais! Observe mais e descubra quanta coisa seu pequeno é capaz de fazer sozinho! Brincar nem sempre é estar ali, na ativa. Brincar é também é esperar, observar e deixar espaço para que o bebê descubra por si só. A expressão dele ao descobrir algo novo é algo indescritível! E mais, é gratificante pois, a primeira coisa que ele faz é olhar para você e compartilhar a descoberta.
Talvez sejam os bebês que irão nos mostrar que o tempo necessita ser outro, e conseguiremos ser um pouco mais saudáveis, nos afastando desta doença urbana conhecida como “ansiedade”, gerada pela velocidade anormal com que estamos levando a vida.
Os bebês e as crianças precisam de tempo. Quanto? O TEMPO deles! Será um “sensível exercício” desligar o automático! Observar mais, agir menos e deixar acontecer!
Nadja Azevedo _Fisioterapeuta/Psicomotricista – Equipe PAEDI