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O primeiro dia do Léo na escolinha

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Agora, quase 22 horas, paro e sento para escrever esse post. E acho que só nesse momento estou percebendo a importância do dia de hoje. As últimas 16 horas foram tão corridas que nem tinha me dado conta de que hoje eu comecei, realmente, a cortar o cordão umbilical que me liga ao Léo. Hoje, iniciei, de uma forma muito sutil, um processo extremamente importante e necessário na vida de qualquer mãe, pai e filho: o processo de dar ao filho a liberdade para que ele comece a andar com as próprias pernas.

Parece meio exagerado falar dessa forma considerando-se que o Léo tem apenas oito meses e meio e que o que fizemos hoje foi simplesmente iniciar o processo de adaptação dele na escolinha. Mas senti muito forte dentro de mim que hoje iniciamos um caminho sem volta, através do qual meu pequeno irá, pouco a pouco, se distanciar de mim para se tornar quem ele realmente é.
E quer saber? Estou orgulhosa de nós dois! :-)
Eu fui criada por uma mãe super amorosa e extremamente presente, entretanto, uma coisa que ela sempre me deu, apesar de toda a dor que isso lhe causava, foi liberdade e autonomia (digo dor, porque a cada conquista de liberdade que eu obtinha, eu voava mais longe, para ir atrás dos meus sonhos e da minha realização). E nesse exemplo que tive de casa que sempre pensei em pautar a criação do Léo. Quero esta presente, quero ser carinhosa e amorosa, quero que ele saiba que eu olho por ele e que ele pode contar comigo sempre, mas, ao mesmo tempo, também quero que ele cresça, se desenvolva e se torne uma criança independe para que no futuro tenha maiores chances de se tornar um adulto seguro e feliz.
E se eu quero que meu filho seja independente (dentro do meu conceito de independência com amor e responsabilidade), é nas pequenas coisas que eu construo isso.
E uma dessas coisas já é a ida do Léo para uma escolinha. Como já comentei em outro post aqui, eu optei por cuidar do Léo meio período (olha o meu lado amoroso e super presente aqui) e por colocá-lo numa escolinha no restante do dia (para eu voltar a trabalhar). E como hoje foi o primeiro dia desse novo arranjo, vou contar um pouco da experiência para vocês.
No outro post que fiz sobre o assunto, eu comento que estava muito segura da minha decisão, com o coração tranquilo, sem nenhum sentimento de culpa e achando que seria um processo fácil, pelo menos para mim. Mas também disse que isso era o que eu achava, e que tudo poderia mudar na hora que a experiência fosse realmente vivida na prática.
Mas sabe que nada foi nem um pouco diferente do que eu pensava? Bom, pelo menos não foi hoje, que fiquei todo o tempo lá na escolinha com o Léo, mas acho que continuará dessa forma tranquila também pelos próximos dias.
Na verdade, eu iniciei o dia com um mix de empolgação e ansiedade. Pensando em como seria tudo e querendo que tudo desse super certo. Na sexta-feira passada, quando eu e o meu marido tivemos uma reunião na escolinha, para conversarmos sobre o Léo e discutirmos detalhes do seu processo de adaptação, decidimos que hoje, seu primeiro dia lá, ele só iria chegar por volta de 16h, após sua sonequinha da tarde, para começar o processo descansado e relaxado, e não tenso e irritado.
E quer saber o que houve? Quase que dá tudo errado! Para meu desespero.
Para começar que o Léo acordou 6h da manhã, como vem fazendo há uma semana (para nossa alegria!!!!!). Antes disso ele só saia do berço às 7h30min, mas agora resolveu que levanta com as galinhas. Bom, tudo bem, paciência e vamos seguir em frente. Mas mesmo aceitando o ocorrido, o fato é que ele já iniciou o dia mais cansado. E para completar o que acontece? Na soneca da tarde ele simplesmente resolveu não dormir. Deu um dos maiores shows da sua história, berrou, gritou, esfregou os olhos até quase arrancá-los e só se deixou vencer pelo cansaço depois da mamadeira do meio da tarde, horário quem na verdade, a gente já tinha que estar indo para a escolinha. Acho que ele sentiu a minha vibração, querendo que ele dormisse logo, e aí resolveu ficar acordadinho para fazer piada com a minha cara. Só pode.
Bom, liguei e avisei que iriamos nos atrasar, mas que a gente ia. Só que aí, por sorte ou azar, nem sei, ele não dormiu muito. Só 40 minutinhos e a gente partiu (ahaha, falando assim até parece que é longe. Fomos a pé, essa é a verdade). Chegamos quase na hora marcada, mas ele meio capenguinha de sono.
Assim, eu adentrei o lugar já meio tensa. Morrendo de medo que o sono atrapalhasse tudo, que o primeiro dia fosse um desastre, que ele ficasse irritado, brigando com o cansaço e por aí afora. E quer saber???? (agora notícia boa!). Nada disso aconteceu! Ele entrou todo curioso naquele lugar novo e cheio de crianças (ele ama crianças), ele foi super receptivo à professora e à coordenadora que irão cuidar dele, e ele simplesmente surtou de alegria quando entrou na sala que ele irá ficar (sala do G1).  O Léo ficou tão doido com as novidades em volta dele, com as dezenas de novos brinquedos, que gritava, batia os bracinhos e colocava os brinquedos de dois em dois na boca. Era tudo tão gostoso que ele não se contentava em morder um, tinha que ser dois ao mesmo tempo. Meu filho figura mostrando seu lado “eu não me entrego, eu me jogo”, que provavelmente deve ter herdado da mamãe meio doida aqui.
Mas enfim, em suma, tentando alinhavar o final da história… O Léo adorou o lugar, adorou as cuidadoras, se mostrou super à vontade e seguro e me deixou bem tranquila também.
Claro que hoje foi o primeiro dia, hoje só ficamos lá uma hora e pouquinho. E claro que o pior ainda está por vir: ele ficar mais horas, ele ficar sozinho, ele ter que dormir lá (dormir de dia fora de casa costuma não ser algo muito fácil para o Léo). Mas se o primeiro passo já foi bom, sem cambalear muito, eu creio que o resto da caminhada vai seguir em equilíbrio e que logo, logo estaremos dançando por aí.
Bom, acho que meu coração de mãe não se enganou. Escolhi um lugar gostoso e seguro para deixar meu filho, no qual ele terá boas chances de se desenvolver e adquirir, pouco a pouco, a liberdade que eu tanto prezo. Além disso, sinto que o deixei com pessoas preparadas, experientes, seguras e amorosas, que conseguirão encontrar o melhor caminho para atender as necessidades do meu filho e fazê-lo feliz. Acho que é isso que importa. Porque dificuldades virão, nem tudo será perfeito, haverá os dias melhores e os dias piores. Faz parte!
Acho que meu arranjo vai dar certo. Estou confiante! E espero que esse post ajude as mamães que estão inseguras com esse assunto a ficarem mais calmas e tranquilas. Como me disseram lá na escolinha há alguns dias: se você e seu marido estiverem tranquilos com relação à decisão tomada, a adaptação será muito, muito, muito mais fácil. Meio caminho andado é o coração dos pais estar em paz. Aí, o dos filhotes passa a bater no mesmo ritmo.

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