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O que é introdução alimentar

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Quem é mãe sabe o que é introdução alimentar, mas quando chega essa hora na vida do bebê, ficamos cheias de dúvidas. O que podemos oferecer para o bebê, qual método seguir a introdução alimentar, que alimentos são permitidos. Enfim, são muitas dúvidas que tentamos esclarecer com o pediatra, mas na hora do vamos ver surgem tudo de novo. Por isso, é indicado acompanhamento com uma nutricionista nessa fase.

Bom, para esclarecer todas essas dúvidas, temos uma nova colunista aqui no MdM, a nutricionista Renata Riciatini. Ela estreia sua coluna falando sobre introdução alimentar e dando várias dicas sobre o tema. Confira!!!

O que é Introdução alimentar:

A introdução alimentar é o processo pelo qual o bebê passa a se alimentar de alimentos variados e não somente do leite materno. A alimentação complementar deve ocorrer somente a partir do quarto mês em alguns casos, mas é indicada após o sexto mês de vida do bebê e seu início não deve interromper o aleitamento materno, que é indicado que permaneça até os dois anos de idade. É um momento muito importante para a criança e para a família e deve ocorrer de forma tranquila.

Quando iniciar a alimentação complementar

A introdução alimentar deve começar, preferencialmente, a partir do sexto mês de vida do bebê mantendo-se o aleitamento materno. O ideal é iniciar oferecendo uma fruta amassada ou em pedaços cortado adequadamente (dependendo do tipo da técnica escolhida) no lanche da manhã e nenhum tipo de fruta é contraindicado, o mais importante é variar para que a criança tenha contato com diversos sabores.
Após algumas semanas de início da fruta, deve-se incluir uma segunda fruta no intervalo das mamadas, à tarde. Após esse período, além de frutas, deve-se acrescentar à rotina de alimentação da criança uma papa “salgada” ou pedaços adequados de alimentos (BLW) em uma das refeições principais (almoço ou jantar). Somente a partir do sétimo mês é indicado acrescentar uma segunda papa salgada ao longo do dia.

Quais os métodos da introdução alimentar

Além da tradicional papinha, hoje em dia, outros métodos de introdução alimentar têm ganhado  popularidade. Vale lembrar que, no momento de escolher a melhor opção para o seu pequeno, é importante considerar os hábitos e a rotina da família e do bebê. Confira três métodos para introduzir os novos alimentos na vida do seu pequeno:

1. A tradicional papinha

Este é um método muito tradicional, que envolve, basicamente, amassar os alimentos, no liquidificador ou no garfo, e oferecê-los em forma pastosa ao bebê. Por meio das papinhas, é possível misturar diferentes tipos de alimentos, mas, por outro lado, a criança come sem saber ao certo o quê está comendo e as texturas ficam indiferenciadas, já que são as mesmas.

2. BLW

O método BLW tem ganhado muitos adeptos. Pensado e desenvolvido pela britânica Gil Rapley, este termo significa, em tradução livre, “desmame guiado pelo bebê” (baby-led weaning) e consiste em oferecer  alimentos em pedaços ao pequeno, de modo que ele mesmo se alimente, de acordo com sua curiosidade, apetite e interesse.

3. Participativa

O método participativo sugere que os bebês desfrutem dos alimentos de forma livre e tenham o comando
da própria refeição, sempre sob a supervisão e responsabilidade de um adulto. Nesse método, os mesmos
alimentos consumidos pela família, são amassados ou picados em pequenos pedaços, montados em um
pratinho e oferecidos ao bebê, de modo que ele sinta a textura e o sabor dos diferentes alimentos.

Alimentos permitidos

Não há qualquer problema em oferecer alimentos diferentes na mesma refeição, desde que contenham pelo menos um ingrediente de cada grupo abaixo e que a quantidade esteja de acordo com o perfil de cada criança:

  • Cereais e tubérculos: arroz, batata, mandioca, batata-doce, inhame, cará, mandioquinha
  • Leguminosas: feijão, lentilha, soja, ervilha, grão-de-bico
  • Proteínas animais: carne bovina, suína, aves. Peixe e ovos são indicados apenas após um ano de vida ou conforme recomendação do pediatra ou nutricionista.
  • Vegetais: verduras e legumes variados.

Apesar de ser comumente chamada de papa salgada, a refeição principal do bebê não deve levar sal ou qualquer outro tempero industrializado, como caldos e tabletes. Recomenda-se nesses casos o uso de temperos naturais, como ervas e especiarias, sempre com moderação para que os alimentos não fiquem muito condimentados, já que dessa forma o bebê poderá desenvolver seu paladar e com o tempo identificar suas preferências alimentares.

É fundamental que durante a introdução alimentar os pais estejam cientes de que a criança pode não aceitar os alimentos ao primeiro contato. Por esse motivo qualquer tipo de alimento recusado deve voltar a ser oferecido outras vezes e em novas formas de preparação, assim é possível descobrir se o bebê realmente não gosta daquele alimento. Vale ressaltar que tudo é muito novo para a criança e que seu paladar ainda está em fase de desenvolvimento.

Por volta de nove meses idade o bebê pode começar a se alimentar com a mesma refeição da família. É indicado começar com porções pequenas e ir aumentando o volume conforme a aceitação. Nessa fase é fundamental que as refeições continuem balanceadas a fim de garantir a oferta de nutrientes ideal para a criança e colaborar para que seus hábitos alimentares continuem saudáveis.

Dicas para a introdução alimentar

  • Se possível, prefira alimentos orgânicos, que são cultivados sem o uso de agrotóxicos e fertilizantes. Caso não seja possível oferecer alimentação orgânica, prefira frutas e verduras de época.
  • Sempre ofereça alimentos frescos e naturais, evite papinhas ou outros produtos industrializados.
  • Ofereça os alimentos separados para que o bebê possa identificar os diversos sabores.
  • Não bata as papinhas no liquidificador ou mixer. Elas devem ser amassadas com um garfo até que se obtenha a consistência desejada.
  • Não ofereça guloseimas, como doces, sucos artificiais e refrigerantes para as crianças.
  • Ao iniciar a introdução alimentar, aumente a oferta de água para o bebê.

Na hora de comer…

É importante evitar distrações! Prefira sempre sentar à mesa, tornando o momento da alimentação um  ritual prazeroso para toda a família. Afinal, se alimentar é mais do que ingerir nutrientes, é uma experiência  social importante e, quanto mais prazeroso for esse momento, melhor será sua relação com a comida.

Atenção ao que vai à mesa: se você não deseja que seu filho coma determinados alimentos, evite consumi-los em casa.

Meu filho viu, e agora? Porém, não é porque a criança viu alguém comendo determinado alimento que ela precisa comer também. Crianças sentem-se interessadas pelo mundo à sua volta, de forma geral. Se ela viu uma pessoa comendo um sorvete na rua, por exemplo, distraia sua atenção para outra coisa. Isso evitará que seu pequeno consuma, em excesso, açúcares e outros alimentos industrializados que podem
prejudicar sua saúde.

Assista também, no Canal MdM, esse vídeo sobre 3 alimentos que deveriam estar na introdução alimentar mas são evitados:

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