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Obesidade infantil e o papel da família

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Mamães, obesidade infantil é um assunto sério e esse é o nosso tema de hoje. Uma das nossas maiores preocupações em relação aos nossos filhos, tenho certeza que é a alimentação deles. Desejamos (e cobramos) bons hábitos alimentares dos pequenos e nós? Estamos dando o exemplo? Quando o assunto é obesidade infantil, qual é o nosso papel?

Para falar desse assunto preocupante, nossa colunista, a psicóloga Bruna Moreira, especialista em Neuropsicologia, fala como famílias com caso de obesidade infantil podem ajudar a desenvolver bons hábitos alimentares. E fala mais: a causa e como prevenir a obesidade infantil.

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Ajudando seu filho na cura da Obesidade Infantil

Crianças obesas estão expostas a estigmas de peso e podem ser vulneráveis a efeitos psicológicos, como depressão e efeitos sociais, como o isolamento e bullying.

Os primeiros anos, enquanto ocorre o desenvolvimento cognitivo e motor, é essencial que os pais optem por alimentos saudáveis. Inclusive, aleitamento materno. O sobrepeso nos primeiros meses de vida tende a aumentar na média infância. E esse risco parece aumentar com a idade. Aos 4 ou 5 anos de idade, a obesidade é preocupante porque tende a persistir.

As consequências de tendências desfavoráveis, como o isolamento ou o retraimento social, podem contribuir para a exacerbação da obesidade por meio de vulnerabilidades psicológicas que aumentam a tendência a comer demais e a atividades sedentárias. É evidente que essas tendências desfavoráveis, o preconceito e a discriminação são parte da vida cotidiana dessas crianças com sobrepeso. Além disso, com o aumento da incidência de obesidade infantil, foram identificadas também outras consequências da obesidade para as crianças, entre as quais apneia obstrutiva do sono, problemas ortopédicos, hiperandrogenismo, diabetes do tipo 2 e doenças cardiovasculares.

O que causa Obesidade Infantil:

  • Dieta desequilibrada, rica em fast-foods, alimentos industrializados e congelados, refrigerantes, doces e frituras;
  • Sedentarismo, uma vez que a atividade física ajuda a queimar as calorias ingeridas;
  • Histórico familiar de obesidade, uma vez que a doença tem influência genética e os maus hábitos alimentares podem ser ensinados de pai para filho;
  • Fatores psicológicos, como estresse ou tédio, dificuldades de aprendizagem, e outros transtornos que atrapalham a vida da criança podem interferir no seu emocional fazendo as crianças comerem mais do que o normal.

A obesidade infantil resulta de uma falha do sistema de autorregulação do corpo na modulação de influências ambientais em relação às propensões genéticas individuais. Mas diversos fatores envolvidos que causam a obesidade promoverão um equilíbrio energético positivo em longo prazo.

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O papel dos pais

Os pais têm um papel fundamental a desempenhar para ajudar seus filhos a desenvolver hábitos alimentares saudáveis e um estilo de vida ativo. Como as crianças imitam o que vêem, não surpreende que os comportamentos alimentares dos próprios pais estejam associados aos comportamentos alimentares das crianças e a seu status de peso. As crianças preferem naturalmente os sabores doces e salgados e não precisam aprender a gostar desses alimentos.

No entanto, quando têm a oportunidade de experimentar repetidamente novos alimentos, como frutas, verduras e legumes, as crianças aprendem a gostar de alimentos que antes rejeitavam. Os estudos demonstram que podem ser necessárias de cinco a 16 exposições até que uma criança aceite um alimento novo. Vale a pena começar a praticar.

Embora seja aconselhável que os pais limitem o consumo pelas crianças de petiscos que não são saudáveis, e as encorajem a comer mais frutas, verduras e legumes, a restrição excessiva ou a pressão para que comam podem, na verdade, ter efeitos negativos sobre a ingestão de alimentos e sobre o peso da criança, por perturbar a capacidade natural da criança de controlar sua ingestão de alimentos. A pressão dos pais para que a criança coma certos alimentos pode reduzir a preferência da criança por esses alimentos, ao passo que a restrição excessiva pode encorajar o consumo exagerado dos alimentos proibidos quando estiverem disponíveis. Então, o conselho é ensinar seu filho desde pequeno, ir inserindo alimentos saudáveis e reforçando o consumo durante seu crescimento. Caso, já tenha uma idade mais avançada, inicie aos poucos, monte pratos divertidos e pratique o bom exemplo.

Prevenção

Pais e cuidadores devem ser modelos positivos para os comportamentos alimentares e físicos das crianças. Devem moldar comportamentos alimentares saudáveis e disponibilizar alimentos saudáveis para as crianças, de forma a reduzir seu risco de obesidade. A falta de conhecimento dos pais sobre nutrição saudável, comportamentos alimentares e inatividade física, pode resultar em comportamentos inadequados por parte dos filhos.

Os tratamentos têm maior probabilidade de serem eficazes se o foco for a família e não apenas a criança obesa. Ou seja, a família precisa estar motivada para fazer as mudanças necessárias em seu estilo de vida. O tratamento precisa ser suficientemente duradouro. E, além da dieta, é necessário mudar os comportamentos sedentários.

No entanto, a prevenção da obesidade provavelmente não terá resultados se o ambiente da criança não for considerado. Por exemplo, as pesquisas sugerem que a redução da publicidade de petiscos ajuda a evitar comportamentos alimentares prejudiciais. A qualidade nutricional de alimentos e bebidas servidos e vendidos nas escolas também deve ser melhorada. As crianças devem ser encorajadas a reduzir o consumo de refrigerantes e outras bebidas adoçadas com açúcar. Além de aumentar seu nível de atividade física e a reduzir sua exposição à televisão.

Para que a epidemia de obesidade infantil seja enfrentada, são necessárias mudanças que promovam a brincadeira e a atividade física.

Lembrando que, infelizmente, a obesidade é uma doença, e está cada vez crescendo mais no Brasil. Essa doença, segundo uma matéria que li na revista Veja, atinge 2 milhões de crianças POR ANO!

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