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Quando posso falar de dinheiro com a criança?

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Dúvida comum entre os pais que querem oferecer educação financeira para seus filhos: quando posso falar de dinheiro com a criança? Existe idade certa para isso?

Quem me acompanha lá no canal MdM, já deve ter visto que comecei uma série de vídeos no #ConversadeMãe sobre dinheiro com a Andreia, ela é especialista em economia, coach e analista. Conheci a Andreia esse ano e ela mudou completamente minha forma de enxergar e lidar com o dinheiro. É com muita alegria que recebo a Andreia agora aqui no blog como colunista. Mensalmente, ela vai falar aqui sobre esse assunto e nos ajudar a levar para dentro da nossa casa educação financeira.

E para começar, Andreia compartilha conosco quando devemos começar a falar de dinheiro com a criança.

Quando posso falar de dinheiro com a criança?

Na maternidade um dos grandes marcos é quando nossos filhos começam a andar e a falar. Amamos quando eles soltam o “ma-mã” e piramos quando eles começam a imitar os nãos (muitas vezes brincando), não é mesmo? Quando eles andam então, que alegria! São filmes sem fim, fotos, registros das tentativas e por aí vai.

Isto sem falar dos vários primeiros momentos: a primeira comidinha, a primeira vez que levantaram a cabeça sozinhos, as perninhas durinhas, a primeira água, a primeira mamada, o primeiro dia na escola. Ufa! Quanta coisa! E mesmo assim lembramos com carinho de todos os primeiros passos (ainda não perfeitos).

Seu filho tem dois anos ou mais? É hora de falar de dinheiro!

Mas, infelizmente, quando se trata de dinheiro (aquele item que também será essencial na vida desta criança) muitas vezes o primeiro registro começa com a “mesada” ao redor dos 8/10 anos, isto se a família adotar a mesada, porque senão será apenas no primeiro salário da “não mais” criança!

Só que neste momento boa parte dos hábitos já foram formados e, como a relação com o dinheiro é formada pelo que a criança ouve, presencia e aprende com os pais estes marcos podem significar apenas uma extensão familiar ou ainda um movimento totalmente contrário ao que a família pratica (e garanto que nem sempre isto é bom).

O grande X da questão é que temos enraizado que para ensinar educação financeira precisamos falar sobre compras e investimentos. Quando, na verdade, há alguns passos anteriores e imprescindíveis para que compras e investimentos sejam um assunto fácil de entender e aplicar.

E, estes passos, podem ser iniciados aos dois anos de idade! (Demais né?).

Quer saber quais e como aplicar? Confira abaixo:

1 – Ensine a criança a fazer escolhas

Mesmo que não envolva dinheiro, isto significa dar a criança a possibilidade de viver as causas e consequências de suas ações em ambiente controlado. Escolhas pequenas e que não impactam a rotina familiar como: acabar de assistir ao desenho e tomar banho ou tomar banho agora e assistir dois desenhos depois, podem ajudar a criança a entender que, muitas vezes esperar um pouco mais para ter o desejo atingido pode significar ganhos maiores (o que na vida adulta pode ser a diferença entre pagar ou receber juros).

2 – Estimule a autonomia da criança

Permita-a explorar os ambientes, frustrar-se, expressar seus desejos e mais uma vez observar a relação de causa e consequência (obviamente isto tudo com coisas que não a machucarão). Isto a ajudará a desenvolver habilidades de autocontrole o que, na vida adulta, significa, não agir por impulso ou não agir em busca de realizar o desejo do outro apenas para agradar.

3 – Brinque com causa e consequência (se fizer isto, então o que acontece será aquilo) e estimule a criança a dar respostas

Exemplo: se colocar este brinquedo na água então vamos esperar ele secar antes de brincar novamente. Se derrubarmos o brinquedo então teremos um brinquedo quebrado. Se você se jogar no chão, então vamos embora.  Esta prática ajuda a criar o hábito de pensar antes de agir, o que significa, redução do risco de compra por impulso, por exemplo.

4 – Cumpra suas promessas

Na infância as crianças são extremamente crédulas. Se os pais não cumprirem as promessas a criança pode deixar registrado no cérebro que é sempre melhor ter a recompensa imediata do que quer que seja porque se esperar não acontece. Isto, na vida adulta, pode significar comprar tudo o que desejar, mesmo que não tenha a renda (e aumentar o risco de problemas financeiros).

5 – Seja exemplo

Não deixe que o consumismo seja uma medida de amor. Não dê presentes porque precisou trabalhar até mais tarde ou porque brigou com a criança. Isto pode gerar uma busca constante da satisfação “o dia foi ruim, eu mereço”. E isto pode ser o fantasma de quem quer ter prosperidade

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Cabe lembrar que é possível que as crianças de hoje viverão até os 130 anos e, assim sendo, é mega importante que entendam desde cedo a importância do consumo consciente e da realização de poupança para o futuro. Afinal, não faz sentido viver tanto tempo a mais do que as gerações anteriores apenas para pagar contas e com a sensação de sufoco financeiro, não é mesmo?

Por isto, realmente sugiro começar imediatamente a ensinar seus filhos sobre escolhas e autocontrole. Garanto que o resultado aparecerá. Mas, não esqueça, como qualquer outro processo de aprendizado, necessita constância e uma boa dose de paciência.

Se tiver dúvidas ou sugestões de outros assuntos, mande mensagem para nós. Nossa missão aqui é ajudar você a desenvolver a consciência financeira do seu filho (e a sua). Para que dinheiro não seja uma barreira para as realizações.

Super beijo e até a próxima!

Andreia Fernanda

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