Mamães, há um bom tempo que eu não trazia um relato de parto aqui. Pois bem, hoje chegou o dia de termos de novo uma dessas gostosas e emocionantes histórias. O texto de hoje foi escrito pela Daniela Franzolin, 34 anos, professora, artesã e mãe da Helena. Ela fala um pouco sobre como mudou sua escolha pelo tipo de parto no meio da gestação e de como essa experiência foi bacana para ela. Confira e boa leitura!
Relato de parto – a melhor escolha que eu poderia ter feito
Por Daniela Franzolin
Sempre que pensava em engravidar, uma das minhas primeiras preocupações era com o parto, pois morro de medo de hospital. Isso, de fato, fez com que eu adiasse a decisão de ter filhos, para vocês terem uma ideia. Mas, depois de 16 anos de relacionamento entre namoro e casamento, decidi que era o momento de ser mãe. Passei por cima do medo do parto e pensei: uma vez dentro da minha barriga vai ter que sair então seja o que Deus quiser. O caminho até engravidar não foi dos mais fáceis. Depois de alguns tratamentos, uma gravidez ectópica e duas fertilizações in vitro finalmente conseguimos nosso positivo.
Pronto, agora eu tinha 9 meses para me acostumar com a ideia de que teria um parto. Pode parecer estranho, mas sempre pensei em fazer cesárea. Meu pensamento era de que marcando uma data eu poderia me preparar para o momento e não ficar com tanto medo. Quando a obstetra perguntou se eu tinha escolhido como queria o parto eu disse na lata: “cesárea, claro”. Ela, muito serenamente, me disse que hoje quem decide é a mãe e que era pra eu ler tudo que conseguisse sobre as opções de parto e perguntar o que quisesse para ela até decidir. Após algum tempo, quando falamos do assunto novamente, ela me disse que caso eu optasse pela cesárea ela esperaria o sinal de que o bebê queria nascer. Pronto! Aí gelei! Como assim?! Se for esperar o sinal de parto, não vou poder me preparar para um dia especifico! Mas não tinha jeito, isso era o melhor para a bebê: esperar o sinal de que ela queria vir ao mundo.
A partir desse momento, comecei a ficar mais ansiosa ainda. Com o tempo, comecei a ouvir de várias pessoas para ter parto normal, pois era melhor. Meu marido ouvia isso o tempo todo também e começou a tentar me convencer. Eu me incomodava com essa pressão, pois queria decidir sozinha. Mas também respeitava a opinião do meu marido, afinal, a filha era nossa e eu tinha que pensar no bem estar dela.
Faltando um mês para ela nascer, ele ouviu no rádio um especialista falando sobre os benefícios do parto normal e pediu para eu ouvir a reportagem. Eu ouvi e, na próxima consulta, pedi para a médica me explicar como seria toda a sequência do parto normal.
Após essa consulta resolvi esperar o momento certo para tomar essa decisão que para mim era tão importante. Quando a bolsa rompeu, com 39 semanas, fomos para o hospital e a Doutora sentou ao meu lado e disse “agora temos duas opções, podemos levar adiante o parto normal ou fazer cesárea. Respirei beeeem fundo e disse “seja o que Deus quiser, vamos tentar”. A partir desse momento, eu tive a experiência mais linda que uma mulher pode ter. Se senti dor? Sim, senti. Mas hoje a medicina nos ajuda nessa hora também e a medicação na quantidade certa e na hora certa ajudou a controlar um pouco. Depois de 11 horas que a bolsa rompeu, muita caminhada, exercícios na bola, respirações (o pilates me ajudou muito para esse momento), minha pequena veio ao mundo, cheia de saúde e eu em pouco tempo já estava pronta pra outra.
Descobri que, na rede particular, parto normal é praticamente um evento no hospital. Muitos médicos não incentivam, muitas mulheres optam por cesárea por comodidade e por aí vai. Eu tive a sorte de ter uma médica fantástica que conseguiu me fazer mudar de ideia sem impor nada, um marido maravilhoso que esteve presente o tempo todo na sala de parto ajudando em tudo e Deus que colocou essas pessoas no meu caminho e me guiou para a melhor escolha que poderia ter feito.
Ainda continuo dizendo para todas gravidas que conheço que elas que devem decidir. Ouvi muito que deveria fazer parto normal e me surpreendi quando vi que quase ninguém faz.
Se eu faria de novo? SIM! Foi a melhor escolha que poderia fazer. Mas cada mulher tem que sentir o que é melhor para seu corpo. Não é um médico nem a sociedade quem deve decidir. Leia muito, encontre um médico que a deixe bem a vontade para escolher e, acima de tudo, siga seu coração.
Daniela Franzolin tem 34 anos, é professora e artesã e mãe da Helena.