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Síndrome da pele escaldada

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Há poucas semanas, fiquei sabendo de um problema que nunca tinha ouvido falar. Chama-se Síndrome da Pele Escaldada, e esse problema acabou acontecendo com uma criança da nossa família (filha da prima de um marido).

A menina chegou, inclusive, a ficar internada na UTI por alguns dias, para tratar o problema. Graças a Deus, correu tudo bem e ela já teve alta, mas como é um problema que vi próximo de mim e nunca tinha ouvido ninguém falar a respeito, achei que valia a pena abordar aqui no blog.

Assim, convidei a Dr. Priscila Stagliorio, Pediatra, para explicar um pouco do que se trata a Síndrome da Pele Escaldada, que pode acontecer com crianças até 5 anos de idade.

Imagem: Google Images

Síndrome da pele escaldada

Por Dra. Priscila Zanotti Stagliorio, Pediatra e Médica de Emergência Infantil

A síndrome da pele escaldada é uma doença rara, que ocorre geralmente em bebês recém-nascidos e em crianças com até cinco anos de idade. Adultos com imunossupressão também podem apresentar a moléstia que possui como característica principal a pele com aspecto escaldada (queimadura), coloração avermelhada, textura alterada e esfoliações de grandes áreas, o que provoca dor, febre e muito incomodo no paciente. Neste texto, tentarei explicar, brevemente, sobre o que é esta moléstia, seus sintomas e como tratá-la corretamente.

O que é a Síndrome da Pele Escaldada:

Trata-se de uma enfermidade provocada por uma infecção da pele causada pela bactéria Staphylococcus aureus do grupo II, principalmente pelo tipo 71, e ela produz duas exotoxinas conhecidas como A e B, das quais agem na epiderme promovendo a sua morte celular e, consequentemente, o aspecto de descamação. Este micróbio é frequentemente encontrado na pele e, também, nas fossas nasais de pessoas em ótimo estado de saúde e pode provocar infecções de trato simples como furúnculos e acnes ou doenças graves com a necessidade de internação e cuidados especiais.  Vale dizer que esta doença ocorre quando há a quebra de barreiras e proteção da pele, usualmente acometidas em crianças recém-nascidas que ainda não possuem imunidade para a sua proteção total.

Diagnóstico:

Como a Síndrome da Pele Escaldada possui em seu início de manifestação aspectos bolhosos, pode ser facilmente confundida com outra doença. Portanto, o melhor diagnóstico se dá por meio de análise clínica e quando necessário o médico poderá solicitar exames e até biópsia da pele para descartar outras possíveis doenças com características similares como, por exemplo, a Necrólise Epidérmica Tóxica (NET) ou Síndrome de Lyell decorrentes de reação alérgica grave.

Sintomas e evolução da doença:

A doença manifesta-se com febre e vermelhidão em determinadas áreas do corpo, seguidas de bolhas com fluido que “estouram” e deixam a pele úmida. Ocorre a descamação em fitas, calafrios, fraqueza, perda de fluidos e crosta (comuns em torno do nariz e ouvidos. Nos recém-nascidos, as lesões aparecem na região da fralda e ao redor do cordão umbilical. Em crianças maiores, os sintomas e lesões podem aparecer na região das costas, peito, cabeça, orelha, cotovelos, joelhos e dedos. Em geral, os sintomas estendem-se por duas a três semanas e a doença pode curar-se sozinha ou necessitar de tratamento hospitalar, dependendo da gravidade do caso e o aval de diagnóstico do médico. É importante dizer que a mortalidade infantil por decorrência desta enfermidade é baixa, mas merece atenção e cuidados especiais.

Transmissão:

Como se trata de uma infecção por bactéria, a doença pode ser sim transmitida de pessoa para pessoa, mas a infecção de outra pessoa depende de seu estado geral de saúde.  Por isso é importante o diagnóstico e tratamento indicado por especialistas médicos e pediátricos, que somente eles poderão indicar a melhor conduta e tratamentos a seguir. Também, mesmo após um quadro infeccioso na criança, a doença pode voltar a se manifestar quando uma nova contaminação ocorre, ou seja, não existe imunidade.

Tratamento:

Como a doença apresenta sintomas similares ao de outras é ideal que seja feito o exame clínico e, quando necessário, laboratorial para o diagnóstico correto. Em geral, o tratamento se dá por meio de remédios antibióticos e de acordo com a gravidade das lesões, que pode durar até três semanas. Também, é indicado o uso de hidratantes emolientes para a proteção da nova pele que “nasce” após a esfoliação.

Recomendações:

  • Aos menores sintomas da doença, procure um posto de saúde ou clínica médica e relate os sintomas manifestantes.
  • Não encaminhar a criança para a escola, creche ou locais em que há outras para evitar a transmissão.
  • Nunca automedique a criança, pois isso pode colocar a vida dela em risco.
  • Não arranque a pele quando estiver no processo de escamação. Além de doloroso, pode infeccionar ainda mais e provocar lesões mais sérias e até óbito.
  • Siga veemente as recomendações do seu pediatra e não se baseie em pesquisas nos buscadores online, que não possuem garantia de fonte.

Sobre a Dra. Priscila Zanotti Stagliorio

Priscila  é médica pediatra há mais de dez anos e há alguns meses lançou o blog Pediatra Online – Dicas de Pediatra e Mãe. Priscila também dá cursos personalizados para gestantes e mães, sobre cuidados  com recém-nascidos. Para solicitar informações sobre os cursos escreva para: dicasdepediatraemae@gmail.com. Para receber dicas de saúde e bem estar inscreva-se no blog e siga a página da pediatra no Facebook.

 

 

 

 

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