Um dia o bebê cresce

Um dia o bebê cresce. Acredite, amiga, um dia, aquele bebê que te fazia acordar de hora em hora, que te tirava da cama às 5h da manhã, te deixou com o rosto marcado por rugas e olheiras, vai dormir muito mais do que você, inclusive, quer que ele durma.

O despertador vai tocar, você vai abrir a janela, vai enchê-lo de beijos, puxar a coberta, e nada do mocinho despertar. E aí, vai te dar um click: Um mocinho! Um meninão! Praticamente um pré-adolescente.

E no meio disso tudo, você verá um pontinho vermelho na bochecha e vai bater o desespero: a primeira espinha? Já? Será? Meu Deus, onde foram parar os últimos 10 anos que nem vi passar? Ufa, a espinha é só uma picada de pernilongo! Mas esse pensamento, essa sensação do tempo escorrendo pelas mãos, irá te perseguir, te fazer refletir (em muitos momentos agradecer também) e te fará, mais do que tudo, sentir a arrebatadora vontade de curtir mais, viver mais, aproveitar mais os pequenos momentos, sem pressa e sem compromissos, sem culpa e sem exigências.

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Sim, porque uma das coisas boas da passagem do tempo é que a gente aprende a lidar com o nosso julgamento e com a culpa que teimam em sempre chegar. A gente já aprendeu que não é perfeita, os filhos não são perfeitos, e nada que a gente faça garantirá um resultado também perfeito e sem surpresas.

Sei lá, hoje, acordei pensativa. Na verdade, Leo me fez pensativa. Me tirou da inércia do sono sem dizer nada, mas me fazendo sentir muito.

Obrigada, filhote, por sua simples existência me permitir contemplar e sentir o que há de mais forte, profundo e importante na vida.