Há um tempo atrás, postei aqui o relato da Lívia, mãe da Juliana, sobre a experiência de ter uma filha com síndrome de down e o rico aprendizado que essa experiência lhe proporcionou. Pois esse texto acabou me fazendo conhecer virtualmente outra mulher incrível, a Keila, que me mandou um e-mail super carinhoso, dividindo comigo a sua história e a alegria de ter em sua vida a Rebeca, outra menina linda portadora de síndrome de down.
Divido com vocês a história da Keila e da Rebeca. Palavras inspiradoras merecem ser compartilhadas.
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Essa é a fofinha da Rebeca! |
No dia seguinte, minha médica chamou a mim e a meu marido e nos disse de sua desconfiança – síndrome de Down – a qual só poderia ser confirmada pelo exame de cariótipo, mas a Rebeca nasceu com pneumonia e só poderíamos fazê-lo depois de três meses. Meu marido não suportou e, infelizmente, não muito depois nos separamos.
Um mês após o seu nascimento, minha filha saiu do hospital, ainda sem a certeza sobre a síndrome. Eu me sentia ferida, era como se eu tivesse levado um tiro. O impacto, a dor , a sensação de perda e, ao mesmo tempo, um ímpeto de proteger minha cria dos olhos alheios. Não queria que ninguém a visse como “diferente”, não por preconceito, pelo que os outros iriam achar, mas pelo que ela poderia sentir. Eu estava resolvida, não deixaria minha filha sofrer.
Mas, ao mesmo tempo, me sentia tão culpada: como pude deixar acontecer? Eu sabia que com 40 anos corria esse risco, apesar de ser praticamente estéril.
Foi então que Deus começou a agir. Primeiro colocando as coisas nos devidos lugares:
Lição número 1 : Você (eu e você) não temos poder para fazer ou criar nada! Nem uma mosquinha, que dirá uma pessoa, um ser vivo. Deus dá a vida.
Lição número 2: Não subestime seu filho(a) . A Rebeca, com 4 meses, dormia na cabeceira e acordava nos pés do berço.
Coisa mais querida!!
Lição número 3: Não compare seu filho(a) com ninguém a não ser com ele(a) mesmo. O desenvolvimento de cada um é de cada um.
Pra resumir, hoje a Rebeca tem sete anos, estou separadas há quatro, o pai é completamente ausente, mas ela adotou o tio, que ela mesmaresolveu chamar de pai.
Resolvida!!!! Pegou-o pela mão um dia, quando ele foi buscá-la na escola, e avisou aos amigos: esse é o meu Pai!
Pronto, assunto resolvido, página virada. Segue. Ela é assim!
Amorosa, na porta da escola, desce do carro me olha e diz: “Tchau minha querida” ou “amor da minha vida: ou “minha fofinha”.
Não sei o que seria da minha vida sem ela !!!!! Quando estou triste, ela senta ao meu lado, assistindo TV, passa o braçinho pelo meu pescoço e diz assim: Deita aqui no meu colinho mãe!
E outro dia, quando eu estava um caquinho de tão cansada e preocupada com o trabalho, fui deixá-la na escola. Quando fui soltar o cinto de segurança dela, ela me agarrou no pescoço, me abraçou apertado e, do nada, me disse: ” MÃE VOCE É MUITO CORAJOSA!”. Eu a abraçei, ela desceu, entrou na escola, jogou um beijo e eu fui embora, trabalhar, fortalecida de novo!
Essa tem sido minha historia. Muitas outras experiências tenho com a minha Rebeca. Agradeço a Deus por ter a oportunidade de tê-la comigo.
Um grande abraço para você, e se achar que, de alguma forma, minha história pode ajudar as mães que se deparam com o nascimento de filhos especiais, fique à vontade para usá-la. Minha intenção é mostrar que há muita luz , e não só no fim do túnel!