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Uma nova profissão que é para sempre!

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Eu mudei de emprego. Há mais ou menos um mês e meio. Havia tomado a decisão de assumir esse novo desafio há mais de um ano, mas as coisas realmente só começaram a se encaminhar há um pouco mais de nove meses. Nesse período, tive tempo para me preparar, estudar a respeito da nova função e até fazer alguns treinamentos, mas quem disse que isso ajudou alguma coisa?

Desde que assumi meu novo posto, trabalho dia e noite, non-stop. Trabalho mais que meu marido, que é consultor. Trabalho mais que gari no carnaval do Rio de Janeiro.

Agora, aqui em casa, o despertador toca todo santo dia às 6h da manhã, para me avisar que a rotina começou (ela parou em algum momento??). E ele desperta aos gritos, não me dando alternativa a não ser levantar, e bem rapidinho, se não o ruído começa a aumentar, e aumentar e aumentar e acabará despertando o prédio, e o quarteirão, e o bairro todo.

Nesse meu novo emprego, tenho um chefe que me demanda em tempo integral. Que literalmente me suga. Ele é um daqueles baixinhos carecas, com uma carinha sorridente, mas cuja simpatia nos engana só por alguns instantes. Se eu não fizer o que ele quer, ele abre a boca e grita mesmo. Eu aí, a coitada aqui sai correndo para atender seus desejos.

O que ele mais gosta é demandar minha atenção no momento que eu resolvo almoçar, ou fazer um lanche, ou jantar, coisas que sempre TENTO fazer no meio do expediente. Parece que ele sente o cheiro da comida e aí pensa: Ops! Aqui só quem come sou eu! Vamos tirar essa senhorita dessa folga.

Já teve dia que corri tanto que nem tempo de ir ao banheiro eu tive. Não devia contar isso aqui, mas nesse dia cheguei a fazer xixi nas calças. Infelizmente eu não estava usando fraldas.

No meu novo emprego eu não tenho folga, nem feriado, nem férias. Como é cargo de (extrema) confiança, também não recebo hora extra. Só as cumpro. Só faltando bater continência.Nesse novo trabalho, encaro novos desafios todo santo dia. Quando estou aprendendo as regras impostas pelo meu chefinho, ele vai lá e muda tudo de novo. Resolve que não será mais desse jeito, nem nesse horário, e grita, grita, grita para me dizer que não é mais assim que ele quer. Parece uma eterna gincana. Cheia de tarefas surpresas!

Para completar as dificuldades encaradas, passo metade do tempo tendo que resolver as coisas usando uma mão só, porque a outra está ocupada, carregando um peso de quase cinco quilos. E nem posso reclamar, porque esse peso irá aumentar com o tempo, vai dobrar, duplicar. Bom, pelo menos ficarei com o braço malhado (Um deles. L).

Desde que optei por assumir essa nova função eu sabia que seria para sempre. Não tenho a opção de tirar licença nem de pedir demissão. E se tem momentos que isso me apavora, porque nunca será fácil abrir mão da nossa liberdade e ter que lidar eternamente com o desconhecido, tem outros (a grande maioria deles) que tenho certeza que essa loucura toda é a melhor coisa do mundo! O trabalho mais recompensador de todos.

Devo confessar que, apesar dos perrengues que ele me faz passar, amo o meu chefinho exigente e chorão e prometo atender (quase) todos seus desejos. Só peço que, em breve, ele me libere umas horinhas extras de folga. Afinal, essa seria uma recompensa justa para trabalho danado que ele dá.

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