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Depressão pós-desmame

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Fala-se muito sobre depressão pós-parto, mas e a depressão pós-desmame? Isso mesmo, ela existe e quem fala dela pra gente é a nossa colunista, a psicóloga, Kênia Braga. Confira!

DEPRESSÃO PÓS DESMAME

Como seria a vida de uma mãe se ela aprendesse a viver a maternidade com auto amor, sem preocupações exageradas e falsas culpas?

Como seria a vida de um filho se ele crescesse na presença de uma mãe equilibrada e feliz, bem cuidada por si mesma? Que tipo de mente esse filho teria e aonde ele iria chegar?

Este artigo foi construído com o propósito de ajudar as mães na transição da amamentação, implementando mudanças favoráveis em suas rotinas, através de algumas práticas bem simples e protetivas para saúde emocional de ambos, mamãe e bebê; para resgatar a segurança, a satisfação pessoal e prevenir a depressão no desmame.

AS MUDANÇAS NA MATERNIDADE

O nascimento de um bebê transforma rapidamente tanto a parte física, quanto o emocional da mulher, na verdade a chegada do filho é uma mudança radical de vida. É muito importante a mãe receber suporte de uma rede de apoio, pessoas mais próximas e profissionais especializados para superar essa fase de transformações súbitas e se adaptar de forma mais saudável, pois existe um aumento do risco de desordens mentais durante a gravidez e após o parto.

A maioria das mães vivencia um aumento no nível de ansiedade devido as preocupações com a gestação, as mudanças físicas, emocionais e sociais. Elas experimentam um ajustamento de suas funções maternas num curto espaço de tempo com bastante pressão, sentimento de defectividade, inadequação e despreparo. Neste sentido, algumas possuem mais chances de desenvolverem problemas mentais durante a chegada do bebê ou após o nascimento do filho. Neste período, também acontecem alterações metabólicas e emocionais que podem desencadear a depressão pós parto e comprometer o aleitamento materno. A amamentação é um fator de proteção para a depressão pós parto ou seja, o desmame pode desencadear ou piorar as depressões.

O DESMAME

Após dois anos de amamentação de livre demanda, algumas ocorrendo na madrugada com choros inacabáveis do bebê que lhe acorda várias vezes a noite, recebendo alguns puxões de cabelo enquanto amamenta, sonos incompletos, cansaço crônico, as mães ainda temem a despedida de tudo isso… Sim, existe obviamente o outro lado, que é compensador, um vínculo incrível e simbiótico, carinhos, conversas mesmo quando você está exausta…

Em meio a tanto amor, preocupações e cuidados, existe um luto importante desta fase para que outro ciclo seja iniciando e seu bebê que está desenvolvendo a autonomia e a individualidade possa descobrir novos prazeres de explorar a vida além do seio materno.

Existe um universo de brincadeiras e satisfações esperando por seu filho, desde a aprender a tomar um banho sozinho, como brincar com os amigos, ir a escola, conhecer novos paladares, viver muitas diversões e aprendizados, mas muitas vezes, tudo isso fica ofuscado pelo medo da separação.

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Após o corte do cordão umbilical, o desmame é a próxima separação importante entre a mãe e o bebê. Muitas mães se sentem tristes ou culpadas neste momento e não estão preparadas emocionalmente para o fim da amamentação… É como se elas se sentissem desconectadas do filho quando entram neste momento… É muito importante fazer o desmame de uma forma mais protetiva para ambos, quando a amamentação é retirada de forma súbita, a criança se senti abandona e a mãe corre risco de ter problema com a mastite (inflamação na mama causada por acúmulo de leite). Seria indicado a amamentação por para dois anos para garantir as defesas do bebê nesta fase que ainda estão precárias, o ideal é substituir gradualmente o seio materno pela mamadeira, por três meses antes pelo menos antes de tirar definitivamente a mama. E seriam necessárias muitas conversas e carinhos para que ambos estejam prontos para este distanciamento saudável.

CAUSAS DA TRISTEZA NO DESMAME

Algumas das causas da tristeza frente ao desmame são:

Desmamar o bebê mais cedo do que o planejado, pode fazer com que a mãe se sinta triste e culpada. O importante é compreender que você está possibilitando que seu filho se desenvolva, fazendo o melhor que você pode.

Quando a questão for o trabalho externo, compreenda que você pode amamentar a noite, pela manhã antes de sair e nos fins de semana normalmente.

Outro ponto que deixa as mães angustiadas é a perda do vínculo na amamentação. Quando o filho deixa de mamar pode acontecer um sentimento de vazio como se você tivesse perdido alguém de um relacionamento próximo, mas existem outras coisas além do aleitamento materno que você e seu filho possam fazer juntos para manter o vínculo saudável e forte, como por exemplo, conversar com ele e fazer carinhos…é uma das formas de manter a proximidade afetiva.

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A mãe também senti que o filho está ficando mais independente e não precisa mais dela, e na verdade isso não é uma realidade. Também o fato de que o corpo está em mudanças pois o processo de desmame leva a uma mudança hormonal…

Hormônios como progesterona, estrogênio e prolactina irão reduzindo aos níveis antes de engravidar, então se o desmame for súbito estas mudanças hormonais irão afetar mais intensamente as emoções da mulher.

QUANDO PROCURAR AJUDA PROFISSIONAL

Aprender um estilo de vida materna saudável, envolve um bom gerenciamento emocional e autoconhecimento, pois cada pessoa possui suas próprias crenças, valores e ideais. Para iniciarmos uma autoanálise, você poderá fazer a si mesma perguntas que irão ajudá-la a refletir e identificar se você tem se culpado demasiadamente quando pensa em retirar a amamentação natural de forma que precisa da ajuda de profissional de saúde mental, no caso o psicólogo.

Quais são os pensamentos automáticos que aparecem em sua mente a maior parte do tempo? Você se sente uma mãe ruim? Você sente medo de seu filho adoecer mais facilmente sem a amamentação natural? Você passa boa parte do dia se sentindo triste ou chorando pelos cantos?

Existe uma diferença de tristeza e adoecimento emocional condicionados a amamentação. E importante conversar com seu parceiro, família ou amigos ou outras mulheres que passam por esta transição, existem ate mesmo grupos de amamentação que podem ajudar na superação dos sentimentos negativos que estão inerentes ao momento; mas em alguns casos, a tristeza junto com as alterações hormonais pode levar a uma depressão. Caso você tenha respondido sim a todas essas questões e esteja sentindo angústia presente em boa parte do tempo é hora de procurar ajuda. Compreenda um pouco mais sobre a diferença de uma tristeza passageira e um quadro depressivo.

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