Categorias: Colunista Finanças

Educação financeira em tempos de pandemia

Compartilhe:
pin it

Ela voltou!!! Nossa colunista sobre finanças e hoje ela fala sobre educação financeira em tempos de pandemia. E ela vem com tudo nos trazendo reflexões importantes para essa época. Como resolver problemas diante das crianças sem que isso afete a vida adulta delas? Lembrando que nossas ações refletirão na vida financeira dos nossos filhos.

Confira a coluna da rasqueadíssima Andreia Fernanda, economista e pós-graduada em finanças.

Educação financeira em tempos de pandemia: foque no que importa 

Se tem uma coisa que essa pandemia fez igual para todo mundo foi a saída da zona de conforto. Tudo aquilo que parecia estar funcionando perfeitamente, virou de cabeça para baixo.

As rotinas diárias se perderam. O humor mudou. As dúvidas explodiram. Problemas se escancararam.

Pais e mães se tornaram “tudo”: professores, amigos da brincadeira, mocinhos, vilões, tios, avós e, obviamente, pais.

Dar conta de tantas tarefas e ainda educar nos faz parecer aqueles malabaristas dos pratinhos.

O resultado dessa quantidade enorme de tarefas acumuladas e com filhos “a tiracolo” é que eles estão muito mais expostos aos nossos problemas diários e nossas formas de resolvê-los do que quando passavam ao menos uma parte do dia na escola.

Eles presenciarem como resolvemos os problemas seria ótimo se todos nós, pais, tivéssemos essa informação: o cérebro das crianças não possui maturidade para racionalizar o mundo dos adultos e, interpreta o que vê, vive e escuta com base em sua inocência infantil e, essa interpretação reflete inconscientemente na forma de agir dessa criança quando ela se torna adulta.

Leia também: como fazer seu filho aprender sobre dinheiro

O que quero dizer? Que, em tempos de pandemia, na qual mais de 60% das famílias estão endividadas, mais de 70% teve redução de renda, mais da metade da população teme perder o emprego (ou perdeu) temos que ficar atentos a forma que resolvemos nossos problemas, especialmente na frente delas, pois, ao crescerem, muitas de nossas ações refletirão na vida financeira de quem tanto amamos, e de forma inconsciente.

Isso porque, por mais que falemos de mesadas, cofrinhos, juros, investimentos ou qualquer outro conceito monetário com os nossos filhos o que eles absorvem é que esses conceitos devem ser aplicados com base no comportamento que lhe foi ensinado, mesmo que indiretamente.

Ou seja, mais do que nossas falas eles refletirão como nós decidimos nossas compras ou investimentos, como tratamos nossa capacidade de lidar com o dinheiro, como falamos de nossos cônjuges ou familiares (comprador, controlador, compulsivo), como lidamos com nossos extratos, como usamos nosso cartão de crédito, como fazemos até mesmo nossas compras de supermercado.

E, em tempos tão diferentes, talvez nossas ações também tenham se alterado. Mas, como eles não tem maturidade total para entender ficará apenas a marca desse tempo.

Leia também: quando posso falar de dinheiro com a criança

Por isso, hoje, ao invés de falarmos de como passar conceitos monetários para as crianças te convido a refletir sobre os valores pessoais que está passando e as marcas que pode estar criando.

– Será que tem ensinado para elas quem manda no dinheiro ou reclama a conta que chega, ou tem brigado por conta do dinheiro?

– Você tem mostrado para elas como cuidar do dinheiro ou será que diz que não tem dinheiro e recebe compras não essenciais toda semana/dia?

– E tem mostrado como se planejar em momentos de mudança ou, ao invés de se programar anda agindo por impulso?

– Será que tem mostrado sobre organização e aproveitando para envolver a criança ou será que está agindo sem rotina?

Leia também: como ensinar seu filho a lidar com o dinheiro

Coloque-se no lugar da criança, se tivesse vivido, ouvido, presenciado as ações diárias que tem tomado hoje, como imagina que seria o seu comportamento?

Por mais que algumas ações pareçam não envolver o financeiro, ela ensina comportamentos básicos para o trato monetário na vida adulta como organização, planejamento, foco, priorização.

E, mesmo que muitos acreditem que o mais importante é ensinar sobre investimentos ou sobre gastar menos do que ganha, esses aprendizados são mais simples do que ressignificar memórias e comportamentos depreciativos no trato financeiro.

Por isso, se necessário, revise os comportamentos em casa e converse com as crianças sobre o porquê de algumas atitudes que tenha enxergado como possíveis pólvoras para um reflexo negativo na vida adulta.

Pergunte como ela se sente, ajude-a a entender o que está nebuloso, explique as razões das decisões familiares, escute-a sobre como ela solucionaria os problemas (é uma delícia e pode ser riquíssima em insights).

Nesse momento, na vida deles, as marcas emocionais pesarão mais do que as financeiras. Foque no que importa, foque no que fará real diferença.

E permaneçam se cuidando.

Um super beijo

Andreia Fernanda

 

Conheça minha loja na Amazon, clique AQUI e TAMBÉM assista o vídeo:

Veja mais!