Má alimentação na gravidez: quais são os perigos

Vamos falar sobre má alimentação na gravidez? Existem muitos mitos e verdades sobre alimentação durante a gestação. Principalmente, relacionado a alimentos que devemos restringir. Mas uma coisa é fato: precisamos ter uma alimentação saudável e adequada.

Hoje nosso colunista, Dr. Vamberto Maia, médico ginecologista, fala sobre os perigos de uma má alimentação na gravidez. Confira e compartilhe.

Quais são os perigos de uma má alimentação na gravidez?

Sem dúvida alguma, uma das maiores preocupações da grávida é a alimentação.

Do conceito inicial de comer por dois, até as diversas formas de alimentação, a gestante se encontra sempre em um misto de medo de não alimentar o filho e a preocupação com o ganho de peso excessivo.

Neste contexto alimentar, o primeiro passo deveria ser o de manter a dieta o mais saudável possível, baseando-se em uma rotina alimentar fresca, completa em todos os tipos de nutrientes disponíveis, sem excetuar nada, inclusive em carboidratos ou gorduras.

Sem dúvida, as demandas nutricionais variam conforme o trimestre da gravidez e o momento que a gestante se encontra. No início da gravidez, os enjoos podem ser determinantes para uma dieta mais fracionada, palatável e em temperatura mais gelada.

Passado esse momento, na alimentação da gestante, ela vai perceber uma demanda fisiológica por mais comida motivada pelo crescimento rápido do bebe. Nesse momento, o ideal é ter um controle obstétrico no pré-natal mais rigoroso e, se a curva de peso da gestante sair do desejável, buscar ajuda com nutricionistas e endocrinologistas.

Leia também: é preciso ter uma alimentação restritiva na gravidez?

A melhor alternativa sempre deve ser um aumento de ingestão de alimentos saudáveis e frescos, evitando o consumo de alimentos industrializados e ricos em calorias vazias. A partir do final do 2º trimestre da gestação, sugere-se o aumento de 300 calorias na dieta.

O ganho de peso excessivo pode levar a gestante a desenvolver diabetes gestacional, hipertensão arterial e complicações obstétricas. Já os filhos tendem a adquirir mais peso em suas vidas adultas e problemas relacionados ao sobre peso, é o que aponta alguns estudos da área.

Pensando em sugestões dietéticas sugerem-se os carboidratos integrais (ricos em energia, fibras e minerais), as proteínas de origem animal (que são ricas em ferro, cálcio e vitamina B12) e as frutas e vegetais higienizados corretamente (para que os riscos de infecção alimentar sejam reduzidos). Evitam-se os alimentos industrializados e ricos em sódio ou açúcar, bem como Bebidas alcoólicas e derivados de cafeína.

Por fim, é comum o uso de suplementos nutricionais durante o pré-natal, principalmente quando as mães não conseguem ingerir quantidades satisfatórias de alguns nutrientes. Ferro, vitamina B12, ácido fólio e cálcio são suplementos comuns e devem ser considerados individualmente com os obstetras.

Leia também: diabete gestacional

Outro suplemento que ganha destaque nos pré-natais é o DHA (ácido docosahexaenoico), que é o principal tipo de ômega-3. Os estudos apontam uma ação de longo prazo no desenvolvimento das estruturas do sistema nervoso central (neurônios) e nas células da retina (olhos) a partir do 2º trimestre da gestação.

Este nutriente pode ser obtido por meio da ingestão de peixes de águas profundas ou, até mesmo, por meio de suplementos. É mais um assunto importante para ser conversado com o seu médico.

A ingestão de outros suplementos, como de fibras alimentares, carboidratos, proteínas e ácidos graxos, só deve ser realizada quando existe uma deficiência na qualidade da alimentação da gestante. Essa recomendação deve ser feita por um nutricionista ou um médico obstetra, quando eles julgarem necessário. Nunca suplemente algum nutriente por conta própria, pois o excesso de algum composto alimentar também pode ser prejudicial para a saúde do bebê.

Esperamos que esse artigo tenha te ajudado a compreender a importância da manutenção de uma alimentação equilibrada na gestação e como essa situação influencia diretamente a saúde do seu bebê. Ainda tem dúvidas sobre esse assunto? Deixe seu comentário e compartilhe suas experiências.