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O que fazer quando a criança se intoxica com medicamentos ou outros produtos

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O post de hoje é um relato mandado por uma leitora, mas é também um alerta, que trata sobre um assunto muito, muito importante: intoxicação de crianças por acidente com medicamentos ou outros produtos (produtos de limpeza, por exemplo).

Essa história é contada pela leitora Simone, que viveu um susto daqueles com o seu filho de 3 anos, mas que, graças aos cuidados adequados, terminou tudo bem.

Leia atentamente o que a Simone tem a dizer e não esqueçam de anotar o telefone de contato que ela passa no final, pois é a ele que você terá que recorrer caso algum acidente com medicamento ou outro produto venha acontecer na sua casa.

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Photo Credit: rdenubila via Compfight cc

Superdosagem por Medicamentos, o CEATOX e uma mãe que falhou feio

Por Simone Gomes de Macedo

Vou começar falando que eu não sou uma mãe perfeita. E estou bem longe disso. Meu filho dorme na minha cama mais vezes do que eu vou admitir publicamente, eu sou bem tranquila – daqueles que espera a criança cair primeiro para depois socorrer, tem dias que meu filho chega dormindo da escola e toma leite dormindo e eu não acordo ele para dar banho, eu deixei meu filho riscar TODAS as paredes de casa (porque eu considero que tenho batalhas mais importantes para ganhar), meu filho chupa chupeta, eu instalei um aplicativo no celular para me lembrar do horário das medicações, das doses, dos dias que faltam…

Eu tenho um filho que faz 3(três) anos agora em Agosto. Como muitas crianças, meu filho está na escolinha. E como em muitas escolinhas, quando uma criança adoece, outras adoecem junto. Com meu filho não foi diferente. Então, ele estava com uma tosse feia, que dava para perceber que o peito estava cheio. Então, fomos ao Pediatra para uma avaliação e medicação.

Meu filho é bem saudável e nosso pediatra é ótimo. Então, sempre antes de leva-lo ao PSI, eu ligo para o pediatra e normalmente ele nem vai ao Hospital, o próprio médico dele faz a avaliação e prescreve o medicamento.

Bom, fomos ao Pediatra, comprei a medicação e viemos para casa. Comecei a dosagem no mesmo dia e foi aquela noite de mãe que tem filho com tosse e febre… Pelo meu acordo com meu marido, eu fico pelas manhãs em casa até a hora da escolinha (que é a tarde). Nesse meio tempo, faço tudo que uma mãe faz quando está em casa – tento cuidar do meu filho, fazer o almoço, dar atenção para meu filho, limpar alguma coisa, cuidar do meu filho, do cachorro, dar mais um pouco de atenção ao meu filho, lavar a louça…

E por pura distração e por um enorme senso de segurança, bem falso agora eu sei, eu me descuidei… Os medicamentos aqui em casa ficam numa caixa. Mas quando estão em uso, ficam em cima de uma mesa. E meu filho nunca mexeu nesses medicamentos. Até o dia que mexeu.

Eu me distraí do meu filhote e quando achei tudo muito silencioso e suspeito, fui ver o que ele estava aprontando. E ele estava lá, bem feliz da vida, tomando o xarope da tosse!!! O xarope tem um frasco onde se adapta um conta gotas, e o fecho desse conta gotas é bem fácil de abrir. E meu filho adorou o xarope, porque tomou a dose e ficou pedindo mais (na hora nem passou pela minha cabeça que ele poderia tentar pegar o medicamento). Tirei o medicamento dele já desesperada e pensando 20 coisas diferentes ao mesmo tempo.

Agora preciso lembrar novamente, que além de não ser uma mãe perfeita, às vezes, sou uma mãe tranquila demais. Por isso, você pode estranhar a sequência de fatos que eu vou relatar agora.

Quando eu consegui começar a pensar, fiz uma lista das pessoas que eu tinha que ligar. Na sequência: uma amiga, o pediatra e meu marido. Não, eu não peguei meu filho e saí correndo pro Hospital porque eu nem tinha condições de dirigir sem causar um acidente naquele momento.

A primeira ligação, foi pra essa amiga que além de ser mãe de duas crianças, também é Farmacêutica. E eu precisava de alguém que me dissesse que tudo ia ficar bem. Eu também pensei que se ela conhecesse o medicamento, podia me dar alguma orientação sobre algo que eu pudesse fazer antes de chegar no Hospital. Minha amiga não conhecia o medicamento mas me orientou a ligar para o CEATOX (Centro de Assistência Toxicológica do Instituto da Criança) para as primeiras orientações. Ela ia procurar o telefone e me passar.

Em seguida, fui ver a bula do medicamento, e achei um telefone para emergências, que acabou sendo o telefone do CEATOX.

Na sequência, liguei para o Pediatra. Caiu na caixa postal, mas deixei recado, porque ele sempre retorna assim que possível.

E enquanto eu falava com o CEATOX, o pediatra me ligou. Enquanto eu estava na espera, ele me orientou a pegar uma seringa e verificar o quanto de medicamento meu filho tinha ingerido (o xarope vem num frasco com 15 ml). Assim, eu podia passar uma informação mais precisa para a equipe que ia me orientar. E eu fiquei de retornar para avisar das orientações que eu recebi.

O CEATOX me orientou a esperar finalizar a primeira meia hora – tempo que o remédio leva para começar a agir. Depois observar meu filho por mais meia hora, e se nenhum dos sintomas listados aparecessem eu podia ficar tranquila e em casa.

Retornei para o Pediatra, que acabou de me acalmar, me explicou que esse xarope é bem seguro, é o único liberado para crianças, que eu podia ficar mais tranquila, que coisas assim acontecem… E que o medicamento que tem uma ação calmante, podia dar um efeito inverso na superdosagem e deixar meu filho bem agitado (o que de fato aconteceu).

Só então liguei para o meu marido (que trabalha perto de casa, para ele ficar de sobreaviso).

No final, meu filho ficou bem, eu consegui me acalmar, e depois de chorar muito no telefone com a minha amiga, consegui me perdoar um pouquinho.

De tudo, ficou uma lição e uma dica que eu considero muito importante:

A lição: A gente sempre acha que algumas coisas só acontecem com os outros. Até que a gente lembra que para quem não nos conhece, os outros somos nós.

A Dica: o telefone do CEATOX (www.ceatox.org.br), vem em algumas bulas de medicamentos, mas não está especificado que é do CEATOX. Vale a pena anotar e guardar: 0800 722 6001/ 0800 014 8110

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