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Parem de dizer que é a “última chance de eu ter um bebê”

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Imagine aquela sensação da idade avançando e as pessoas dizendo que é a “última chance de eu ter um bebê”. Pois é, muito chato e até constrangedor isso, não é?

Acompanhe abaixo esse relato sobre esse tema e reflita junto. Às vezes podemos ter falado algo parecido para alguém, sem pensar de forma empática, nos colocando no lugar dela. Este texto é uma livre tradução do site Babble. Espero que gostem!

Parem de dizer que é a “última chance de eu ter um bebê”

Por Lori Garcia

– Posso ver sua identidade? – perguntou a caixa quando duas garrafas de Merlot rolaram a esteira rolante.

“É claro!” Eu exclamei com muito entusiasmo.

“Ah, você tem quase 40 anos”, ela comentou. Enquanto eu assentia e me preparava para um elogio pelo bom envelhecimento, ela apontou para meus filhos. “Quantos anos eles têm?”

“Eles têm 13 e 8”, eu respondi, secretamente me perguntando se as idades deles tem algo a ver com a minha.

“Bem, é melhor você se apressar e ter outro antes que seja tarde demais!”

Eu, nervosamente, ri. É uma coisa que tenho feito muito ultimamente. Na semana passada, uma vizinha sugeriu que eu me apressasse pois é a “última chance de eu ter um bebê”. Algumas semanas antes, a dentista do meu filho me lembrava que meus óvulos não estavam “ficando mais novos”. Depois, uma vovó muito estranha praticamente me garantiu uma filha, mas apenas se eu não “esperasse muito mais”.

Alô, é a fertilidade chamando! O que há com esse súbito interesse nessa história de eu fazer mais um bebê?

Por fim, verifiquei que os planos reprodutivos eram, pelo menos, algo pessoais. Quando o interrogatório íntimo substituiu uma conversa polida? Foi quando a curiosidade superou as boas maneiras ou quando você assumiu que meu útero era uma democracia? Com tantas intromissões reprodutivas recentes, eu tive que me fazer a pergunta óbvia: eu estava exalando algum tipo de febre do bebê raivosa?

“A vida pode começar em 40, mas não dentro do meu ventre.”

Eu certamente não achava que fosse. As senhoras que querem bebês não falam com seus ginecologistas sobre as opções de esterilização, como eu fiz. As mulheres que querem bebês não desfrutam da glória suada de ter filhos mais velha como eu. Eu posso ter 99 desejos, mas um bebê não é um.

Então, o que há com essa busca pública de procriação? Meus braços estão vazios demais? Eu transpiro alguma profunda sensação maternal de saudade? É a coisa dos dois meninos x nenhuma menina? Ou será que estou tão dentro dos 40?

Pessoalmente, acho que é a última coisa. A vida pode começar aos 40 anos, mas não dentro do meu ventre.

Leia também: Gravidez após os 40 anos

E como uma mulher de meia-idade, finalmente me sinto confortável o suficiente para proclamar em alto e bom som que arrependimentos reprodutivos não solicitados, advertências e conselhos não têm lugar dentro do meu útero. Mas infelizmente, eles sempre estiveram lá.

Do meu primeiro filho…

“Quando você vai ter um bebê?”

“Não espere muito para começar sua família!”

“Ainda nada de bebê?”

…ao meu segundo filho…

“Quando você vai ter outro?”

“É triste ter um filho único.”

“Você não quer que seu filho cresça solitário!”

…e nos anos férteis que se seguiram.

“Mas você faz lindos bebês!”

“Oh, vamos lá, só mais um!”

“Você sabe que você quer outro.”

Claro, houve um tempo que eu sonhei com outro bebê, mas às vezes os sonhos simplesmente não podem ser. E mesmo que meu coração nunca quis ter parado de ter filhos, eu fiz as pazes com a decisão de que meu corpo finalmente quer. Levei muito tempo para chegar a este lugar, agora só quero aproveitar a vista.

Então, obrigada aos intrometidos e observadores. Mas com quase 40 anos, tenho olhos apenas para minhas muitas “primeiras oportunidades” para me concentrar.

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