No primeiro dia deste ano, tomamos um susto daqueles. Estávamos numa casa de praia, com amigos, e o Caê estava no meu colo, comendo pipoca. Claro que como pipoca é perigoso para bebês e crianças, eu dava só pedacinhos mínimos da parte branca para ele, que eu tirava com a unha e oferecia para meu pequeno depois de ter certeza que não tinha nenhuma casquinha grudada.
Mas num determinado momento, Caê deu uma voltinha engatinhando, brincou com alguns brinquedos do irmão e das amiguinhas e voltou. Assim que ele voltou, ele começou a tossir e se mostrou engasgado. Na hora, eu pensei: Que M eu fiz? Devo ter deixado passar alguma casquinha da pipoca e ele engoliu. Imediatamente, virei o Caê e fiz a Manobra de Heimlich, ele tossiu bastante, mas nada saiu.
Caê começou a chorar, a salivar muito, a tossir e a fazer ânsia de vômito. Seguia engasgado. Mas além de uma saliva grossa, nada saia. Na hora, eu só me culpava e culpava por ter oferecido os pedacinhos de pipoca que para mim pareciam inofensivos. Só imaginava uma casquinha invisível descendo pela garganta dele e, pior ainda, indo parar no canal que leva ao pulmão.
Acho que uns cinco minutos se passaram naquela babação, choro, tosse e ânsia de vômito. As pessoas da casa pararam o que estavam fazendo e vieram acompanhar o que estava acontecendo. Meu marido também veio, pegou o Caê, virou-o de barriga para baixo, bateu nas costas, mas nada acontecia. Nesse momento, eu bem assustada, já estava planejando pegar o carro e correr para algum posto de saúde próximo, pois como estávamos perto de Riviera de São Lourenço, não tinha hospital a uma curta distância.
Eu não soltava o Caê e seguia dando tapinhas nas costas dele. Ele salivava muito e tossia. Fazia ânsia atrás de ânsia até que num determinado momento vomitou. E assim que vomitou, saiu junto com um resto de saliva grossa um pequeno adesivo plástico da personagem Moranguinho, que ele deve ter encontrado no chão na hora que deu uma voltinha engatinhando e brincou com as coisas das crianças mais velhas.
Eu, é claro, só levei brinquedos que eram seguros para ele. Meus amigos também evitaram levar brinquedos pequenos, já que sabiam que haveria bebês na casa. Mas a cartela de adesivos passou despercebida. As meninas brincaram com eles, um deles ficou perdido no chão, o Caê achou, colocou na boca e engoliu.
Por sorte, muita sorte, ele não aspirou e não foi parar no canal respiratório. E por sorte ele também conseguiu expelir na hora que vomitou. Agradeço a Deus que nada de pior aconteceu. Mas deixo aqui o meu alerta, para todos terem muito cuidado com adesivos ou pedaços de papel que possam ser engolidos e causarem engasgos sérios.
Meu pequeno ficou bem assim que conseguiu colocar para fora o adesivo que tinha engolido, mas o ocorrido ainda me assusta. Desde esse incidente eu estou com atenção redobrada a tudo que o Caê possa colocar na boca, por mais inofensivo que possa parecer.