Categorias: Coluna Neurologista Infantil

Sobre o uso excessivo de mídias e telas

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Está rolando uma sintonia incrível entre os colunistas do Macetes! Recentemente fiz um vídeo sobre esse tema: o uso excessivo das mídias e telas. E agora a Dani, nossa colunista e médica neurologista infantil, enviou um texto exatamente sobre o assunto. E melhor! Seu texto é baseado num estudo que comprova sintomas causados nas crianças que ficam muito tempo em frente às telas. Nele, ela afirma o tempo que crianças e adolescentes deveriam de fato usar os aparelhos eletrônicos. Confira!

O uso excessivo de mídias e telas

Recentemente a Academia Americana de Pediatria publicou na conceituada Revista Pediatrics um estudo orientando como deve ser a utilização de aparelhos eletrônicos pelas crianças em cada faixa etária. Essa publicação foi motivada pela observação de que adolescentes e crianças (cada vez menores, com poucos meses de vida) estão muito expostos aos eletrônicos. Exagerando de fato em várias horas diante das telas. Estudos apontam uma média hoje entre as crianças e adolescentes de tempo total na frente das telas de 5h por dia!

Faltava uma orientação objetiva do limite do uso destas tecnologias, o que veio a partir deste trabalho. A seguir farei um resumo do que foi orientado. Caso queiram ler na íntegra o artigo, está AQUI.

Como deve ser a utilização de aparelhos eletrônicos pelas crianças

Antes de falar dos pequenos, é importante falar de nós mesmos, como pais. Nos incomodamos com o fato de os filhos permanecerem tempo demais com eletrônicos. Porém, o que vemos é que os próprios pais ficam muito tempo nos mesmos aparelhos, em detrimento de momentos de convívio, brincadeiras e conversas com os filhos. Criança aprende por imitação. Se os pais querem mudar hábitos do filho, o exemplo, sobretudo, deve vir deles mesmos.

Quando os pais oferecem um tablet para a criança se acalmar, e de fato ela se aquieta, dá a falsa impressão de que o eletrônico foi benéfico. Quando na verdade, após os minutos iniciais, a agitação retorna, muitas vezes pior. Além disso, tanto pai e mãe, muitas vezes cansados do trabalho, ao chegar em casa apelam para a tecnologia como distração para os filhos. É compreensível, porém infelizmente não é benéfico para o desenvolvimento das crianças.​

De acordo com o referido estudo, o tempo-tela, ou seja, o tempo total no dia que uma criança acima de 2 anos de idade fica de frente a uma tela de celular/ computador/ vídeo game/ tablet/ TV não deve ultrapassar 1 hora por dia. Mais do que isso, percebemos sintomas de ansiedade, distúrbios de comportamento e de sono, dificuldades no relacionamento interpessoal, prejuízos no desenvolvimento cognitivo e emocional da criança.

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Até os 18 meses de vida, nenhum contato com eletrônicos deveria ser encorajado. A criança está em pleno desenvolvimento cerebral, ela precisa de vários estímulos físicos para desenvolver todas as áreas cerebrais. É importante o toque, a textura, a cor, o som, o cheiro. Tudo isso se junta em informações proveniente de diferentes locais do cérebro e a criança vai conhecendo, entendo o mundo. A tela não proporciona essa experiência sensorial. Pelo contrário.

A criança pequena não tem capacidade de passar aquilo que é visto numa tela plana para o 3D da vida real e reproduzir aquela informação na realidade dela. A única exceção ao uso de eletrônicos em crianças menores de 18 meses são as vídeo-chamadas. A justificativa dada pelos pesquisadores é que hoje este recurso faz parte do nosso dia-a-dia e, por isso, ver e ouvir os familiares falando de forma carinhosa e diretamente com ela é extremamente benéfico.

Não tenha receio de impôr limites. É comum os pais sentirem culpa na imposição de limites aos filhos. Porém eles devem saber que criança precisa receber limites. Como resultado, faz parte da construção do caráter, das habilidades sociais e do amadurecimento emocional.

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Ao se colocar o limite de 1h por dia estará poupando o filho de um risco muito maior (praticamente o dobro) de desenvolver comportamentos de excessiva agitação. Assim como inquietude, ansiedade, depressão, distúrbios alimentares e diversas outras questões emocionais.

​Sejam o exemplo para os filhos. Ao chegar em casa, deixem o celular de lado. As refeições não devem ser acompanhadas de TV ligada ou celular em cima da mesa. Não se aconselha eletrônicos no quarto e nem o uso deles antes de dormir.  Embora cansativo, especialmente após um dia de trabalho, ao chegar em casa sente com os filhos, converse, brinque, invente atividades, faça um passeio, os encoraje a brincar com outras crianças. Eles precisam deste esforço para se desenvolverem da melhor forma possível. É cansativo, mas vale muito a pena.

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